Por Rodolfo Costa/Correio Braziliense
A desistência do ministro aposentado Joaquim Barbosa da corrida eleitoral reforçou as expectativas de crescimento do PDT no cenário nacional e nos estados e despertou de vez as atenções do governo federal. Sem o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal concorrendo, a perspectiva de pedetistas é que o PSB embarque na pré-candidatura de Ciro Gomes e, assim, reforce as previsões de chegar ao segundo turno com, pelo menos, entre 18% e 20% dos votos válidos. O fortalecimento do presidenciável deve, na avaliação de caciques do partido, favorecer o crescimento da bancada na Câmara dos Deputados na próxima legislatura, de 20 parlamentares para 35. No Senado, a esperança é dobrar o número de assentos, atualmente em três.
O possível crescimento do PDT está sob análise do MDB, cujos caciques não acreditavam em uma pré-candidatura de Barbosa. A avaliação era de que seria um “aventureiro” e, por isso, dificilmente conseguiria levar adiante uma candidatura consolidada. Mas, agora, o cenário tende a mudar, o que pode intensificar as conversas com o PSDB, do pré-candidato Geraldo Alckmin. “Não há nenhuma aliança, mas um começo de sinalizações. É o que mais se avizinha ao discurso do governo”, ponderou um articulador do Planalto.
A consolidação da aliança entre PSB e PDT é tratada com calma por pedetistas. Mas há uma confiança de que é uma questão de tempo até o embarque ocorrer. Os acenos de aproximação estão sendo dados nos estados. O líder do partido no Senado, Acir Gurgacz (RO), pré-candidato a governador de Rondônia, destaca que uma das duas vagas para senadores na chapa dele está assegurada para Jesualdo Pires (PSB), ex-prefeito de Ji-Paraná. E destaca que um apoio à pré-candidatura do governador de São Paulo, Márcio França (PSB), não está descartada. “Há uma possibilidade grande de aliança. Mas temos que saber se o PSB quer caminhar conosco”, enfatizou. O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), avalia que o fortalecimento da pré-candidatura de Ciro pode favorecer não apenas o aumento da bancada no Congresso, como, também, em pré-candidaturas nos estados. Além de Gurgacz, a expectativa é emplacar candidaturas fortes em sete estados, sendo duas com viés de reeleição, no Amapá e Amazonas.
Fonte: Correio Braziliense