Por Roberto Kuppê (*)
O trumpista invejoso
O deputado Sargento Pincel que dançou, rebolou e saltitou ao som do hit gay YMCA, do Village People nos Estados Unidos, criticou o fato da primeira dama Janja Lula da Silva, dançar carimbó, música típica do Pará. É muita inveja e tremenda falta de patriotismo. Não merece retornar em 2026 à bancada federal de Rondônia. Em tempo. A coluna não é homofóbica e respeita as preferências do parlamentar.
Porto Velho na COP30
A jornalista Luciana Oliveira, de Porto Velho (RO), já está em Belém (PA) para representar o Brasil 247 na cobertura da COP30 — a Conferência das Partes da ONU sobre o Clima, que acontece de 11 a 21 de novembro.
Precedendo os dias oficiais do evento, de 6 e 7 de novembro, acontece a Cúpula do Clima, com a presença de mais de 140 delegações, entre chefes de Estado, ministros e organizações internacionais. Um encontro de alto nível, reservado a quem decide o futuro do planeta.
Porto Velho na COP30 2
De 11 a 21 de novembro, o foco se volta para a COP da Amazônia, no Parque da Cidade, onde cientistas, representantes de governos e da sociedade civil se reúnem para debater o que realmente importa: o futuro do Planeta Terra.
Rondônia na COP30
Rondônia participará da COP30, apresentando suas propostas e contribuições para soluções climáticas, com foco no desenvolvimento sustentável e na bioeconomia da Amazônia. O estado enviará representantes do governo, de cooperativas locais, do setor empresarial, de organizações da sociedade civil e de comunidades indígenas para a conferência. A participação de Rondônia busca reforçar o protagonismo da Amazônia Legal nas discussões globais sobre o clima, mostrando que é possível conciliar produção econômica com preservação ambiental. O estado apresentará “soluções reais” e bem-sucedidas, como a redução histórica de queimadas e desmatamento, o uso de geotecnologias para fiscalização e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, como a do cacau e da borracha nativa.
Rondônia na COP30 2
Três cooperativas de Rondônia foram selecionadas para apresentar seus cases de sucesso na COP30, demonstrando como o cooperativismo e a bioeconomia geram renda limpa e salvam a floresta. A atuação do Ministério Público Federal em Rondônia na fiscalização de barragens e na proteção de populações ribeirinhas contra os efeitos da estiagem histórica também será um tema abordado, destacando a necessidade de adaptação às mudanças climáticas. Serão discutidas práticas como a pecuária regenerativa e sistemas agroflorestais, que permitem a produção com tecnologia em áreas já abertas, sem a necessidade de novo desmatamento. Em resumo, Rondônia aproveitará a COP30 como uma vitrine internacional para mostrar que possui soluções concretas para os desafios climáticos, alinhando desenvolvimento econômico e preservação ambiental na Amazônia.
PF investigará ‘matança’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu uma investigação independente sobre a atuação policial na megaoperação que deixou 121 mortos no Rio, com a participação de legistas da Polícia Federal (PF) para apurar as circunstâncias das mortes. “É importante a gente verificar em que condições ela [a operação] se deu, porque até agora nós temos uma versão contada pela polícia, contada pelo governo do estado e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, disse o presidente. Lula está em Belém (PA) para cumprir agendas da COP30, e, em entrevista à Associated Press e à Reuters, se referiu à operação como uma “matança”. “O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas, do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa.” As falas marcam a primeira crítica direta do presidente ao episódio. Na semana passada, ele havia se limitado a defender o combate ao crime organizado, sem confrontar a atuação do governo fluminense ou das forças de segurança estaduais. (g1)
PF investigará ‘matança’ 2
Não demorou para a oposição reagir. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, criticou o presidente por não citar os policiais mortos. Já o senador Ciro Nogueira (PP) retomou uma fala recente do petista — de que traficantes seriam “vítimas de usuários” — para atacá-lo nas redes. “Lula prova de novo que acha que os traficantes são vítimas. Presidente, houve matança sim: os bandidos mataram 4 policiais e atiraram em vários outros”, escreveu. (Folha)
PF investigará ‘matança’ 3
