A repentina aproximação do senador Ivo Cassol (PP-RO) com o PT de Rondônia só tem uma explicação. Na quarta-feira, 19, será votada a PEC da perda do mandato automático em caso de político condenação pelo STF. Na semana passada, os deputados Sibá Machado (PT-AC) e Leonardo Picciani (PMDB-RJ) atrasaram a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que automatiza a perda de mandato de deputados e senadores condenados, em sentença transitada em julgado, por crimes contra a administração e improbidade administrativa.
Segundo o entendimento do petista, o texto da PEC tira a prerrogativa do Legislativo de decidir sobre mandato de parlamentares. Machado diz ainda que , como a votação agora é com voto aberto, não há motivos para tirar dos parlamentares o julgamento dos mandatos dos colegas. “Mostra a cara e julga seus próprios problemas e deixa o Supremo Tribunal Federal julgar os seus”, afirma.
O relator da proposta na Câmara, Raul Henry (PMDB-PE), defende a PEC, “um deputado que tem um processo transitado em julgado não tem condições de ocupar uma cadeira nesta Casa. Já passamos pelo constrangimento de manter o mandato do deputado Natan Donadon”, explica.
Portanto, somente a bancada governista tem o poder de atrasar, postergar e até não aprovar a PEC. O deputado Padre Ton (PT-RO), assim com os demais petistas, não tem interesse na aprovação da PEC, o que levou o senador Ivo Cassol a paparicar o petista. Mesmo que, a não cassação do senador dificultaria a volta de Fátima Cleide ao Senado, já que ela seria a beneficiada direta.