Roberto Kuppê (*)
Entrou para a história
Doravante, após a inédita condenação de um ex-presidente por tentativa de golpe de estado, o nome de Jair Bolsonaro (PL) entra para a história como traidor da Pátria. Condenado a 27 anos e três meses de prisão, Bolsonaro chega ao fim após uma conturbada carreira política. Não voltará mais, apesar dos devaneios de quem acha que ele dará a volta por cima. Não vai. Ele está inelegível por oito anos, a contar após o cumprimento da pena. Ou seja, não será candidato pelos próximos 30 anos. Já era. Acabou.
Entrou para a história 2
A sentença foi justa. Pelo tudo que Bolsonaro fez e desfez, foi merecido cada segundo de prisão. A saga de crimes de Bolsonaro começou na juventude dele. Ainda como soldado raso, culminando pelos atos anti democráticos no exercício da presidência da República. Pior de tudo é que ele levou de arrasto centenas de pessoas, presas e condenadas por segui-lo. Isso sem falar no fato de que ele envolveu os Estados Unidos na sanha criminosa, causando prejuízos bilionários e gerando desemprego. Pensando bem, 27 anos foi pouco. Caso de prisão perpétua.
Perdeu tudo
Também foi decidida a retirada da patente militar de Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército, e de quatro generais condenados por participação na trama golpista de 2023. O caso será enviado ao Superior Tribunal Militar (STM), que deverá avaliar a medida prevista no artigo 142 da Constituição.
Resumo da ópera
Bolsonaro se elegeu pelas urnas que condenou. Foi condenado por falas antidemocráticas, cujas provas ele mesmo produziu fartamente. Como um peixe, morreu pela boca.
Moraes nega visita de Scheid
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou que Valdemar Costa Neto, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o senador Rogério Marinho (PL-RN) e os deputados federais Altineu Côrtes (PL-RJ), Carol de Toni (PL-SC) e Bruno Scheid, vice-presidente do PL de Rondônia, tivessem acesso livre para visitar o ex-presidente.
Visitas liberadas
Porém, Moraes autorizou visitas específicas de parlamentares do PL a Bolsonaro. Os senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Marcos Rogério (PL-RO), o deputado Sanderson (PL-RS) podem ir à casa do ex-presidente na semana que vem, um em cada dia, lembrando que todos os carros que saírem do endereço serão revistados.
Depressão profunda
Fernando Collor de Mello está em depressão profunda. Amigos e associados próximos relatam que o ex-presidente, que se encontra em prisão domiciliar, aprofundou o quadro de saúde mental por questões pessoais. Com os negócios empresariais em desordem e sem um herdeiro político à altura do sobrenome, Collor teve sua realidade confrontada por um amigo, um grande empresário do setor imobiliário nacional. No desabafo, o empreiteiro foi afiado e direto: “você é a falência do seu nome em vida”. A frase, contudo, seria apenas o resumo dos gatilhos que agravam o quadro clínico de Fernando Collor. A falta de um herdeiro político, no entanto, também permitiu a expansão de outros clãs em Alagoas.
Traidor da Pátria
Um coronel do Exército, que deveria honrar a farda e proteger o Brasil, absurdamente, age contra o próprio país. O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) voltou a protagonizar uma cena de submissão a interesses estrangeiros que coloca em xeque o próprio país que ele jurou defender como militar. Chrisostomo publicou um print do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, após a condenação de Bolsonaro. “Os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas.” Antes já havia publicado outra ameaça dos Estados Unidos. O parlamentar ecoou com entusiasmo a declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que os Estados Unidos poderiam recorrer inclusive ao uso de “poder militar” para proteger a liberdade de expressão no Brasil, citando diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
O Cidadão Honorário
Após receber o título de Cidadão Honorário de Rondônia, o advogado Nelson Wilians foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (12/9), em sua residência e em seu escritório, em São Paulo, onde encontraram diversas obras de arte. A Polícia Federal (PF) prendeu, em Brasília, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e, em São Paulo, o empresário Maurício Camisotti, em mais uma fase da investigação sobre o esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas, revelado pelo Metrópoles. O esquema provocou um rombo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo a PF, a fraude era sustentada por associações que cadastravam beneficiários sem autorização, com assinaturas falsificadas, para justificar descontos mensais nos pagamentos do INSS. O dinheiro, então, era desviado para empresas ligadas ao grupo investigado.
