Roberto Kuppê (*)
Mais um tiro no pé
Parece que a Lei Magnistiky deu mais força para o ministro Alexandre de Moraes. Recebeu miita solidariedade e até um jantar de desagravo no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República. Além disso, a aplicação da tal lei inócua, foi duramente criticada por personalidades internacionais, inclusive pelo criador da lei.
Lula e STF se unem
O dia seguinte à oficialização do tarifaço americano e às sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes foi de muita avaliação e definição de estratégias sobre como o Brasil vai agir a partir de agora. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tirou a quinta-feira para debater com seus ministros e com os integrantes do Supremo, ouvir conselhos, traçar planos e definir formas de ação conjunta. O primeiro encontro foi com o núcleo duro do governo. Lula recebeu no Planalto os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Alexandre Padilha (Saúde), Rui Costa (Casa Civil) e o secretário de Comunicação, Sidônio Palmeira. Alckmin não esteve presente por ter ido a São Paulo participar do programa Mais Você, da Rede Globo. Lula decidiu que só vai anunciar as medidas econômicas na semana que vem. À noite, o presidente ofereceu um jantar aos ministros do STF para discutir quais estratégias serão adotadas na defesa do ministro Alexandre de Moraes, sancionado pela Lei Magnitsky. (Estadão)
Lula e STF se unem 2
Lula já decidiu que fará, mais uma vez, um pronunciamento à nação por meio de cadeia de rádio e TV. O presidente quer se dirigir ao país para defender o ministro Alexandre de Moraes e ressaltar a importância de lutar pela soberania nacional. O presidente ainda não decidiu se a mensagem irá ao ar nesta sexta-feira ou no domingo. (Metrópoles)
Vai recorrer
O Brasil vai recorrer das tarifas de 50% que vão incidir sobre todos os produtos brasileiros que não entraram na lista de isenções. Mesmo com a Organização Mundial do Comércio sofrendo de inanição e sem capacidade concreta para alterar o rumo das coisas, o Brasil vai recorrer ao organismo internacional. A avaliação do governo é de que a OMC ainda tem representatividade internacional, ainda que simbólica. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil também vai recorrer do tarifaço nos Estados Unidos, no que ele classificou como “instâncias devidas”. Haddad considera que a isenção de quase 700 produtos brasileiros demonstrou interesse dos americanos em negociar. “Esta semana é o começo de uma conversa mais racional, mais sóbria, menos apaixonada”, disse o ministro. (Folha)
A aprovação do presidente Lula (PT) superou a rejeição pela primeira vez em 2025 após o decreto do governo dos Estados Unidos que impôs tarifas a produtos brasileiros, segundo o levantamento Latam Pulse, da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgado na quinta-feira (31). Para o cientista político Paulo Niccoli Ramirez, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o episódio fortaleceu a imagem do governo brasileiro, ao mesmo tempo em que expôs contradições da oposição bolsonarista.
Lula fortalece e Bolsonaro cava cova 2
“Lula angariou um discurso mais potente nacionalista, o que o favoreceu. Não é o estúpido estilo dos bolsonaristas, que é da boca para fora, mas um nacionalismo que defende a indústria brasileira, a produção como um todo, os trabalhadores”, afirma, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato. Por outro lado, ele diz, “a família Bolsonaro enterrou a própria cova política, atacando os interesses nacionais”.
Lula fortalece e Bolsonaro cava cova 3
Para o professor, os bolsonaristas não só perderam popularidade, como “esse jogo político conspiratório, antinacional, decreta o fim político da família Bolsonaro”. Ele afirma ainda que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado deve ter um desfecho “nos próximos meses” e defende a criminalização do bolsonarismo. “Sempre foi uma visão autoritária, militarista, antidemocrática. É isso que caracteriza o bolsonarismo”, critica.
Canal de negociação
De Washington começam a chegar indícios de que o presidente americano Donald Trump vai abrir um canal de negociação com o Brasil, fechado desde que a Casa Branca anunciou sua nova e agressiva política tarifária. De acordo com empresários de setores estratégicos para os EUA, emissários do governo americano revelaram que o Brasil será chamado à mesa de negociação, mas não neste momento. Segundo esses oficiais, Trump vai dar prioridade aos países que têm uma balança superavitária com os Estados Unidos, o que não é o caso do Brasil, que apresenta um déficit comercial antigo com os americanos. (Broadcast)
Trump errou feio
As primeiras pesquisas de opinião pública mostram que a escalada americana contra o Brasil teve efeito profundamente negativo entre os brasileiros. De acordo com o Datafolha, 89% da população acredita que o tarifaço americano vai prejudicar a economia do país. O Datafolha ainda quis saber o que os brasileiros acham das sanções americanas contra Moraes. Para 57% dos entrevistados, Trump erra ao tentar intervir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma pesquisa nas redes sociais, a Quaest detectou que o tarifaço e as sanções a Alexandre de Moraes tiveram 60% de postagens negativas. (Folha e UOL)
O posição confusa
Na oposição, o dia seguinte à escalada americana foi confuso, com diferentes atores atuando de forma pouco coordenada. O governador de Minas Gerais e anunciado pré-candidato à Presidência da República, Romeu Zema (Novo), afirmou que o ministro Alexandre de Moraes “colheu o que plantou” e que o Brasil comete um erro ao fazer parte dos Brics. Em Brasília, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, expulsou sumariamente o deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), que havia criticado Trump na quarta-feira. Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o principal articulador das sanções contra Moraes, enviou recados aos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes de que eles podem ser os próximos a serem atingidos pelo governo americano. (Globo)
