Um novo partido, o Partido dos Direitos Iguais (PDI) defenderá os direitos dos homossexuais nas próximas eleições na África do Sul, anunciou este fim-de-semana um dos seus fundadores, que considera que os direitos dos gays são muitas vezes violados apesar de, teoricamente, estarem garantidos na Constituição mais liberal de África.
“A África do Sul tem uma das Constituições mais belas do mundo, que garante os direitos das pessoas que são lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros, etc. Mas na realidade, as coisas não funcionam bem assim”, explicou à AFP o antigo professor universitário Michael Herbst, que agora é porta-voz do PDI.
“Precisamos de uma voz no Parlamento para proteger as mulheres que são violadas porque as pessoas querem purificá-las porque são lésbicas. Precisamos de alguém no Parlamento para defender os miúdos que são espancados na escola porque os outros acham que eles são gays”, disse Herbst.
Apesar da homossexualidade ser largamente aceite nos bairros mais modernos de Joanesburgo ou da Cidade do Cabo, maioritariamente brancos, ela permanece um tabu em muitas cidades de província e nos bairros mais pobres de população negra.
Embora o casamento homossexual seja reconhecido desde 2006, muitos gays e lésbicas continuam a ser mortos por causa da sua orientação sexual. As associações de defesa dos direitos dos homossexuais denunciam com regularidade “violações correctivas”, praticadas nos bairros mais pobres para “corrigir” a homossexualidade feminina.
Um presença de um partido LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros) serviria para que os deputados e o Governo deixassem de permanecer mudos e inoperantes perante estas realidades e perante as realidades bem piores que se vivem em países como a Nigéria, o Uganda ou a Rússia, sublinhou Michael Herbst.