Por Roberto Kuppê (*)
Hermínio na direita
O ex-deputado estadual Hermínio Coelho resolveu mudar de vez para a direita ao se filiar ao PRTB, partido fundado por Levy Fidelix – que morreu de Covid em 2021 -, e que tem nomes de destaque como Pablo Marçal. Hermínio Coelho tentou ser candidato a vereador no ano passado pelo Agir mas teve registro negado. Agora deverá disputar uma das 24 cadeiras de deputado estadual. O PRTB é presidido no estado pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Cruz. Egresso do PT, Hermínio continua fã incondicional de Lula, de quem é eleitor.
Era sol que me faltava
Para bagunçar a disputa pelas duas vagas de senador da República pelo estado de Rondônia, acaba de mudar o domicílio eleitoral para Ariquemes, o ex-deputado federal Cabo Daciolo (Republicanos). Entre polêmico e caricato, Cabo Daciolo pode até não se eleger (mais provável), mas vai dar trabalho.
Máximo no Republicanos
Falando na nova sigla do Cabo Daciolo, quem deverá deixar o União Brasil é o deputado federal Fernando Máximo. Ontem ele passou horas reunido com lideranças do partido Republicanos no estado.
Sentiram Confúcio
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) fez vários movimentos na semana passada que fez seus prováveis adversários se mexerem. “Sentiram”, avalia um apoiador do senador. Realmente sentiram. Confúcio Moura que costuma jogar parado, desta vez tem se movimentado muito pelo estado de Rondônia. E tem falado muito, até deixando o monge que habita nele e incorporando um guerreiro ninja.
O declínio de Chaves
Parece que a coluna tinha razão. A ascensão de Léo Moraes (Podemos) à prefeitura de Porto Velho, meio que apagou o brilho do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB), tido à época como bom administrador. Podia até ser bom, mas não tinha um marketing eficiente. Por estas e outras é que o nome dele à sucessão estadual tem minguado, ao ponto de ser aventada a possibilidade dele vir a ser candidato a vice-governador numa chapa encabeçada por um desconhecido da população rondoniense.
Especialistas no SUS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça-feira (7) a Medida Provisória (MP) 1301/2025, que cria o Programa Agora Tem Especialistas, e agora se torna lei federal. O texto havia sido aprovado pelo Congresso Nacional no fim de setembro. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o presidente validou integralmente a versão final aprovada pelos parlamentares, sem vetos.
Especialistas no SUS 2
Anunciado em julho, o programa visa ampliar o número de médicos especialistas nas regiões mais necessitadas desses profissionais e reduzir o tempo de espera no atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da oferta de prestadores privados em troca de redução em tributos federais. A renúncia fiscal estimada será de R$ 2 bilhões ao ano a partir de 2026. Embora os procedimentos possam ser realizados já a partir deste ano, as deduções do imposto a pagar ou em débito começam em 2026.
Especialistas no SUS 3
A iniciativa permite que os estabelecimentos que aderirem ao programa ofereçam atendimento especializado a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), colaborando para reduzir o tempo de espera da população por cirurgias, exames e consultas na saúde pública. Pelo texto, o programa funcionará até 31 de dezembro de 2030.
Sid Orleans em ação
No sentido de implantar o Especialistas, recentemente, o Ministério da Saúde, através do superintendente Sid Orleans, se reuniu para pactuar com o secretário estadual e municipais de saúde, mais de 5 milhões de reais encaminhados pelo presidente Lula, de forma suplementar ao estado de Rondônia para a realização de cirurgias.
