O
s governos do Acre e de Rondônia aguardam o reconhecimento do estado de calamidade pública pelo governo federal. Há pouco mais de dois meses os estados estão sendo prejudicados em razão da cheia do Rio Madeira, que registra níveis históricos e marca hoje (8) 19,52 metros.
O governador do Acre, Tião Viana, anunciou ontem (7) o decreto por causa das dificuldades para garantir o abastecimento da população do estado. Com a cheia do Rio Madeira, em Rondônia, trechos da BR-364 ficaram intransitáveis. Essa rodovia é a única via de ligação terrestre do Acre com o resto do país.
Segundo Viana, o estado está buscando alternativas para que os produtos essenciais cheguem ao estado. A Rodovia Interoceânica, pelo Peru, já é rota para entrada de combustíveis, material de construção e hortifrutigranjeiros, principalmente. O governo também busca alternativas de estradas que saem do Sul do Brasil, atravessando Argentina, Chile e chegando pelo Peru.
Pelas hidrovias, balsas saem de Manaus com combustíveis, gás e alimentos também dão suporte, além das cinco aeronaves que fazem voos diários com alimentos perecíveis e medicamentos. Na BR-364, algumas carretas ainda conseguem passar, auxiliadas por balsas, desvios e aterros. Entretanto, segundo Viana, muitas empresas e motoristas não querem assumir o risco de terem ainda mais prejuízos. “Nossa dificuldade hoje é saber quem quer fazer a travessia”, explicou.
Para o governador do Acre, o decreto de estado de calamidade vai promover uma relação mais direta de apoio do governo federal e facilitar a tomada de decisões em favor da população, dar acesso a linhas de crédito especial do BNDES e outros bancos públicos, fortalecer o setor empresarial e amparar as prefeituras para que possam ter maior mobilidade na busca de apoio da União.
Na quinta-feira (3), o governador Confúcio Moura decretou estado de calamidade pública em Rondônia para facilitar o atendimento às vítimas da enchente. Quase 30 mil pessoas foram afetadas no estado, principalmente na capital Porto Velho e seus distritos. No local, mais de 3,7 mil famílias tiveram que deixar suas casas, segundo o Corpo de Bombeiros. Os municípios de Guajará Mirim e Nova Mamoré, na fronteira com a Bolívia, que também dependem da BR-364, estão isolados.
No dia 17 de março, o Ministério da Integração Nacional reconheceu o estado de calamidade pública em Porto Velho.