Por Roberto Kuppê (*)
Alianças históricas
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) afirmou neste sábado, em Vilhena, estar satisfeito com os resultados das alianças políticas construídas ao longo de sua trajetória e que, segundo ele, têm garantido bons resultados administrativos para Rondônia. Ao participar da Caminhada da Esperança, o parlamentar reforçou que a história política do estado foi construída com diálogo, união e coragem.
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“Eu ouvi lideranças, incorporei ideias e construí uma aliança vitoriosa. A nossa história é feita dessas alianças”, afirmou. Para Confúcio, este não é um momento de silêncio. “Não é hora de calar, é hora de abrir a boca. Os recursos que estão chegando aqui nunca chegaram antes”, disse, ao destacar os investimentos federais em Vilhena e em outras regiões do estado.
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O evento reuniu partidos progressistas e lideranças políticas com o objetivo de fortalecer, para as eleições de 2026, projetos considerados exitosos para Rondônia e destravar iniciativas que, segundo o grupo, foram paralisadas pela atual gestão estadual. Vilhena fica a 707 quilômetros de Porto Velho, na divisa de Rondônia com Mato Grosso.
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Confúcio criticou o que chamou de comodismo e medo no debate político. Para ele, essa postura prejudica o avanço das políticas públicas. “Os partidos que estão aqui sempre foram bons de briga. O MDB enfrentou a ditadura militar, fomos presos e exilados, mas nunca nos faltou coragem para debater. Não faz sentido agora se calar”, afirmou.
PF na mira de Moro e Dallagnol
A Polícia Federal aprofundou a investigação sobre o uso de um aparelho de gravações telefônicas pela força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná, ampliando o cerco jurídico em torno de seus principais expoentes, entre eles o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol. A apuração busca esclarecer se o equipamento foi utilizado para realizar grampos ilegais, sem autorização judicial, atingindo advogados, investigados, testemunhas e até autoridades com foro privilegiado.
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As informações foram reveladas em reportagem de Aguirre Talento, no jornal Estado de S. Paulo, que teve acesso exclusivo aos detalhes do inquérito conduzido sob sigilo. A perícia foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após decisão do ministro Luís Felipe Salomão, que reverteu um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) favorável ao arquivamento do pedido. (Do Brasil 247)
A agenda de Vorcaro
Conhecido em Brasília por alardear sua extensa rede de relações políticas, o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, tem no celular uma lista de contatos que inclui ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a cúpula do Congresso. Após as quebras dos sigilos fiscal, bancário e telemático do banqueiro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS recebeu um arquivo que mostra os telefones que ele registrou em seu aparelho. O GLOBO identificou na agenda pelo menos três ministros do Supremo, cinco senadores, 20 deputados e um governador.
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Não há informações sobre trocas de mensagens ou ligações, apenas a lista com os contatos. Procurado, Vorcaro não se manifestou. Um dos nomes é o ministro do STF Dias Toffoli, que preside na Corte a investigação sobre as supostas irregularidades do Master. Conforme revelou o colunista Lauro Jardim, do GLOBO, Toffoli viajou em um jato particular a Lima, no Peru, acompanhado do advogado de um diretor do Banco Master. Dias depois da viagem internacional, o ministro decretou o sigilo do inquérito e decidiu que todas as investigações sobre a instituição deveriam passar pelo Supremo.
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Além disso, na sexta-feira, o ministro retirou da comissão parlamentar o acesso a todo material da quebra dos sigilos, como dados financeiros e mensagens de WhatsApp. O gabinete de Toffoli explicou que os advogados do empresário pediram a anulação das medidas, o que foi indeferido por ele. No lugar, o ministro determinou que os documentos fossem encaminhados diretamente ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e ficassem guardados na presidência da Casa até uma nova deliberação do STF sobre o assunto.
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O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), considerou a ordem judicial “grave” por “enfraquecer a investigação” e “ampliar a desconfiança da sociedade”. Assim como Toffoli, Alcolumbre também aparece na lista de contatos. Procurados para comentar, eles não se manifestaram. (GLOBO)
Emenda Master
Foi no Senado que, em 2024, houve um debate legislativo que poderia ter beneficiado o Master em meio ao processo de expansão do banco. Na ocasião, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que aparece na agenda de Vorcaro, apresentou uma emenda ao projeto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da autonomia financeira do Banco Central que aumentaria de R$ 250 mil para R$ 1 milhão a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para as aplicações financeiras como o CDB, principal produto do banco — a alteração, portanto, permitiria ampliar a captação de recursos. O dispositivo, que ficou conhecido no Congresso como “emenda Master”, não foi incluído no projeto. Na época, o senador negou que houvesse a intenção de beneficiar o banco. Procurado, Nogueira não se manifestou.