A novela do lixo
Em entrevista ao programa A Hora do Povo (Rádio Rondônia 93,3), o vereador Everaldo Fogaça (PSD) alertou para um possível colapso na coleta de lixo com a saída da Marquise e a contratação emergencial de outra empresa pela gestão do prefeito Léo Moraes. Segundo Fogaça, a transição marcada para 3 de outubro exige comprovação imediata de capacidade operacional para evitar interrupções. “Precisamos reavaliar essa suspensão. Se a nova empresa não provar que tem estrutura para assumir já no dia 3, a cidade pode ficar sem coleta.”
Ivo no cadafalso
O juiz de Direito Artur Augusto Leite Júnior, da 1ª Vara Cível da Comarca de Rolim de Moura, assinou na última sexta-feira (8) a determinação de cumprimento de sentença para o ex-governador Ivo Cassol. O valor da ação é de R$ 486.293,53. O magistrado determinou a inclusão do nome de Ivo Cassol no Cadastro Nacional de Condenados por Improbidade Administrativa e Inelegibilidade, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Cabe recurso.
Ivo Cassol está com os direitos políticos suspensos pelo prazo de seis anos. Ele também está proibido de contratar com o poder público ou receber incentivos fiscais e creditícios pelo mesmo período. Foi concedido 15 dias de prazo para que Ivo Cassol pague o valor. Se não houver quitação haverá penhora de bens. Esta é uma das ações por improbidade movida pelo Ministério Público contra Ivo Cassol à época em que ele era prefeito de Rolim de Moura. Ele esperava concorrer nas eleições do próximo ano, mas continua impedido pela condenação em uma outra ação, por dano ao erário. As informações são do Blog Entrelinhas.
Loteamento do governo
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), promoveu nesta semana uma ampla movimentação em sua base administrativa, com o objetivo de consolidar alianças políticas que sustentem seu projeto eleitoral para 2026. O plano inclui sua candidatura ao Senado, a disputa da primeira-dama Luana Rocha a uma vaga na Câmara Federal e a do irmão, Sandro Rocha, diretor-geral do Detran, à Assembleia Legislativa.
Loteamento do governo 2
No Diário Oficial de terça-feira (9), foram registradas 40 exonerações e 61 nomeações entre secretários, assessores e conselheiros. A maior mudança ocorreu na Secretaria de Educação (Seduc), onde Ana Lúcia Pacini deixou o cargo para a entrada de Albaniza Batista de Oliveira, considerada indicação de acordo político, no caso, feita por Everton Leoni, dono de um poderoso grupo de Rádio e TV com abrangência estadual.
Loteamento do governo 3
Outros órgãos estratégicos, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e a Sejucel, também podem passar por substituições nos próximos dias. As movimentações não se limitam ao Executivo. Desde que assumiu a presidência regional do União Brasil, no mês passado, Rocha intensificou acordos com lideranças da legenda. Deputados federais como Maurício Carvalho e Cristiane Lopes figuram entre os beneficiados com nomeações em cargos de influência.
Loteamento do governo 4
Segundo fontes políticas, a estratégia do governador é “blindar” seu grupo contra eventuais articulações internas que possam comprometer sua candidatura e a de familiares no próximo pleito. Trata-se, na verdade, de um “loteamento político de porteira fechada”, prática em que cargos estratégicos são usados como moeda de troca para garantir apoio eleitoral, sem critérios técnicos de gestão. Enquanto isso, a população enfrenta dificuldades em serviços básicos, como na saúde pública. O Hospital João Paulo II, em Porto Velho, continua sendo apontado como uma das unidades mais precárias do país, refletindo o abandono administrativo em meio às disputas de poder. As informações são do Tudo Rondônia.
Eleições 2026
Com a condenação de Bolsonaro, a temperatura das eleições vindouras deverá esfriar com a tempestade de lágrimas. O mito não deverá influenciar muito, pois estará preso. A coluna até arrisca dizer que ele será esquecido. Rei morto, rei posto. Próximo…
Nome forte
Se as eleições fossem hoje, o nome mais forte seria de quem não vai estar na disputa: Léo Moraes (Podemos), que está realizando uma excelente administração como prefeito da capital. Outros nomes como o de Fernando Máximo (UPr), Hildon Chaves (PSDB), Sérgio Gonçalves (UPr) e Confúcio Moura (MDB) despontam com frequência nas pesquisas.
Senado
Já para o Senado Federal a situação é crítica. Pelo menos quatro candidatos fortes disputarão as duas vagas. Marcos Rogério e Confúcio Moura devem disputar a reeleição com Silvia Cristina (UPr) e Mariana Carvalho (Republicanos). Pensa numa disputa acirrada.
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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