Por Roberto Kuppê (*)
Feliz Dia do Trabalhador
Hoje, 1 de maio de 2019, era para se comemorar a criação de 6 milhões de novos empregos. O que está se comemorando é o desmonte de todas as conquistas trabalhistas ao longo de cinco décadas. A foto montagem ao lado é o retrato do momento político vivido hoje por milhões de brasileiros. Primeiro enganaram os trabalhadores alegando que a reforma trabalhista ia gerar 6 milhões de empregos. Não gerou. Aumentou o número de desempregados. E agora estão com a lorota de que, com a reforma da Previdência, criar-se-ão 4,3 milhões de empregos. Hoje, na verdade, deveria ser comemorado o Dia da Mentira!
O índice atualizado
A população desocupada atingiu 13,4 milhões de brasileiros (12,7%) no trimestre entre janeiro de março de 2019 em comparação aos 12,2 milhões (11,6%) entre outubro de dezembro de 2018. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça (30), pelo IBGE. A taxa de subutilização da força de trabalho atingiu o recorde da série histórica iniciada em 2012, com 25% de pessoas sem trabalho ou querendo trabalhar mais, mas não conseguindo serviço. Isso representa um total de 28,3 milhões – um crescimento de 5,6% em relação ao trimestre anterior. Bolsonaro não é diretamente responsável pelo aumento no desemprego, uma vez que uma política para gerar postos de trabalho levam mais tempo para surtir efeito do que os quatro meses em que ocupa o cargo. Contudo, é culpado por não ter apresentado até agora uma política nacional para enfrentar esse desafio ou qualquer coisa minimamente organizada que não passe exclusivamente pela aprovação da Reforma da Previdência e pela venda de empresas públicas (Blog do Sakamoto).
Incompetência
Seja por incapacidade ou falta de interesse em implementar políticas de geração de emprego, o governo federal tem preferido aprofundar sua política de excitação de seguidores ideológicos através de discursos em eventos e postagens nas redes sociais. Isso inclui bravatas sobre ingerência em empresas públicas, mudanças de leis ou promessas de recursos que depois são desmentidas por outros membros de sua equipe. Diante disso, ao invés de sugerir políticas para emprego e renda, que passem por melhorar o consumo interno, e abrir o diálogo sobre a Previdência e a Seguridade Social, o presidente da República segue jogando lenha na fogueira ideológica.
Guerra ideológica
Estamos profundamente preocupados com a possibilidade de que o governo federal pretenda não apenas executar um corte nos orçamentos da UFBA, da UnB e da UFF – o que já seria grave e contrário aos interesses do país -, mas também iniciar uma política direta de controle ideológico. O vídeo clip abaixo, do Pink Floyd, com legenda, é a o momento em que as escolas do Brasil estão vivendo. P.S. Em tempo. Este vídeo poderá ser considerado subversivo a qualquer momento e dona Damares poderá proibi-lo.
Bancada de RO
No Dia do Trabalhador, a coluna relembra os deputados e deputadas de Rondônia que ajudaram o governo golpista e corrupto a tirar direitos dos trabalhadores. Essa bancada federal mirou nos trabalhadores para atender demandas do mercado que queria poder demitir sem ter que gastar uma fortuna, contratar sem ter que pagar férias de forma integral ou até mesmo diminuir o papel do sindicato nas negociações trabalhistas. Com exceção do deputado federal Expedito Netto (PSD-RO), toda a bancada votou contra os trabalhadores.
Lula é o nome do trabalhador
No Dia do Trabalhador, a coluna homenageia o único político vivo (ainda) com a reprodução de um áudio (abaixo) de uma jornalista que conversou com a Mônica Bergamo (Folha) depois da entrevista com o Lula. Entrevista que já obteve mais de 20 milhões de visualizações e ganhou o Mundo. Entrevista esta que poderá ser o cadafalso de Lula, pois o sistema não recebeu bem as declarações. Depois desta entrevista, dificilmente haverá outra e Lula será condenado a ficar décadas na cadeia até morrer. Enquanto isso, os verdadeiros ladrões estão soltos, e, neste governo, serão blindados até o quanto puderem. Por décadas, talvez.