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sábado, junho 21, 2025

A atual administração tem agido como ‘Dom Quixote de la Mancha’ ao enfrentar a questão do lixo

                                                                                             COLUNA RETICÊNCIAS POLÍTICAS…  –  Por Itamar Ferreira (*)

quixiteSobre a questão da “quebra do monopólio” do lixo em Porto Velho, assim como no extermínio do “monopólio de duas empresas” no transporte coletivo, o prefeito Mauro Nazif tem sido pródigo em ficar contando vantagem, como se sua administração fosse a única que teria tido a coragem de enfrentar esse dois grandes “monopólios”.

Ao analisar a realidade dos fatos, em que sua gestão vai chegando a um melancólico fim, com situações precárias e emergenciais tanto no lixo quanto no transporte coletivo, que obrigará o próximo prefeito a proceder imediatamente uma licitação definitiva para devolver segurança jurídica a esses dois serviços fundamentais para a população, o prefeito se assemelha àquele personagem da literatura, “Dom Quixote de la Mancha” do escritor espanhol Cervantes, que saía pelo mundo como um cavaleiro andante enfrentando monstros imaginários.

Mauro Nazif tem ido à imprensa, propaganda eleitoral e debates ‘batendo no peito’ e dizendo que teve coragem de enfrentar os grandes monopólios, como nunca antes na história de Porto Velho; entretanto, qual o resultado dessa “audaz e intrépida” ação? Transporte coletivo e coleta de resíduos sólidos, o lixo nosso de cada dia, sem contrato juridicamente perfeito, sendo executado de forma emergencial e precária.

Uma pergunta que Mauro Nazif não pode responder: quais empresas estarão atuando na coleta de lixo e no transporte coletivo em 2017? Ele simplesmente não tem como saber e isso é a prova cabal do seu rumoroso fracasso em enfrentar os ditos “monopólios”; em que pese ele continuar, como a burlesca figura de Dom Quixote de la Mancha, afirmando que foi corajoso e enfrentou os monopólios. É verdade, ele enfrentou mas terminará a gestão derrotado pela realidade dos fatos.

A situação do lixo chega a ser risível, pois o “intrépido” prefeito tentou utilizar a mesma tática já empregada contra as das empresas de ônibus que atuavam no transporte coletivo: provocar o desequilíbrio econômico-financeiro do contrato, não corrigindo as perdas inflacionárias e demais ajustamentos, o que causa, dentre outras coisas, a deteriorização dos serviços prestados. Entretanto, o “audaz” prefeito foi surpreendido pela empresa Marquise, que entrou na Justiça, com o processo 0005420-09.2014.8.22.0001, solicitando o rompimento do contrato, chamado de Distrato, com a prefeitura.

O “Distrato foi assinado em 16 de abril de 2014 e a Marquise, em respeito à população de Porto Velho, a qual presta serviço desde 1992, se comprometeu a manter a coleta de lixo até o dia 31 de outubro de 2014”. Conforme matéria publicada no link: http://www.tudorondonia.com.br/noticias/por-falta-de-pagamento-cancelamento-do-contrato-do-lixo-partiu-da-marquise-nao-o-contrario-,46215.shtml

O resultado foi vergonhoso e vexatório: a prefeitura tinha até outubro de 2014 para fazer a licitação e contratar a empresa que iria substituir a Marquise, mas já vão se completar dois anos e Mauro Nazif sequer conseguiu concluir a licitação e “vive de favores” da empresa Marquise, que poderia alegar desinteresse em continuar com o serviço, o que simplesmente transformaria Porto Velho num caos. Só mesmo um Dom Quixote de la Mancha para considerar esse processo desastroso como algo “heróico”.

Tanto no lixo quanto no transporte coletivo, que vão findar a gestão atual em situação emergencial e precária, prevaleceu a máxima atribuída ao político brasileiro Trancredo Neves: “a esperteza, quando é muita, come o próprio dono”.

(*) Itamar Ferreira é ativista, sindicalista e articulista político

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