Em audiência pública na cidade do Ouro Preto do Oeste, ocorrida no auditório da Ceplac, formalizada por meio de uma proposição dos deputados Eurípides Lebrão, Jaques Testoni e Marcelino Tenório, contou com a participação de mais de 400 pessoas entre produtores rurais e autoridades ligadas ao setor produtivo.
O objetivo do evento foi para discutir o desenvolvimento da cacauicultura no Estado que na safra 2013/2014 tem uma colheita prevista em torno de 18 mil toneladas, colocando Rondônia na terceira posição no ranking nacional, competindo com os tradicionais produtores deste fruto, como Bahia com 170 mil toneladas e Pará com 99 mil toneladas. Em Rondônia as lavouras de cacau surgem como um complemento para a renda na agricultura familiar com um produto que tem mercado assegurado.
Na opinião do técnico agropecuário, da Ceplac, Cacoal, o cacau é importante na reposição de matas ciliares, além de recompor o meio-ambiente, podendo ainda ser cultivado em consorcio outras culturas como a seringa e o café.
O ponto de vista de quem entende
Produzindo cacau há 35 anos na região de Ouro Preto do Oeste, Raimundo Pego Souto, vem diversificando a cultura e melhorando a renda familiar em cinco hectares de área cultivada em consórcio com seringueiras. Raimundo Pego Souto que se considera um pequeno produtor rural, ainda cria gado de leite, e engorda cinco mil tambaquis e pirarucu em tanques escavados numa área com 5 hectares de lâmina de água.
Para o Chefe do Centro de Pesquisa do cacau da Ceplac no Pará, o engenheiro agrônomo Fernando Teixeira Mendes, que trabalhou sete anos na Ceplac em Rondônia como pesquisador diz, “pelos números que tenho, o cacau de Rondônia tem qualidade e com tecnologia pode melhorar a produção, aqui não falta espaço e tem garantia de mercado consumidor”. Na opinião do pesquisador, ainda se faz necessário mais apoio do estado para consolidar e incorporar o cacau que é muito importante na economia regional.
O deputado Marcelino Tenório salientou a importância de Rondônia vir a ser incluída na Câmara Setorial do Cacau, por ser tratar de lavouras que estão sofrendo dificuldades para operar na cadeia produtiva. Segundo o parlamentar, Rondônia tem potencial para produzir plantas iguais às Bahia e Pará, além de propiciar bons negócios aos produtores rurais.
Enfático e sem meias palavras o superintendente regional da Ceplac, Cacildo Viana da Silva, assegurou que “dentro de 6 anos com o apoio e o incentivo do Governador Confúcio Moura, o estado estará cultivando 22 mil hectares de cacau triplicando a produção que hoje é de 18 mil toneladas/ano”.
Para cumprir essa meta, Cacildo Viana da Silva, conta com o apoio não só do Governo do Estado, mas do senador Valdir Raupp e da deputada Marinha, que trabalham na liberação de R$ 1 milhão para a Ceplac, iniciar as pesquisas e melhorias nas sementes deste produto. Para ele não existe problema de sanidade nas lavouras de cacau, pois já existe tecnologia para combater a vassoura de bruxas a principal doença que afetam as lavouras de cacau.
Representando o governador Confúcio Moura, o secretário de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e Regularização Fundiária (Seagri) Evandro Padovani, destacou a importância das parcerias entre o Governo do Estado, o Governo Federal e as instituições que estão trabalhando em defesa dos produtores rurais para melhorar a cacauicultura em Rondônia.
Lembrou que 2014 é o ano da agricultura familiar, e que o Governo de Rondônia através da Emater tem incentivado a revitalização das lavouras de cacau em Rondônia. Acentuou que o Governo do Estado, o Governo Federal e a Assembleia Legislativa estão unidos ao lado dos pequenos agricultores, lutando por um preço justo para a venda do cacau de boa qualidade produzido em Rondônia.