A possibilidade de uma nova cheia do rio Madeira e o consequente isolamento do Acre por via terrestre, já não é descartado pelas autoridades do Estado. Faltando pouco mais de um metro para as águas atingirem a BR-364 – o governo do Acre convocou várias reuniões para elaborar um plano para impedir o desabastecimento das cidades acrianas.
As reuniões estão acontecendo com representantes da Casa Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e empresários que atuam nos setores de alimentação. De acordo com a secretária de comunicação, Andréa Zílio, o objetivo é preparar uma estrutura adequada para o transportes de produtos, caso a estrada seja encoberta pelas do rio Madeira, em Rondônia.
Durante o período chuvoso do ano passado, o Madeira transbordou e provocou a falta de vários produtos no mercado acriano. A população enfrentou principalmente, a falta de verduras e combustíveis. Diante do temor do desabastecimento, as pessoas tentaram estocar produtos, agravando a crise que se instalou nas principais cidades do Estado.
As autoridades do Estado fazem o acompanhamento rigoroso do volume de chuvas na região, através de boletins climáticos do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), para elabora alternativas e as ações que devem ser adotadas, caso ocorra os transbordamento do rio Madeira. A Defesa Civil estadual e municipal trabalham de forma integrada na questão.
População de prepara para desabastecimento
Temendo uma possível cheia do rio Madeira em grandes proporções, os empresários do ramo de supermercados no Estado do Acre estão desde o mês de novembro do ano passado executando um plano com medidas preventivas para que não faltem produtos de primeira necessidade nas prateleiras.
A primeira medida para evitar o risco de desabastecimento é a estocagem de produtos não perecíveis como o arroz, feijão, açúcar, café e demais itens da cesta básica consumida pela população do Acre.
O presidente da Associação dos Supermercados do Acre, Luiz Deliberato [FOTO], informou ao ac24horas, que o reforço nas compras vem ocorrendo com antecedência. “Desde novembro nós já estamos reforçando esses estoques e agora, obviamente, como a gente não tem um bola de cristal, estamos trabalhando com um estoque extra de 45 a 60 dias”, disse o representante da entidade. Deliberato enfatiza que as empresas tem previsão de gastos para compra de produtos extras na casa dos R$ 100 milhões.
Deliberato afirma que mesmo reforçando as compras, os empresários estão tendo dificuldades para encontrar áreas de armazenagem compatíveis para suportar essa demanda. “Nós estamos tentando viabilizar a locação de alguns galpões lonados, que são empresas de fora que trabalham com esse tipo de equipamento. Com isso, nos poderíamos deixar o estoque mais acessível e compatível para qualquer eventualidade, numa situação mais duradora de um possível isolamento com o objetivo de manter a população abastecida”.
No ano passado, o movimento de negociações de produtos no período da cheia do Madeira registrou uma queda de 50%, diz a entidade supermercadista. “Sem a cheia do Madeira, por dia entram no Acre cerca de 250 carretas com produtos. Na época da crise, quando passava alguma coisa para o lado de cá, as vezes chegavam de 5 a 20 carretas dias. Isso sem contar os dias que não passavam nada, que ficávamos isolados mesmo”, argumentou Deliberato.
Os empresários tentam ainda viabilizar uma linha de crédito para tentar subsidiar essa compra de mercadoriss que vem ocorrendo desde novembro do ano passado. Deliberato informa que o governo do Estado já vem intermediando algumas conversas nesse sentido com os bancos públicos, com taxas especiais.
AC 24 horas