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quarta-feira, outubro 1, 2025

Oposição testa forças e mira Confúcio Moura em Costa Marques

Por Roberto Kuppê (*)

A passagem do senador Confúcio Moura (MDB) por Costa Marques nesta semana deixou claro que o calendário oficial pode até marcar 2025, mas o jogo de 2026 já começou. Um grupo organizado pela oposição aproveitou a visita para puxar o velho debate sobre reservas ambientais criadas em sua gestão como governador, especialmente na região de Serra Grande.

O assunto não é novo. Há moradores que alegam viver e produzir nessas áreas há décadas e que desde 2018 tentam, pela via judicial e junto a órgãos ambientais, garantir permanência no território. Mas a escolha do palco e do momento não foi casual: levantar essa pauta diante do senador foi mais uma senha política do que propriamente uma cobrança administrativa.

A leitura política do episódio

Na prática, o que se viu foi uma tentativa explícita da oposição de transformar uma visita institucional em trincheira eleitoral. E aqui vale um ponto: quem conhece a política rondoniense sabe que reservas ambientais sempre foram combustível para discursos inflamados. Mas em Costa Marques, a cena foi além da questão fundiária — virou teste de resistência para um dos nomes mais fortes da sucessão estadual.

Confúcio, como é de seu estilo, não caiu na provocação. Respondeu com calma, defendeu o diálogo e lembrou que a solução passa pelas instituições. A serenidade não apagou a faísca da provocação, mas mostrou a diferença entre quem já atravessou muitas disputas e quem apenas ensaia o embate.

O que dizem os bastidores

Entre aliados, o episódio foi lido como “armação ensaiada”. Para eles, a movimentação não deixa dúvidas de que a oposição já posiciona suas peças pensando em 2026. Uma liderança local sintetizou: “Se estão atacando agora, é porque sabem que Confúcio entra na disputa como favorito. Quem teme perde o sono cedo”.

Disputa acirrada

O fato é que Rondônia nunca ofereceu terreno fácil para a política. E a cena em Costa Marques reforça uma máxima conhecida: neste estado, só sobrevive quem tem casca grossa. Confúcio Moura, goste-se dele ou não, já provou ser político de trajetória consistente, respeitado inclusive por adversários. É natural, portanto, que vire alvo antecipado.

A lição do episódio é simples: 2026 será uma disputa dura, sem espaço para amadores. E se alguém ainda duvidava da centralidade de Confúcio nesse tabuleiro, bastou um café em Costa Marques para confirmar — o senador não é apenas lembrado, é temido.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

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