Kast
A direita voltou ao poder no Chile. José Antonio Kast, do Partido Republicano, foi eleito presidente no segundo turno das eleições realizadas neste domingo, com 58,2% dos votos. A candidata governista Jeannette Jara, do Partido Comunista do Chile, que obteve 41,8% dos votos, reconheceu a derrota e prometeu fazer “oposição responsável”, enquanto o presidente Gabriel Boric felicitou o vencedor e desejou-lhe sorte. Admirador de Donald Trump e Jair Bolsonaro, Kast será o presidente chileno mais à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há 35 anos, mas assumirá o cargo em um cenário político adverso, marcado por um Congresso sem maiorias definidas e por possíveis dificuldades na formação de um governo com uma direita fragmentada. Em seu discurso, porém, ele afirmou que governará “para todos os chilenos” e classificou o resultado como “a vitória da esperança de viver sem medo”. (La Nación)
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Apesar do Congresso fragmentado, Kast tem esperança de aprovar rapidamente os projetos que formam a espinha dorsal de seu programa de governo: a redução de impostos para empresas, a eliminação de tributos para a compra da primeira casa e a simplificação das leis ambientais e trabalhistas, além de políticas de austeridade econômica. (La Tercera)
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A eleição de Kast redesenha o mapa político da América do Sul. Em março, quando ele tomar posse, seis dos 12 países da região serão governados pela direita (Chile, Argentina, Paraguai, Bolívia, Equador e Peru), e os outros seis pela esquerda (Brasil, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Guiana e Suriname). Embora esteja no continente, a Guiana Francesa não é um país independente, e sim parte da França. (g1)
Hanukkah sangrento
Quinze pessoas morreram e pelo menos 40 ficaram feridas em um ataque a tiros feito por dois homens armados neste domingo a uma celebração do Hanukkah, uma festividade religiosa judaica, na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália. Os suspeitos foram identificados pela imprensa australiana como sendo Sajid Akram, de 50 anos, e seu filho Naveed Akram, de 24. O primeiro foi morto e o segundo está internado em estado estável. Um vídeo mostra o momento em que Ahmed al Ahmed, filho de refugiados sírios, ataca e desarma um dos atiradores. A Polícia ainda investiga se mais alguém participou do ataque, classificado pelo primeiro-ministro Anthony Albanese como “ato de pura maldade” e “antissemitismo”. Líderes de todos os partidos se comprometeram em endurecer as já rígidas leis contra armas. (CNN)
Enquanto isso…
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, atacou duramente Albanese, afirmando que “seu apelo por um Estado palestino alimenta o fogo antissemita”. Netanyahu, contrário à solução de dois Estados, procura repetidamente associar os apelos generalizados por um Estado palestino e as críticas à ofensiva militar de Israel em Gaza aos crescentes incidentes de antissemitismo em todo o mundo. (AP)
Itamaraty expressou nota
Já o Itamaraty divulgou nota expressando solidariedade às famílias das vítimas do atentado. “O Brasil reafirma seu enérgico repúdio a todo ato de terrorismo e a quaisquer manifestações de antissemitismo, ódio e intolerância religiosa”, diz o texto. (g1)
Zelensky
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reuniu neste domingo na Alemanha com os negociadores americanos no que foi considerada uma rodada crucial de conversas para tentar chegar a um acordo para pôr fim à guerra com a Rússia. Pressionado por Donald Trump, Zelensky deixou claro que o país estava disposto a fazer concessões, como desistir do ingresso no Otan, mas reiterou a resistência a ceder aos russos o território ucraniano que Moscou controla atualmente, como sugeriu Trump. (New York Times)
Zambelli renunciou
A ex-deputada Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao mandato na Câmara neste domingo. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), convocou o suplente da parlamentar, Adilson Barroso (PL-SP). A decisão foi parte de uma saída negociada com a cúpula da Câmara, depois que o plenário rejeitou a cassação da parlamentar, condenada à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na sexta-feira, a Corte ordenou que Motta tirasse o mandato de Zambelli. (Folha)- Charge do Spacca
