O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda oficial nesta sexta-feira (8) em Porto Velho, capital de Rondônia, onde participa da cerimônia de anúncio de novos investimentos do Governo Federal no estado. O evento está previsto para ocorrer às 15h30, no Teatro Estadual Palácio das Artes. A visita, no entanto, ocorre em meio a um ambiente político adverso, marcado pela predominância de parlamentares bolsonaristas na bancada federal rondoniense. Porto Velho é a quarta capital mais bolsonarista do Brasil, a saber:
- Boa Vista (Roraima): 144.799 votos para Bolsonaro (79,47%) e 37.412 votos para Lula (20,53%)
- Rio Branco (Acre): 142.090 votos para Bolsonaro (72,51%) e 53.873 votos para Lula (27,49%)
- Curitiba (Paraná): 720.322 votos para Bolsonaro (64,78%) e 391.675 votos para Lula (35,22%)
- Porto Velho (Rondônia): 169.299 votos para Bolsonaro (64,63%) e 92.636 votos para Lula (35,37%)
- Goiânia (Goiás): 513.018 votos para Bolsonaro (63,95%) e 289.172 votos para Lula (36,05%)
BANCADA HOSTIL
Durante a solenidade, o presidente Lula anunciará investimentos nas áreas de educação, infraestrutura, energia, transportes e regularização fundiária. Um dos principais destaques é o início das obras da ponte binacional sobre o Rio Mamoré, ligando Guajará-Mirim (RO) a Guayaramerín, na Bolívia — considerada uma das maiores intervenções viárias do atual mandato.
O ministro da Educação, Camilo Santana, também integra a comitiva presidencial em Porto Velho. A cerimônia ocorre num dos estados mais hostis ao presidente da República: em 2022, Lula obteve 35,37% dos votos na capital rondoniense, contra 64,63% de Jair Bolsonaro.
Além da ausência de membros da bancada federal, a visita presidencial não contará com a participação confirmada do governador Marcos Rocha (União Brasil) nem do presidente da Assembleia Legislativa, Alex Redano (Republicanos). Ambos, alinhados à base bolsonarista, não anunciaram presença ou representação oficial no evento.
REPÚDIO
Nesta semana, a Assembleia Legislativa de Rondônia aprovou uma moção de repúdio ao presidente Lula, proposta pelo deputado Delegado Camargo (Republicanos). O documento alega cortes em áreas como saúde (R$ 4,4 bilhões) e educação (R$ 42,3 bilhões para os próximos cinco anos), além de críticas à condução da política externa e denúncias envolvendo o INSS.
A moção, segundo o parlamentar, representa um protesto formal contra decisões federais que, em sua avaliação, afetam diretamente a população. “Trata-se de um posicionamento firme contra decisões que impactam a vida de milhões de brasileiros e colocam em risco o nosso futuro”, declarou Camargo.
Com informações do Tudorondonia