35 C
Porto Velho
quinta-feira, agosto 28, 2025

De tudo um pouco…

Por Roberto Kuppê (*)

Hoje é 6 de janeiro, Dia de Reis (doze dias após o nascimento de Jesus os Três Reis Magos o visitaram). Três Reis Magos, 13 letras. O dia da morte do tetra campeão Zagallo. O verdadeiro mito do esporte será homenageado nos dias que seguirão.

Como a coluna Zona Franca de ontem adiantou, a CPI que investigaria as ações sociais do padre Júlio Lancelotti, morreu sem ter nascida. Natimorta, como deveria ser. Inimaginável investigar quem tem se doado desde sempre. Durante a pandemia, correndo risco de vida, ele não parou as doações de refeições às populações vulneráveis, muito pelo contrário, intensificou, aumentou.

Lancelotti é para ser homenageado sempre, sempre e sempre. Ir para a galeria de heróis. Mas, não. Parece que fazer o bem, faz mal à algumas pessoas. Incomoda. Vejo pessoas fazendo o bem somente às vésperas das eleições. Filmando, mostrando que “é bom”. Padre Júlio Lancelotti não tem equipe de filmagens. Não tem equipe de marketing acompanhando ele, com intuito de mostrar nas redes sociais o quanto ele é generoso. Não. Nunca teve intenção política. Jamais.

Não se assustem quando Jesus voltar. Se voltar! Ele será novamente crucificado. Por quem? Por “gente de bem”. Será massacrado nas redes sociais por estar do lado dos pobres assim como padre Júlio Lancelotti. Jesus será chamado de falso profeta. Por quem? Pelos falsos profetas!

Na próxima segunda, 8, haverá um evento no Palácio do Planalto, para lembrar o dia em que o Brasil correu risco de voltar à uma Ditadura Militar. Foi por pouco! Se Lula não tivesse ouvido a Janja (primeira dama), para não decretar uma GLO, a esta hora estávamos há um ano sendo governados por uma junta militar. Lula estaria no exílio e o ministro Alexandre de Moraes morto, provavelmente encontrado enforcado.

O que aconteceu no dia da diplomação de Lula, 12 de dezembro de 2022, foi um ato terrorista. Mas, impressionantemente, ninguém foi preso. A PF atacada, não reagiu. PMs do DF, com cara de paisagem, assistiram imobilizados a destruição de Brasília. No dia 24 de dezembro, uma bomba foi plantada num caminhão tanque (de gasolina) perto do aeroporto de Brasília. Era para ter explodido e matado centenas de pessoas. Por um erro, não explodiu, graças a Deus.

Lembro como hoje, o dia 6 de janeiro de 2023. Dois dias antes. Acompanhava pari passu após o anúncio de que nos dias 7, 8, 9 e 10 de janeiro haveria manifestações contra o governo Lula recém empossado. Pelos sites, li que não seria permitida a entrada dos manifestantes à Esplanada dos Ministérios. Menos mal. No dia 7, um sábado, li por volta das 22h que sim, os manifestantes iriam até a Esplanada dos Ministérios, após nova decisão. Fiquei apreensivo.

Polícia Militar de Brasília escoltou radicais até a EsplanadaNo domingo, 8 de janeiro, minha família se preparava, por volta das 10 da manhã,  para ir para praia  do Gunga, na Barra de São Miguel (AL). Eu preferi não ir, pois estava acompanhando, mesmo de longe, os acontecimentos em Brasília. Antes de partir para a praia, meu irmão Moraes, perguntou como estavam as coisas em Brasília. Eu brinquei: “Está tudo sitiado. Fecharam Brasília e tomaram o poder”. Era só uma brincadeira, mas…

Quando, por volta das 14hs, um grupo de manifestantes adentrava à Esplanada dos Ministérios, lembro que fiquei estupefato. Isso não estava cheirando bem. Uma semana antes, o deputado federal Eduardo Bolsonaro publicou no Twitter uma foto de 2013, do Congresso Nacional sendo tomado por manifestantes. Estaria para ser repetida a cena, só que com mais gravidade.

Manifestantes desceram rumo à Praça dos Três Poderes escoltados pela PMDF, sob a alegação de  “colaborar, ajudar e principalmente, fazer a segurança”. Lembrando que um dia antes, a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) informou que decidira fechar a Esplanada dos Ministérios, mas não foi o que aconteceu na prática. Não só abriu como permitiu sob escolta da PMDF o ingresso dos manifestantes que se transformaram em terroristas ao depredar tudo, com a intenção de criar clima para um golpe militar.

Na ocasião, houve quem defendesse a decretação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Lula disse não,  justificando que não desejava transferir aos militares o comando de uma crise que, segundo ele, deveria ser resolvida no âmbito político. Lula afirmou: “Nas conversas que eu tive com o ministro Flávio Dino [da Justiça], e foram muitas conversas, dentre várias coisas que ele me falou, ele aventou que uma das possibilidades era fazer GLO. E eu disse ao ministro Flávio Dino que não teria GLO. Eu não faria GLO porque quem quiser o poder que dispute as eleições e ganhe, como eu ganhei as eleições”. Lula optou por uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal em vez da GLO, decisão tomada em Araraquara, interior de São Paulo, onde Lula visitava os estragos causados por chuvas no final do ano anterior.

Enfim, todo mundo sabe o que aconteceu depois. Milhares de terroristas presos. Alguns já condenados. A democracia salva. E Lula tem governado há um ano com conquistas econômicas e sociais. O Brasil não virou uma Venezuela. Quem virou uma Venezuela foi a Argentina, hoje governada por um louco.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

 

 

 

 

 

Últimas

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Relacionadas