Tarifaço nos tribunais
Nos Estados Unidos, o tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump começa a ser analisado nos tribunais. Nesta quinta-feira, os 11 juízes de uma corte de apelações do circuito federal em Washington fizeram as primeiras arguições aos representantes do governo americano a respeito da legalidade da aplicação das tarifas sem aprovação do Congresso dos EUA. A maior parte dos magistrados demonstrou ceticismo em relação às justificativas apresentadas pelos advogados do governo. Nenhuma decisão foi tomada. (Washington Post)
Não desistiram do golpe
“Jair Bolsonaro e seus filhos não desistem de dar um golpe no Brasil. Como as Forças Armadas não embarcaram na aventura em 2023, eles recorreram a Donald Trump, que é presidente dos Estados Unidos e se acha imperador do mundo, para terminar o serviço. É assustador um ex-presidente, um deputado desertor e um imigrante brasileiro estarem por trás desse ataque dos EUA ao país.” (Eliane Cantanhêde, Estadão)
Liga Árabe contra o Hamas
Pela primeira vez na história os 22 países da Liga Árabe se uniram para pedir que o Hamas deponha as armas, liberte todos os reféns e encerre seu controle sobre a Faixa de Gaza. Segundo o grupo, essas medidas são essenciais para viabilizar a criação de um Estado palestino. O texto também condena os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro, que deram início à atual guerra em Gaza. O documento afirma que, para encerrar o conflito, o Hamas deve entregar o controle de Gaza e suas armas à Autoridade Palestina, com apoio e supervisão internacionais. O objetivo é avançar rumo a um Estado palestino soberano e independente. A proposta inclui ainda o envio de uma missão internacional temporária de estabilização, sob a coordenação das Nações Unidas e com autorização da Autoridade Palestina, que administra parte da Cisjordânia ocupada por Israel. A declaração foi assinada também pelos 27 países da União Europeia e por outras 17 nações. (New York Times)
COP30 sob risco
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, confirmou, nesta quinta-feira, que alguns países pediram que a conferência climática deixe de acontecer em Belém, após a falta de leitos para acomodar as delegações. Ele também criticou a postura do setor hoteleiro, que passou a cobrar altos valores de hospedagem no período. Segundo Lago, a rede hoteleira está cobrando dez vezes mais que o normal, enquanto em outras edições o valor subiu, no máximo, três vezes. (Folha)
Acesso gratuito
A Starlink liberou nesta quinta-feira o acesso gratuito à sua internet via satélite para celulares de mais de 50 modelos, entre eles os iPhones 14 a 16, as linhas Galaxy S, Z e A da Samsung e outros modelos mais recentes da Motorola e do Google Pixel. O serviço, batizado de Direct to Cell, permite conexão automática em qualquer lugar com céu aberto, sem depender de torres de celular terrestres. Integrado à rede da operadora americana T-Mobile, o sistema já funcionava em regiões e aparelhos específicos desde janeiro e agora avança para cobertura mais ampla. Ainda limitado a mensagens de texto, localização e emergências, o plano da Starlink é expandir o serviço e incluir chamadas e navegação nos próximos meses. (InfoMoney)
Lula em Rondônia
Na próxima sexta-feira, 8, o presente Lula estará em Rondônia. Chega pela manhã e terá uma agenda cheia. Quem garante isso é o presidente municipal do PT de Porto Velho, Israel Trindade. Ele está em Brasília acompanhando os preparativos da vinda de Lula à Rondônia. “Tivemos uma reunião com o Secretário Geral do PT, Henrique Fontana, onde ele reafirmou a agenda de Lula em Rondônia, marcada para o dia 08 de agosto. Essa visita é um momento importante para fortalecer nossa presença e engajamento na região”, postou Israel Trindade.
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A presença de Lula em Rondônia deve ser considerada um evento especial devido à liderança dele em nível mundial. É inegável a força de Lula perante o mundo globalizado. Rondônia tem que esquecer o imbroxável que nada de bom trouxe para o estado, muito pelo contrário, trouxe prejuízo de quase 200 milhões de reais para o agronegócio com a taxação de Trump. Em dois anos e meio de mandato, Lula trouxe bilhões de reais em obras, dentre elas, a ponte binacional entre Brasil e Bolívia, que vai transformar a região de Guajara-Mirim.
Sucessão estadual
Conforme a coluna havia ventilado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) vai mesmo disputar a reeleição após aquele bate boca com a ministra Marina Silva. Para o governo não dá mais. No lugar dele, surge com força a candidatura de Fernando Máximo (União Brasil) que vai enfrentar uma campanha dura e cheia de percalços.
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Há uma diferença gigantesca entre as atuações de Marcos Rogério e Fernando Máximo. Enquanto o primeiro se preocupou em ficar famosinho em nível nacional, o segundo preferiu ficar bem conhecido em todos os 52 municípios. O primeiro correu e ainda corre sério risco de ser prejudicado pela prisão de Bolsonaro. Já o segundo, mantém uma distância razoável do imbroxável.
Pautas do segundo semestre
Senadores apontam a reforma administrativa e propostas de justiça fiscal como prioridades do Congresso Nacional para o segundo semestre de 2025. Confúcio Moura (MDB-RO) defende ajustes no serviço público e critica distorções salariais. “Existem temas polêmicos, como esses supersalários. Nós temos que encarar, porque a população exige uma posição do Congresso Nacional articulado com os poderes, no sentido de dar uma certa disciplina nessa questão. Por que que no Brasil castas tão privilegiadas num país tão desigual como o nosso?”
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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