Aprovada MP alternativa ao IOF
Foi por pouco. A medida provisória que redefine a tributação sobre investimentos e apostas foi aprovada na comissão mista do Congresso por apenas um voto de diferença, após uma série de concessões do governo. O texto precisa ser aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado ainda hoje para não perder a validade. Entre os principais recuos, o governo manteve a isenção para uma série de títulos considerados estratégicos para o financiamento da economia, como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs. Também foram preservadas as regras atuais dos fundos imobiliários e do Fiagro, mantendo isenções sobre rendimentos e ganhos de capital. No caso das apostas esportivas, o governo desistiu de elevar a contribuição das operadoras de 12% para 18%, e incluiu dispositivos para regularização de ativos não declarados no exterior, com cobrança de 15% de imposto e 15% de multa. A MP também eleva de 9% para 15% a CSLL das fintechs, uma das medidas que permaneceu no texto, e prevê medidas de compensação fiscal com potencial de arrecadação revisado para R$ 17 bilhões, abaixo dos R$ 20 bilhões inicialmente projetados. O relator Carlos Zarattini (PT-SP) chegou a estimar R$ 35 bilhões entre arrecadação e redução de despesas, mas reconheceu que as concessões foram necessárias para viabilizar a aprovação. (UOL e Folha)
Aprovada MP alternativa ao IOF 2
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estava confiante de que a proposta seria aprovada no Congresso após os diversos recuos do governo. Haddad reconheceu que as alterações na MP reduzirão em R$ 3 bilhões a arrecadação prevista para o ano que vem. No entanto, o ministro afirmou que a perda será compensada pela tributação retroativa de 30% sobre empresas de apostas. O texto estabelece que a base de cálculo será o valor do ativo em reais em 31 de dezembro de 2024, com cobrança de 15% de Imposto de Renda e multa de 100% sobre o valor apurado. (Valor)
Derrota da oposição bolsonarista
A aprovação da MP do IOF não foi a única derrota da oposição bolsonarista. A pesquisa Genial/Quaest de outubro divulgada agora há pouco trouxe notícias ainda mais amargas para o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o levantamento, 44% dos brasileiros são contra um projeto que anistie Bolsonaro e os responsáveis pelos atos golpistas após as eleições de 2022. O levantamento mostra que a rejeição a um projeto de lei que reveja as penas dos condenados, como ficou conhecido o PL da dosimetria, enfrenta ainda mais rejeição popular, com 52% dos ouvidos afirmando que as penas foram justas. A pesquisa também mostrou que a avaliação do governo Lula segue crescendo, com 48% de aprovação e 49% de desaprovação. Um cenário bem diferente de seis meses atrás, quando o governo Lula era aprovado por apenas 40% da população. (Meio)
Flopou de verde amarelo
Sem apoio no Congresso e com a Casa Branca se afastando cada vez mais de Jair Bolsonaro, aliados do ex-presidente foram às ruas nesta terça para pedir a votação do PL da Anistia. Em Brasília, o pastor Silas Malafaia, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro, tentou mobilizar apoio popular, mas teve pouco sucesso. No Congresso, o projeto de lei que previa a redução das penas também perde força. Segundo parlamentares, na melhor das hipóteses, a pena de Bolsonaro poderia ser reduzida de 27 anos para 21 anos. (Folha)
Boas notícias
Já o Planalto vive um raro momentos de boas notícias. Depois de aprovar por unanimidade na Câmara o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, a expectativa do governo é de que o texto passará sem sobressaltos no Senado. Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), escolheu o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para ser o relator do projeto na Casa. Aliado de longa data do governo, Renan disse acreditar que em 30 dias o texto será enviado para a sanção do presidente Lula. (g1)
Renan X Arthur Lira
Mas a indicação de Renan foi mal recebida na Câmara, revela o Painel, por conta de suas críticas ao projeto aprovado pelos deputados. O pano de fundo seria a política alagoana, já que o texto foi relatado na Câmara por Arthur Lira (PP-AL), adversário figadal do senador. (Folha)
Dudu no mundo da lua
O Zero Três parece se mover num tabuleiro em que só ele ainda acredita que está jogando. Ele coleciona distâncias — do Congresso, do PL, dos aliados e, agora, até de Donald Trump. A direita está em guerra interna: Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira, Tarcísio e Michelle Bolsonaro disputam o rumo do bolsonarismo enquanto Eduardo tenta manter viva a chama ideológica de Olavo de Carvalho — mas, no fim, em escala nacional, pode estar falando sozinho. A análise de Flávia Tavares no Cá entre Nós. (YouTube)
Precipício econômico
Um dia após o presidente Javier Milei subir em um palco de Buenos Aires para apresentar seus dotes musicais, a Argentina parece ter dado mais um passo em direção a um precipício econômico. Sob forte ataque especulativo, o país decidiu colocar os poucos dólares que tem em caixa na tentativa de segurar a desvalorização do Peso. A estimativa é de que o Banco Central do país não disponha mais do que US$ 700 milhões em reservas líquidas, volume considerado crítico para um país que depende de moeda estrangeira para importar combustíveis, pagar dívidas e estabilizar o câmbio. (InfoMoney)
Darcy Ribeiro
Quem é o brasileiro? A pergunta que moveu Darcy Ribeiro, antropólogo e grande defensor de um Brasil justo e plural, continua viva à beira-mar, em Cordeirinho. No Museu Casa Darcy Ribeiro, construído pela Prefeitura de Maricá, por meio da CODEMAR e sob gestão do Instituto Circomum, sua obra ganha forma. Com projeto de Oscar Niemeyer e curadoria de Gringo Cardia, o espaço oferece exposições interativas e atividades que convidam o visitante a revisitar suas raízes. Foi lá que Pedro Doria e Yasmim Restum filmaram Quem é o Brasileiro?, nova série de vídeos do Meio em parceria com a Casa Darcy Ribeiro. Assista ao episódio de estreia em no YouTube e planeje sua visita em casadarcyribeiro.org.br.
