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sábado, junho 21, 2025

APÓS POLÊMICA, SANTO ANTÔNIO ENERGIA AUMENTA EM 80 CM O SEU RESERVATÓRIO

A Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela implantação e operação da Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em Porto Velho (RO), confirma a ampliação da usina, que passará a produzir mais 206,2 MW médios, com o alteamento de 80 cm em seu reservatório e a instalação de mais seis turbinas.Essa é a segunda tentativa da concessionária de elevar o reservatório para colocar em funcionamento seis novas turbinas que vão gerar energia para Acre e Rondônia. O projeto original foi aprovado ainda em 2013, mas travou por embates ambientais. De acordo com o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), os impactos que essa ampliação pode provocar são imprevisíveis.

Essa elevação ocorre mesmo sem a empresa possuir o (PSB) Plano de Segurança de Barragens, conforme exige a Política Nacional de Segurança de Barragens. A pressão pela entrega do plano passou a se intensificar a partir do desastre ambiental de Mariana. Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), as hidrelétricas do país devem entregar seus PSBs até dezembro de 2017.

A usina está em operação desde 2012 e é a terceira maior do país. Toda a produção hoje é enviada para Araraquara (SP) pelo linhão do Madeira.

Essa é a segunda tentativa da concessionária de elevar o reservatório para colocar em funcionamento seis novas turbinas que vão gerar energia para Acre e Rondônia. O projeto original foi aprovado ainda em 2013, mas travou por embates ambientais. De acordo com o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), os impactos que essa ampliação pode provocar são imprevisíveis.

“Não é nenhum exagero fazer comparações com Mariana. O rio Madeira tem muito sedimento, acumula muito barro. Ele é responsável por 50% do sedimento despejado no rio Amazonas. A usina de Jirau, bem perto, enfrenta problemas por acúmulo de barro nas turbinas. Se não houver uma estratégia e correta operação, haverá o comprometimento da segurança das barragens”, diz João Marcos Dutra, coordenador do MAB em Rondônia.

Especialistas nos estudos das usinas do Madeira desde suas construções e professores da Unir (Universidade Federal de Rondônia), Luiz Fernando Novoa e Artur Sousa Moret têm opiniões distintas. Em comum, dizem ver uma falta de transparência na segurança da obra.

Para Moret, é comum as usinas hidrelétricas ampliarem a cota de seus reservatórios, enquanto Novoa afirma ser essa uma medida pouco usual, revelando a “fragilidade dos estudos ambientais e de viabilidade técnica que embasaram a licença para a construção da usina”.

OUTRO LADO

pop_up_informacaoA Santo Antônio Energia diz que a elaboração de seu Plano de Segurança de Barragens está em fase adiantada e que se encontra dentro do prazo estabelecido pela Aneel.

Segundo a concessionária, foram investidos R$ 2 bilhões no aumento da capacidade de geração de energia. Todos os investimentos -como a instalação das torres de transmissão- já estão concluídos, faltando só o aval do Ibama.

A empresa afirma que os impactos ambientais e sociais serão reduzidos e mitigados com ações complementares.

A Aneel confirmou que aprovou o projeto de ampliação de Santo Antônio.

Desta forma, a hidrelétrica terá um total de 50 turbinas e a cota do seu reservatório passa de 70,5 metros para 71,3 metros. Com esta mudança no projeto original, a Hidrelétrica Santo Antônio adiciona mais 417,6 MW à sua capacidade de geração, aumentando sua potência para 3.568 MW, energia suficiente para atender ao consumo de mais de 44 milhões de pessoas.

O investimento para ampliação da hidrelétrica é de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, incluindo a obra civil, a aquisição das seis turbinas, os serviços de montagem e os investimentos na ampliação do reservatório.

“Sempre tivemos a convicção que o nosso projeto significa o melhor aproveitamento hídrico do rio Madeira e o desfecho deste processo confirma isso. Quase três anos depois de apresentarmos o projeto de ampliação da usina, o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica reconheceram o que acreditávamos desde o início, que a ampliação da nossa usina adiciona um volume significativo ao sistema brasileiro, praticamente sem impactos socioambientais”, explica Eduardo de Melo Pinto, presidente da Santo Antônio Energia.

Hoje, a Santo Antônio Energia é a terceira maior produtora privada de energia hídrica do País. A partir de dezembro de 2013, se tornará a segunda, com a geração crescente propiciada pela entrada contínua de turbinas em operação comercial.

O que muda com a ampliação da Hidrelétrica Santo Antônio

Projeto original Ampliação Projeto ampliado
Investimento R$ 16 bilhões R$ 1,5 bilhão R$ 17,5 bilhões
Turbinas 44 06 50
Potência 3.150,4 MW 417,6 MW 3.568 MW
Garantia Física 2.218 MW médios 206,2 MW médios 2.424,2 MW médios
Término obra Nov/2015 Nov/2016
Sustentabilidade R$ 1,7 bilhão R$ 300 milhões R$ 2 bilhões
Reservatório 350,04 km2 71,52 km2 421,56 km2
Cota 70,5 m + 80 cm 71,3 m

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