Horas depois da entrevista, a conta oficial de Lula no X reafirmou que o governo atua para “quebrar a espinha dorsal” do tráfico e do crime organizado, com foco nas “cabeças do crime”. Lula reforça que seu governo retirou do crime organizado bilhões de reais e que a Polícia Federal (PF) aumentou drasticamente o número de suas operações, bem como a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A mensagem manteve o tom do Planalto, ao reiterar a aposta em inteligência e integração das forças de segurança, e alinhou esse discurso às propostas já enviadas ao Congresso, como a PEC da Segurança e o projeto de Lei Antifacção. Em Brasília, aliados disseram não ver mudança no discurso do presidente. (Valor)

CPI do Crime Organizado
Mas o Planalto teve uma vitória importante no debate sobre segurança pública. Por seis votos a cinco, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente da CPI do Crime Organizado, derrotando o nome da oposição, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RJ), que ficou com a vice-presidência, após acordo. Contarato, que já divergiu do PT em temas de segurança, prometeu independência. A CPI vai investigar a estrutura e a expansão de milícias e facções como o Comando Vermelho e o PCC por 120 dias, prorrogáveis por mais 60. O relator será Alessandro Vieira (MDB-ES), autor do requerimento e nome de consenso entre governo e oposição. (UOL-Charge do Orlando)
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Já aprovado, o plano de trabalho da CPI prevê convites a ministros e 11 governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (SP) e Cláudio Castro (RJ). Vieira dividiu a apuração em nove eixos e quer priorizar a convocação de autoridades com “conhecimento profundo” sobre o avanço das facções e milícias. (Veja)
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“Sem gritaria, com divergências e debate. A primeira sessão da CPI do Crime Organizado no Senado até pareceu uma aula de política feita por adultos — uma amostra do que Brasília pode ser quando não é assaltada pelo bolsonarismo. Vai ser sempre assim? Difícil”. (Flávia Tavares-YouTube)
Enquanto isso, na Câmara…
…o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Paulo Azi (União), adiou para hoje a votação do projeto que equipara facções a grupos terroristas, antes prevista para ontem. O recuo ocorreu após pressão do governo, que tenta emplacar seu próprio texto — o projeto de lei “antifacção”, enviado na semana passada. A ministra Gleisi Hoffmann (PT) atuou pessoalmente na articulação. A proposta em análise é do deputado Danilo Forte (União), relatada por Nikolas Ferreira (PL), e é uma das bandeiras do bolsonarismo no Congresso. (Globo)
Sob pressão
Cláudio Castro está sob pressão também no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde é julgado por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2022. A relatora do caso, Isabel Gallotti, votou pela cassação e a inelegibilidade dele Castro e do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil) e a realização de novas eleições. No entanto, após o voto dela, o julgamento foi adiado por pedido de vista do ministro Antonio Carlos Ferreira e deve voltar à pauta nas próximas semanas. (g1)
Missão
E o MBL agora tem um partido para chamar de seu. O TSE aprovou a criação do Missão, que usará o número 14 nas urnas. A legenda apresentou mais de 577 mil assinaturas válidas e diretórios em nove estados, o mínimo exigido por lei. No estatuto, defende responsabilidade fiscal, endurecimento das leis penais e industrialização do Nordeste. (Globo)
Cela especial na Papuda
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, deve autorizar a transferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma cela especial na Papuda, em Brasília. Com paredes brancas, ar-condicionado e televisão, o espaço já foi vistoriado e aprovado pelo magistrado, segundo a coluna de Paulo Capelli. Bolsonaro segue cumprindo prisão domiciliar, mas aliados acreditam que o STF deve determinar a mudança ainda na próxima semana, após a análise dos embargos da defesa. A avaliação entre ministros, no entanto, é que o ex-presidente deve permanecer pouco tempo no presídio, antes de voltar ao regime domiciliar por razões médicas. (Metróples)
Perdeu, Mané