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Adilson Barroso se descreve como “bolsonarista de direita, conservador, patriota, amigo do [ex-presidente] Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Nikolas Ferreira”. Até recentemente, Barroso ocupava a vaga do ex-secretário de Segurança de São Paulo Guilherme Derrite na Câmara dos Deputados. Como Derrite deixou o cargo no governo de São Paulo no final de novembro e retomou o mandato, Barroso voltou à condição de suplente, agora revertida com a renúncia de Zambelli. Adilson Barroso foi um dos fundadores do Partido Ecológico Nacional (PEN), que mudou de nome para Patriota em 2017. (O Globo)
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A renúncia de Zambelli era uma carta que aliados e advogados dela mantinham na manga desde antes da votação no plenário da Câmara, que deu sobrevida ao mandato da parlamentar, na quinta-feira. A estratégia de Zambelli, segundo aliados, foi a de aceitar a derrota e evitar a ampliação de danos. Seu grupo avalia que o status de parlamentar que renunciou é diferente do de deputada cassada e permitirá demonstrar uma perseguição política. O plano agora é ganhar uma autorização para deixar a cadeia. (Estadão)
Inimigos do povo
Manifestantes de esquerda repetiram neste domingo a estratégia adotada em setembro, na época da PEC da Blindagem, e foram às ruas protestar contra o Congresso. Os atos, no entanto, registraram público menor, apesar da presença de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, que se apresentaram no Rio. A pauta girou em torno de críticas ao Legislativo, classificado em faixas como “inimigo do povo”, e à ideia de aliviar as penas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos demais condenados por tentativa de golpe, como propõe o PL da Dosimetria, aprovado na Câmara.
Segundo pesquisa do Monitor do Debate Político da USP, em parceria com a ONG More in Common, feita por meio de drones, o ato em São Paulo teve um terço do público de setembro: 13,7 mil, contra 42,3 mil naquela ocasião. O Rio contou com pouco menos da metade: 18,9 mil, enquanto o de três meses atrás mobilizou 41,8 mil pessoas. (O Globo)
Inimigos do povo 2
A RKTV esteve das manifestações em Maceió. A maioria dos participantes foi de professores, universitários, sindicalistas, partidários esquerdistas e jovens. Até um indígena protestou contra o Marco Temporal que vai a votação hoje no STF. A RKTV fez umas imagens na orla da Ponta Verde.
Imbecil
O cantor e militante bolsonarista Zezé Di Camargo anunciou em suas redes que rompeu com o SBT após a emissora convidar o presidente Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes para um especial e para o lançamento do SBT News. Ele ainda reivindicou que a emissora cancele sua participação no especial de Natal. Isso se chama imbecilidade, antidemocracia e falta de liberdade de expressão. Logo ele que defendeu o mercado livre e a própria liberdade de se expressar. Típico bolsonarista incoerente. A coluna está sendo educada com esse ser abjeto. A vontade é de mandar ele tomar naquele lugar.
Imbecil 2
Muitos fanáticos religiosos — manipulados, iludidos e politicamente adestrados pelo bolsonarismo — ficaram espumando com o lançamento do SBT News. O refrão foi o de sempre: “Silvio Santos nunca convidaria o Lula.”
Medo da violência
O medo da violência fez com que 72% dos brasileiros mudassem a rotina de alguma forma, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste domingo. A maior mudança foi no uso do celular, com 56% dizendo ter deixado de usar o aparelho nas ruas nos últimos 12 meses, enquanto 31% passaram a tirar alianças, correntinhas e outros adereços, e 27%, relataram ter deixado de fazer algo prazeroso. Por medo, 36% afirmam ter mudado o caminho para o trabalho ou o local de estudo, e outros 26% deixaram de sair de casa. (Folha)
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O Brasil aparece na 7ª colocação entre os dez países com violência mais severa do mundo em 2025, segundo o Índice de Conflitos elaborado pela ONG Acled. O ranking analisa conflitos em todos os territórios do planeta levando em conta letalidade, perigo para civis, dispersão geográfica da violência e fragmentação dos grupos armados. Segundo a entidade, o Brasil figura entre os países em nível extremo de violência, especialmente por seus indicadores ligados à fragmentação de grupos armados e risco aos civis, associados a gangues e organizações criminosas. A Palestina foi considerada o lugar mais perigoso do mundo, seguida por Mianmar e Síria. (UOL)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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