AUTORIDADES DESCARTAM, MAS, POPULAÇÃO BRINCA COM CENÁRIO DE UM “TSUNAMI”

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Cenário de tragédia é projetado por internautas nas redes sociais
Cenário de tragédia é projetado por internautas nas redes sociais
Cenário de tragédia é projetado por internautas nas redes sociais

Está descartado, por hora, acontecer um “tsunami” em Porto Velho. Em reunião realizada na manhã de ontem, na sede do Ministério Público do Estado de Rondônia, os representantes da Energia Sustentável do Brasil (ESBR) garantiram que a situação está sob controle e que não há risco de rompimento das barragens, pois o empreendimento suporta quase o dobro da vazão atual do rio Madeira, que em 2014 é de 51.170 metros cúbicos, superando todos os registros históricos.

A reunião foi coordenada pelo Promotor de Justiça do Urbanismo, Átilla Augusto da Silva Sales, e pelos Procuradores da República Raphael Luiz Pereira Bevilaqua e Gisele Dias de Oliveira Bleggi Cunha, com a participação do prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif, secretários municipais e estaduais e representantes dos empreendimentos hidrelétricos.

Os representantes dos empreendimentos hidrelétricos foram convidados também a participar nesta quinta-feira, dia 20 de fevereiro, às 14 horas, na sede da Secretaria Municipal de Planejamento, de uma reunião para discutir especificamente os impactos das enchentes no distrito de Jaci Paraná.

O nível do Rio Madeira deve permanecer estável nos próximos dias de fevereiro. As chuvas que ocorrem no inverno amazônico de Rondônia devem reduzir, contribuindo para diminuir o nível do Rio. Os efeitos da redução de água devem ser sentidos em cerca de cinco dias, devido ao tempo necessário para escoamento pelos canais naturais ou rios da bacia.

A previsão, elaborado pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), é baseada nos dados meteorológicos e hidrológicos produzidos pela instituição. As informações são aplicadas no modelo climatológico do Sipam, o Brams, que gera dados numéricos relacionados ao comportamento das chuvas nos próximos três dias. Os dados gerados são processados no modelo hidrológico de chuva e vazão possibilitando estimar a cota futura de inundação para um, cinco e dez dias.

Além das informações repassadas diariamente, o Sipam oferece apoio de infraestrutura física e tecnológica para montagem de sala de situação para gerenciamento da crise pela Defesa Civil. “Trabalhamos de forma conjunta para repassar com celeridade os dados à Defesa Civil, responsável por comunicar e alertar a sociedade sobre os fatos relacionados à inundação” disse o gerente do Centro Regional de Porto Velho (CR/PV)/Sipam, José Neumar.

O trabalho colaborativo reflete em ações benéficas para a sociedade. “A precisão e alto nível de qualidade dos dados do Sipam são fundamentais para o desenvolvimento de atividades e para definir a linha de atuação da Defesa Civil e órgãos parceiros”, afirma o coordenador estadual de Defesa Civil e comandante geral de Corpo de Bombeiro de Rondônia, Coronel Caetano.

Os municípios de Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Porto Velho e Rolim de Moura foram atingidos por inundações do Rio Madeira e o governo decretou situação de emergência nos quatro. Ações como a retirada rápida de famílias de locais de risco, abrigo em alojamento, distribuição de alimentos, água potável e medicamentos, e corte emergencial de energia elétrica foram medidas necessárias para contornar a crise gerada. “Atuar de forma preventiva e estabelecer as estratégias de atuação foram possíveis por que obtivemos informações com antecedência”, complementa o coronel Caetano.

O cenário da região deve permanecer estável no mês de fevereiro. Para o mês de março ainda é cedo para fazer afirmações. Apesar das reduções de chuvas e do nível do rio Madeira nos próximos dias, março é um mês tradicionalmente de chuvas na Bacia do rio Madeira, esclareceu a coordenadora de Operações do CR/PV, Ana Cristina Strava. “Mas todas a informações serão repassadas com a maior brevidade para a Defesa Civil”, complementa Strava.