Em um recado das urnas para Donald Trump, o Partido Democrata saiu amplamente vitorioso nas eleições locais de terça-feira. A conquista mais expressiva foi de Zohran Mamdani, que, aos 34, será o primeiro prefeito muçulmano e socialista de Nova York. Foi uma derrota para Trump, que ameaçou cortar verbas federais para a cidade, caso ele fosse eleito, e também para a cúpula democrata, que preferia o ex-governador Andrew Cuomo — derrotado na convenção por Mamdani, ele concorreu como independente. Mas a vitória democrata não se limitou à Big Apple. Nas duas eleições estaduais, Mikie Sherrill e Abigail Spanberger tiraram os republicanos dos governos de Nova Jersey e da Virgínia. Ambas, porém, adotaram uma estratégia oposta à de Mamdani, afastando-se das pautas de esquerda. E a Califórnia, tradicional reduto democrata, aprovou um redesenho nos distritos eleitorais, o que deve dar ao partido mais cinco cadeiras no Congresso nas eleições legislativas de 2026. (AP)
Licença-paternidade
A Câmara dos Deputados aprovou de forma simbólica um projeto de lei que amplia gradualmente de cinco para 20 dias a licença-paternidade para trabalhadores do regime CLT. O benefício deve começar a partir de 2027, com um período de transição. Serão concedidos dez dias no primeiro ano da lei, acrescentando cinco dias a cada ano até chegar ao limite de 20 dias. O projeto também prevê a criação de um salário-paternidade no INSS com as mesmas regras do salário-maternidade e garantia de estabilidade no emprego por 30 dias depois do retorno. O texto segue para o Senado. (UOL)
Nomes mais populares
O IBGE divulgou nesta terça-feira a lista de nomes mais populares do Brasil. Maria está no topo como o mais comum, usado por mais de 12 milhões de pessoas — ou 6% da população. José vem em segundo, com 5 milhões de pessoas, ou 2,5% dos brasileiros, seguido por Ana, com quase 4 milhões (1,9%). Maria e José já eram os mais populares em 2010. Pela primeira vez, o IBGE também revelou os sobrenomes mais comuns do país. Silva é o líder do ranking, com 34 milhões, ou 17% da população, seguido por Santos (21,4 milhões, 10,5%) e Oliveira (21,3 milhões). A lista também conta com nomes usados por apenas 20 pessoas, entre eles, Abao, Ezulina e Laurineth. (g1)
Efeito estufa
As promessas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa avançaram pouco e o planeta vai exceder a meta de aquecimento de 1,5°C em relação à era pré-industrial (1850-1900), reconheceu um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Mesmo com os acordos firmados no Acordo de Paris, o mundo continua caminhando para um aumento de temperatura entre 2,3°C e 2,5°C até o fim do século, podendo chegar a 2,8°C antes de 2100, caso as nações não cumpram o que já foi prometido. (Globo)
Origem Verificada
A Anatel anunciou que, a partir de 15 de novembro, empresas de telecomunicações que façam mais de 500 mil chamadas por mês terão de identificar essas ligações usando a tecnologia Origem Verificada, após o órgão negar pedido de prorrogação do prazo. A medida vem junto à revogação da obrigatoriedade do prefixo “0303” para telemarketing ativo, com o regulador justificando que o novo sistema, que mostra nome e logomarca, é mais eficaz no combate a fraudes. (Folha)
Ação contra a Meta
E a OAB-RJ entrou com uma ação civil pública contra a Meta por considerar que o WhatsApp apresenta uma “falha sistêmica” ao não desvincular imediatamente contas de números de telefone cancelados. Segundo a entidade, a demora cria uma janela de até 180 dias em que golpistas podem se apropriar de contas antigas e ter acesso a mensagens e grupos via Wi-Fi, o que violaria a privacidade dos antigos usuários e facilitaria fraudes. (UOL)
Apple Watch
O WhatsApp lançou nesta terça um aplicativo próprio para Apple Watch, que permite ler mensagens completas, gravar e enviar áudios, reagir a conversas e receber chamadas diretamente no relógio. É a primeira vez que o app de mensagens funciona de forma nativa no watchOS, sem depender diretamente do iPhone. A novidade exige um modelo a partir do Apple Watch Series 4 com sistema atualizado para o watchOS 10. (TechCrunch)
Doutor Honoris Causa
Bob Dylan aceitou o título de Doutor Honoris Causa oferecido pela Berklee College of Music, uma das faculdades de música mais conceituadas do mundo, em Boston, nos Estados Unidos. Em comunicado, a instituição reconheceu a “influência extraordinária de Dylan na música moderna” e seu “compromisso de uma vida inteira com a exploração criativa”. O músico já havia recebido a mesma honraria das universidades de St. Andrews, na Escócia, em 2004, e de Princeton, em 1970. Não há planos para que Dylan compareça a nenhuma cerimônia de titulação, mas a escola está organizando um concerto-tributo nesta quarta-feira. (Rolling Stone)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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