Após longa jornada em busca de profissionais e impasse com a UNIR,
órgão recorre à articulação política para atender agentes de saúde
expostos a DDT.
Em uma nova e decisiva etapa de uma longa jornada pela garantia de direitos
dos servidores federais, a Superintendência do Ministério da Saúde em
Rondônia (SEMS-RO) formalizou um pedido de apoio ao senador Confúcio
Moura.
O objetivo é que o senador auxilie na articulação de uma parceria com a
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) para, finalmente, viabilizar a
concessão da aposentadoria especial aos servidores federais, como agentes
de saúde pública e guardas de endemias.
A luta, que se arrasta desde junho de 2023, busca assegurar o benefício para
profissionais que tiveram sua saúde afetada pela exposição ao DDT, veneno
utilizado por décadas no combate a doenças como malária e dengue. Para a
concessão, é necessária a elaboração de laudos técnicos por médicos e
engenheiros do trabalho, especialistas que a Superintendência não possui em
seu quadro.
O superintendente Sid Orleans explicou a urgência e o caráter social da
demanda. “Estamos travando uma batalha justa por um direito histórico dos
nossos servidores. Esses homens e mulheres dedicaram a vida a proteger a
população de Rondônia e tiveram sua saúde comprometida no processo. É
nosso dever moral e administrativo esgotar todas as possibilidades para garantir este direito”, afirmou. “O apoio do Senador Confúcio Moura é
fundamental nesta etapa para buscarmos, junto à reitoria da UNIR, já como o
nosso Parlamentar tem uma relação próxima da nossa Reitora, uma solução,
ainda que parcial, para essa dívida que o Estado brasileiro tem com esses
trabalhadores," apontou o Superintendente.
Segundo Orleans, a busca por uma solução tem sido um verdadeiro percurso
de obstáculos. A primeira tentativa, em 2023, envolveu médicos da antiga
FUNASA, que não haviam concluído a especialização necessária.
Posteriormente, um profissional habilitado que atuava no interior do estado
desistiu da parceria por questões pessoais.
A terceira e mais promissora alternativa foi um diálogo iniciado em 2024 com a
UNIR, que estava contratando médicos e engenheiros do trabalho à época.
Após um interesse inicial da gestão anterior da universidade, a SEMS-RO
realizou um minucioso levantamento de seis meses, mapeando todos os
servidores aptos em 39 municípios, conforme solicitado pela Instituição.
Contudo, a nova reitoria da UNIR comunicou recentemente a impossibilidade
de ceder os profissionais, alegando também necessidades internas urgentes.
Diante do impasse, a estratégia da Superintendência é o apelo ao Senador
para mediar uma solução com a UNIR, visando atender pelo menos os
servidores de municípios próximos como Porto Velho, Candeias e Ariquemes,
facilitando também o aceite junto à Universidade para o estabelecimento de
convênio de cooperação técnica entre as partes.