A Comissão da Diversidade Sexual, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e a Comissão da Mulher, todas integrantes do Sistema OAB Seccional Rondônia, vêm a público manifestar perplexidade e repúdio à fala do Professor Universitário Samuel Millet, que na última quinta-feira, em sala de aula no curso de Direito, na UNIR – Universidade Federal De Rondônia, agrediu a dignidade de uma colega de academia e proferiu ofensas carregadas de preconceitos que manifestam homofobia, transfobia e machismo, condutas reprocháveis não só no ambiente universitário, mas na vida social em geral.

As palavras proferidas em sala de aula colocam a sociedade Rondoniense em condição de alerta em relação à incitação ao preconceito passado nas dependências da Universidade Federal de Rondônia – UNIR.
Afirmar que não há necessidade de se discutir gênero, pois que não se trata de matéria de direito, dentro do ambiente acadêmico, bem como, que não há necessidade de se discutir o aborto, é quase tão grave quanto xingar a palestrante usando termos de baixíssimo calão, sendo uma demonstração de falta  de capacidade em aceitar a diversidade de pensamento e posicionamento, constrangendo alunos que dele divergiram.

Após anos de luta e defesas das mais variadas, o gênero Feminino conseguiu ter a seu favor uma Lei de Proteção, a Lei Maria da Penha. Da mesma forma, a comunidade LGBTI alcançou tutelas jurídicas importantes como a união civil entre pessoas do mesmo sexo, a possibilidade de utilização do nome social pelo indivíduo transgênero, dentre inúmeros outros avanços que garantem uma sociedade mais justa, plural e igualitária, nos termos daquilo constante na Constituição Federal. A Ordem dos Advogados do Brasil, como fiel interlocutora da sociedade civil e mediadora das discussões de elevada importância no cenário social vem a público prestar solidariedade com a Professora e Mestre Sinara Gumieri Vieira, palestrante que foi aviltantemente agredida em sala de aula, sem qualquer direito de defesa.

Certamente as medidas cabíveis em âmbito Administrativo, Acadêmico, Institucional e Judicial serão tomadas em caráter de urgência para inibir ações que incitam o preconceito na sociedade e, pior, veiculadas através de ofensas pessoais rogadas como se a liberdade de expressão não encontrasse no próprio texto constitucional limites inalienáveis.