Membros civis e militares fazem parte de vários grupos nas redes sociais que anunciam para este 22 de março (uns preferem o fatídico 31 de março), movimento visando um novo golpe militar no Brasil que deverá ocorrer em várias cidades. Uma das páginas (fan page) leva o nome sem qualquer tentativa de esconder a intenção: “Golpe Militar 2014”. A fan page possui quase 20 mil “curtidas”. Eles noticiam o golpe na Venezuela e tem como “madrinha” Raquel Sheherazade, aquela que apoia justiça com as próprias mãos.
Os alvos dos ataques dos membros da página, é claro, o PT e a presidente Dilma. Eles dizem somar 5 milhões, “que poderiam mudar os rumos das eleições”. Segundo dados na página, são cerca de 600 mil militares, a maioria insatisfeitos com o rumo no qual o País está tomando. Segundo a página, muitos deles estão infiltrados em partidos de direita e vão disputar as eleições deste ano. De acordo com a página, o evento vai ocorrer em todas as capitais brasileiras, dando como referência comandos e batalhões militares do Exército. Com exceção do Rio e São Paulo, cujos movimentos acontecerão na Candelária e Praça da República, respectivamente.
General na parada
O general Paulo Chagas é um dos primeiros militares a se manifestar publicamente sobre o movimento marcado para o dia 22 desse mês. O general de Brigada vê na marcha da família uma contribuição importante e convoca toda a sociedade esclarecida para ostentar publicamente sua posição. “A debacle da Suprema Corte, desmoralizada por arranjos tortuosos que transformaram criminosos em vítimas da própria justiça, compromete a crença dos brasileiros nas instituições republicanas e se soma às muitas razões que fazem com que, com frequência e veemência cada vez maior, os generais sejam instados a intervir na vida nacional para dar outro rumo ao movimento que, cristalinamente, está comprometendo o futuro do Brasil. Os militares em reserva se têm somados aos civis que enxergam em uma atitude das Forças Armadas a tábua da salvação para a Pátria ameaçada, quando não são eles próprios os alvos do clamor daqueles que já identificam nas imagens dramáticas da capital venezuelana a cor fúnebre do nosso destino”, justifica o general. De acordo com o general, “entre os civis esclarecidos é fácil perceber a confiança no discernimento e no patriotismo dos soldados. Todos querem que os Generais façam alguma coisa, mas, ainda são poucos os que se dispõem a fazer o que está ao seu alcance”, diz.
Outro grupo
Um outro grupo, denominado Pró-Brasil, Rumo a 2014, pretende lançar vários candidatos de direita, visando desestabilizar a reeleição de Dilma. Eles não defendem golpe militar, apenas tirar o PT do poder. “A proposta é ambiciosa, direcionada para a sociedade esclarecida, formadora de opinião, e que tem consciência da necessidade de lutar pelos cargos no legislativo e executivo. Para o legislativo propomos simplesmente que não se vote em nenhum candidato do PT e base aliada, independente de suas promessas de campanha eles seriam fieis a ideologia do PT assim que forem eleitos. No que se refere a candidatos para a presidência do Brasil – disputa difícil por conta do intenso assistencialismo governamental – claramente eleitoreiro, ha grande possibilidade de se derrubar o PT, basta uma estratégia racional”, pregam na página social.
Eles pretendem lançar vários candidatos à presidência como Marco Feliciano (evangélicos e católicos), Ronaldo Caiado (ruralistas, médicos e conservadores), e Jair Bolsonaro (militares de todo o Brasil, cristãos e pró-família) que “retiraria do PT mais de 35 milhões de votos”, imaginam. “Com essa proposta ha grande possibilidade de empurrar Dilma para o segundo turno, onde, em uma aliança bem montada, apoiaria-se um nome forte que poderia enfrentar o PT, mediante alianças e acordos com representantes de categorias e da sociedade de direita”. Eles tem tudo planejado. Só falta combinar com o eleitor.
Fonte: +RO www.maisro.com