RIO Quando o fogo chega, o tamanduá-mirim fica paralisado, com as patas erguidas, para se proteger. É nessa posição que corpos desses animais têm sido encontrados carbonizados nas matas atingidas por queimadas emRondônia , diz a ambientalista Francivane Fernades, de Porto Velho. Pouco acostumados com o fogo , os animais da Amazônia são presas fáceis para as chamas.

Aves podem voar, mas as fêmeas de papagaios e periquitos morrem junto com os filhotes, incapazes de abandonar os ninhos. Tentam protegê-los e acabam calcinadas.

O mesmo destino têm macacos que vivem em áreas ilhadas por desmatamentos e são cercados pelos incêndios. Fêmeas e seus filhotes mortos têm sido achados com frequência. A preguiça, normalmente lenta, é outra espécie sem chance contra as queimadas. O fogo avança mais depressa do que podem fugir e morrem queimadas nas árvores. Também particularmente atingidos são tatus e os répteis, de jabutis a cobras.
— Os animais não têm voz. Essa é uma matança silenciosa, de dimensão desconhecida. Não tem ninguém monitorando oficialmente isso, mas há muitos animais mortos, uma tragédia — lamenta ela.
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Fonte? O Globo