O câncer de próstata continua sendo uma das principais causas de morte entre os homens em Rondônia. Em 2024, o estado registrou 120 óbitos, de um total de 1.042 mortes contabilizadas na região Norte, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Embora a incidência da doença seja menor no Norte em comparação a outras regiões do país, as taxas de mortalidade são mais altas — o que indica diagnóstico tardio e menor acesso a exames preventivos.
Em todo o Brasil, o câncer de próstata é o tipo mais comum entre os homens e deve registrar cerca de 215 mil novos casos entre 2023 e 2025, conforme estimativa do Ministério da Saúde. A doença é também a segunda principal causa de morte masculina, ficando atrás apenas do câncer de pulmão.
Especialistas reforçam que a detecção precoce é essencial para o tratamento eficaz e lembram que o exame preventivo é recomendado a partir dos 45 anos, especialmente para homens com histórico familiar da doença.

Tabus ainda atrasam o diagnóstico – Apesar dos avanços em campanhas, muitos homens ainda resistem em procurar o médico. “Infelizmente, ainda existe um tabu muito forte. Muitos homens deixam de realizar exames simples e essenciais para detectar a doença, o que faz com que o diagnóstico aconteça em estágios mais avançados quando o tratamento é mais complexo e invasivo”, afirma o oncologista Michel Fabiano Alves, membro da Organização Nacional de Acreditação (ONA).
De acordo com o especialista, a detecção precoce aumenta em até 95% as chances de cura. “Entre os sinais de alerta estão a dificuldade para urinar, jato fraco ou a necessidade de urinar várias vezes à noite. Caso surjam sintomas como sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica, nas costas ou nos quadris, perda de peso, cansaço excessivo e fraqueza nas pernas, é essencial procurar atendimento médico imediatamente”, orienta Dr.. Michel.
O médico reforça que os exames são simples e podem salvar vidas. “O exame de sangue PSA a partir dos 45, 50 anos e a consulta regular com o urologista são os primeiros passos, especialmente entre aqueles que não apresentam nenhum sintoma. Agora, quando há alterações, são necessários exames complementares, como a biópsia guiada por ultrassom ou ressonância magnética, para ajudar a confirmar o diagnóstico”, complementa.
Tratamento no SUS – De acordo com informações do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde) realizou, em 2024, quase 38 mil (37.917) cirurgias de câncer de próstata, aumento de 10,9% referente a 2023, quando foram registradas 34.176.
“O tratamento depende do estágio da doença. Quando o câncer é descoberto na fase inicial, a cirurgia ou a radioterapia isolada costumam ser suficientes. À medida que a doença é diagnosticada mais avançada torna-se necessário associar outras ferramentas terapêuticas que causam mais toxicidades, como hormonioterapia, quimioterapia, etc. Quanto mais avançado, mais difícil é o tratamento e menores são as chances de cura da doença. É preciso analisar caso a caso com uma equipe multidisciplinar para definir o tratamento mais adequado a cada paciente”, pontua o médico.
Importância da acreditação para a segurança do paciente – A ONA tem como uma de suas maiores preocupações garantir que o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata ocorram de forma segura, rápida e eficaz. “A acreditação hospitalar fortalece os processos de qualidade em todas as etapas da linha de cuidado do paciente com câncer de próstata, tanto em instituições privadas quanto no SUS, contribuindo diretamente para a segurança do paciente, para o diagnóstico precoce eficaz e melhores resultados das estratégias terapêuticas (cirurgia, radioterapia, terapia clínica)”, finaliza dr. Michel.


