O ministro da Integração (MI), Francisco Teixeira, o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), Adriano Pereira Júnior, o vice-governador do Acre, César Messias, o governador de Rondônia, Confúcio Moura, e representantes de entidades federais se reuniram para discutir maneiras de evitar um possível isolamento do Acre e, ainda, sinalizar apoio a Rondônia, que sofre com a cheia do Rio Madeira
Segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o rio Madeira deve continuar com elevação das águas até o fim da primeira quinzena de março, o que pode causar o isolamento do Acre pela BR-364, única ligação terrestre que aproxima o estado do restante do Brasil. Para o ministro Francisco Teixeira, esse é o momento de tomar medidas ainda mais efetivas: “As preocupações aumentam, mas ações integradas do governo federal, estadual e municipal estão tendo os efeitos esperados e amenizam a situação”.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) também alertou para o fechamento da BR-364, em definitivo, durante a cheia. Atualmente, apenas caminhões possuem permissão para fazer a travessia, acompanhados constantemente pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no trecho alagado próximo à cidade de Jaci Paraná (RO).
A maior preocupação no momento é que a cheia do Rio Madeira isole o Acre por via terrestre (Foto: Sérgio Vale/Secom)
A maior preocupação no momento é que a cheia do Rio Madeira isole o Acre por via terrestre (Foto: Sérgio Vale/Secom)
“A nossa preocupação maior é saber até quando essa enchente vai permanecer. Segundo a Defesa Civil Nacional, a cota pode ultrapassar os 19 metros e, com isso, estrangular de vez o transporte para o Acre. Estamos fazendo tudo o que podemos para evitar o pior”, garante o vice-governador César Messias. Ele também lembrou que o governador Tião Viana tem articulado diversas maneiras para manter o abastecimento, inclusive com o transporte de combustíveis vindo de Cruzeiro do Sul e análise da possibilidade de circulação pela Estrada Interoceânica. Em seguida, César Messias viajou a Manaus para discutir maneiras de enviar insumos, por meio de balsas, com o empresariado local.
Ainda segundo o Sipam, essa é uma situação extremamente anômala, levando em consideração que as cheias do Rio Madeira costumam acontecer em março e abril. Para o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Adriano Pereira Júnior, é hora de parar de atuar emergencialmente e começar a se antecipar nas ações. “Se o rio chegar a 19 metros, a nossa pergunta, hoje, é: como vamos abastecer o Acre? Eu estou solicitando ao governo que sejam enviados os dados do que precisariam para evitar a situação, para que definamos o abastecimento”, explica Adriano Júnior.
Acompanhando o ministro da Integração, o senador Jorge Viana ressalta que a situação pegou a todos de surpresa. “As estradas tem que ter uma recorrência de pelo menos 100 anos. Um rio alagar é normal, mas uma estrada alagar não é normal. A engenharia será questionada sobre isso. Iremos resolver politicamente, claro, porque a população precisa de uma resposta oficial”, disse.
Fonte: Agência de Notícia Acre