Nas duas primeiras semanas deste mês, de 5 a 16 de outubro, o Departamento de Controle de Zoonoses (DCZ), da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), realizou o Levantamento Rápido do Índice de Infestação Predial do mosquito Aedes aegypti (LIRAa) em toda área urbana de Porto Velho. Após sua conclusão, verificou-se que a capital encontra-se em estado de alerta, com a presença da larva do mosquito detectada em 1,4% dos imóveis pesquisados.
Segundo o diretor do DCZ, Rodrigo Golin, o Índice de Infestação Predial (IIP) atual demonstra que Porto Velho segue com diminuição do risco de proliferação do Aedes aegypti. “As ações do LIRAa servem para mapear quais bairros estão mais propensos à presença da larva do mosquito da dengue. Este foi o terceiro levantamento realizado pelo DCZ em 2015 e teve um resultado mais satisfatório que os outros dois primeiros, que foram de 2,8% em janeiro e 2,5% em maio. Contudo, as ações de tratamento e eliminação de focos prosseguirão em toda a cidade”, frisou. O índice atual também é menor que o obtido em outubro de 2014 (IIP de 2,3%).
A classificação do IIP é definida em três níveis pelo Ministério da Saúde. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis. O estado de alerta, por sua vez, é definido quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito. Já o estado satisfatório é considerado quando o índice está abaixo de 1% de larvas do Aedes aegypti.
Apesar da média em Porto Velho ser de 1,4% de infestação, alguns bairros apresentaram IIP elevado, por isso deverão ser priorizados nas ações de tratamento e eliminação de criadouros, com visitas domiciliares e aplicação de inseticida UBV pelas equipes do DCZ em parceria com a Secretaria Municipal de Serviços Básicos (Semusb), que realizará limpeza pública nas áreas críticas. Os bairros onde a infestação do mosquito da dengue é considerada crítica, por terem apresentado IIP superior a 5%, são: Marcos Freire, Três Marias, Cidade do Lobo, Vila Militar, Pedrinhas, JK, Arigolândia, Panair e Santa Bárbara.
Dentre os principais reservatórios de água parada que favorecem o desenvolvimento da larva do Aedes aegypti, o acúmulo de lixo nos quintais das residências foi apontado como o maior vilão, responsável por 35,1% da incidência de larvas. O segundo maior tipo de criadouro verificado pelo LIRAa foi a presença de recipientes de água sem tampa (galões, caixas d’água e baldes), que representaram 33,3% do total de criadouros com larvas encontrados.
Rodrigo reitera que após o trabalho prioritário nos bairros de risco, todas as outras regiões da cidade receberão as equipes compostas por 40 agentes de saúde do DCZ para tratamento e eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti. As ações são acompanhadas de orientações de educação em saúde, que informa os moradores sobre prevenção e demais cuidados para evitar a reprodução do transmissor, por meio de materiais gráficos como panfletos e cartazes.
Neste ano, segundo dados do Departamento de Vigilância e Epidemiológica e Ambiental da Semusa (SINAN-NET-DVEA/SEMUSA) até o dia 19 de outubro foram confirmados 173 casos de dengue em Porto Velho. Além da dengue, o mosquito Aedes aegypti pode transmitir os vírus da Chikungunya e Zika, doenças graves que ainda não foram registradas em território porto-velhense.
Collien Rodrigo | NIEMSUS – SEMUSA