Hoje pela manhã eu reconheci o corpo de minha mãe e o liberei para a funerária fazer os procedimentos para o velório. Desci o zíper do saco preto e a vi serena, de olhinhos abertos. Fechei-os com delicadeza. Senti uma paz tão grande ao lado daquele corpo inerte. Sabemos que ela foi em paz.
Mais do que uma mãe, ela foi literalmente nosso alicerce. Criou os filhos com amor igual para todos. Ela não fazia distinção entre os filhos. Todos recebiam a atenção dela por igual. Muito altruísta e generosa. Após ser diagnosticada com Alzheimer, recebeu toda a nossa atenção e apoio. Ela já não reconhecia os filhos mas nós estávamos sempre ao lado dela para que ficasse confortável e segura.
Dona Petronila, minha mãe, foi para o Céu com certeza. Era uma santa mulher. Nunca a vi cometer nenhum erro. Sempre foi pautada pela honestidade e ética. Em particular, herdei o caráter dela, a simplicidade, o amor pelas pessoas e o sentimento de justiça. Sou fruto da bondade dela. Doravante, estarei sempre a amando e dedicando minha vida a seguir seus ensinamentos. Mãe, vá em paz e olhe por nós.
Roberto Kuppê, filho