Metanol
Antídoto mais eficaz do que o etanol farmacêutico para tratar intoxicação por metanol, o fomepizol deve chegar ao Brasil ainda nesta semana, mas não será vendido em farmácias, informou a representante da farmacêutica japonesa responsável por fornecer o medicamento ao Brasil. De uso estritamente hospitalar, 2.500 ampolas do fármaco serão importadas dos Estados Unidos em caráter emergencial e outras 100 unidades chegam como doação da empresa, com distribuição pelo Ministério da Saúde. O envio ainda depende de trâmites burocráticos. (g1)
Metanol 2
Após o Ministério da Saúde descartar uma intoxicação por metanol pelo rapper Hungria, o cantor divulgou um novo exame que demonstra concentração tóxica para o produto químico no organismo. A equipe de Hungria disse aguardar os exames de contraprova. A pasta informou que não recebeu qualquer resultado oficial do teste. (Metrópoles)
Metanol 3
Já o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que a Polícia Federal investiga se as bebidas alcoólicas foram adulteradas com o metanol abandonado após uma operação contra a infiltração do crime organizado em postos de combustíveis e no setor financeiro. A PF não descarta nenhuma hipótese, incluindo associação criminosa, apesar de não mencionar suspeita contra alguma facção específica. (Folha)
Bicho escroto
Enquanto isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferiu brincar com a situação, ao dizer que não conhece bem as marcas de bebidas adulteradas por não consumi-las. “No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto. E a minha é normal [com açúcar]”, disse, após encontro com representantes dos principais fabricantes de bebidas do país. Diante da má repercussão, ele mais tarde se desculpou. (g1), com charge de Orlando.
Prêmio Jabuti 2025
A Câmara Brasileira do Livro divulgou a lista dos cinco finalistas de cada uma das 23 categorias do Prêmio Jabuti 2025 com uma forte predominância masculina. Todos os indicados à categoria de romance literário, umas das mais prestigiadas, são homens: Alberto Mussa, Chico Buarque, Jeferson Tenório, Marcelino Freire e Tony Bellotto. Também não há mulheres concorrendo a romancista estreante, crônica e negócios. A cerimônia de premiação ocorre no próximo dia 27 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em comemoração ao título da cidade como Capital Mundial do Livro pela Unesco. Ana Maria Machado será a personalidade literária homenageada da noite. (Folha)
Tiny Desk Concert
A primeira edição brasileira do programa Tiny Desk Concert estreia nesta quarta-feira com apresentação do piseiro de João Gomes. A gravação reuniu cerca de 40 pessoas no escritório do Google, em São Paulo, no dia 22 de setembro. O repertório incluiu os sucessos Dengo, Meu Pedaço de Pecado e Eu Tenho a Senha, música que o tornou conhecido nacionalmente em 2021. A equipe do Tiny Desk Brasil gravou outros nove shows para duas temporadas do programa, que terá cinco episódios cada. Os próximos convidados ainda não foram divulgados. A versão americana do programa já contou com nomes como Adele, Usher, Justin Bieber, Dua Lipa e Milton Nascimento. (g1)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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