De acordo com a régua da Ana/CPRM, o rio Madeira está subindo a uma média de 30 centímetros a cada dez horas. O nível está dentro da margem da normalidade. Na manhã de hoje, 26, o nível registrou 744 cm, quando a margem da normalidade é de 984 cm. No início do ano a cheia do Madeira atingiu quase 20 metros acima do normal, causando danos materiais a milhares de pessoas. O governo estadual através da Defesa Civil está em estado de alerta. Milhares de pessoas ainda estão em abrigos públicos, principalmente as que moravam à margem do do rio, no bairro do Triângulo. A cheia do Madeira fez desaparecer também um distrito inteiro, o de São Carlos. Previsões nada otimistas garantem que uma nova cheia seria mais catastrófica. Clique na imagem para ampliar.
ALERTA
A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) encontra-se preparada para deflagrar ações de socorro e assistência a vítimas perante uma possível recorrência da cheia do rio Madeira no próximo ano, mas quanto às atividades relativas à reconstrução de tudo que foi danificado, porém, ficariam prejudicadas com a repetição do acontecimento.
De acordo com o coordenador da Comdec, Coronel José Pimentel, os órgãos que realizam observações climáticas, tais como o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e o Serviço de Proteção da Amazônia (Sipam), este também responsável por monitorar a Bacia Hidrográfica do Madeira, apontam em seus relatórios um acúmulo de massas oceânicas na Amazônia Ocidental.
Esse fenômeno foi responsável pelas precipitações pluviométricas exageradas deste ano e pode continuar afetando a região nos próximos anos. Assim, apesar dos relatórios não apontarem afirmativamente para uma recorrência da enchente no próximo inverno, eles indicam que a situação merece grande atenção por parte do poder público e de toda a sociedade.
Tendo em vista o possível assoreamento dos rios da região de Porto Velho, tendo como base dessa observação a elevada cota do rio neste período em relação às mesmas datas de anos anteriores, é previdente trabalhar com a possibilidade de uma nova enchente. “Estamos com dois metros acima do que é considerado normal para esta época. Não se registrava nos dados históricos, pelo menos nos últimos trinta anos, situação semelhante a esta. Isto é um fator que pode dificultar as ações de reconstrução que o município precisa implementar ainda antes do próximo inverno”, informou o coordenador.
ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA
Em outubro a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil estendeu por mais 90 dias o estado de calamidade pública em Rondônia por persistir a situação de anormalidade provocada pelas inundações do Rio Madeira, que se prolongaram por meses. O estado de calamidade pública permite maior celeridade nas ações de socorro e liberação de verbas.
Também foi autorizado o empenho e repasse de recursos de Defesa Civil no valor de R$ 601,6 mil para ações de reestabelecimento de recursos essenciais em Porto Velho, capital do estado. O prazo para a execução das obras e serviços é 180 dias.
Nos primeiros meses deste ano a cheia fez com que o Rio Madeira atingisse níveis históricos. Em abril, chegou a 30 mil o número de pessoas afetadas pelas inundações em Rondônia. No final do mesmo mês, o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública. A inundação deixou intransitáveis trechos da Rodovia BR-364 que é a única ligação de Guajará-Mirim e Nova Mamoré, cidades rondonienses na fronteira com a Bolívia e o estado do Acre, com o restante do país.