A eleição no estado de Rondônia passa pela agenda do governo federal em Brasília – e isso só ajuda Confúcio Moura e Acir Gurgaz
Certamente não foi ao acaso que as peças no tabuleiro político do estado de Rondônia se posicionaram, de modo inequívoco, em favor dos partidos e políticos progressistas que orbitam em torno do governo Lula, do senador Confúcio Moura (MDB) e do ex-senador Acir Gurgaz (PDT). Estes dois últimos, líderes do Movimento CAMINHADA ESPERANÇA, construíram uma agenda inovadora, criativa, agressiva e, parece, organizada para o momento de letargia política pelo qual passa o estado – cuja atenção se desloca totalmente para Brasília.
No estado, só pautas paroquias e intrigas de bastidores envolvendo os segundo e terceiro escalões do poder.
Com o lançamento do Movimento do CAMINHADA ESPERANÇA no último sábado, 4, em Ji-Paraná, Confúcio Moura, Acir Gurgaz e a deputada estadual Cláudia de Jesus (PT) largam na frente na agenda eleitoral para 2026. O evento reuniu 1.200 pessoas de 15 municípios da Região Central do estado e foi uma sagração ao governo Lula. Para surpresa de poucos, políticos de partidos alinhados com a direita bolsonarista estiveram presente ao evento e, pasmem!, fizeram uso da fala – rasgando elogios ao governo federal!
Em uma semana de vitória absoluta do governo Lula em Brasília – e de múltiplas entregas do senador Confúcio Moura no estado – o evento do CAMINHADA ESPERANÇA em Ji-Paraná confirma que os 33% de aprovação do governo federal (e crescendo) é um ativo que o campo progressista tem a sua disposição, bastando manter a unidade, priorizar pautas que tenham conexão com a população e construir nominatas proporcionais competitivas – grande parte dos nomes para isso estão nos 9 partidos que compõem o Movimento.
Feito isso, o Movimento terá um problema (bom) a solucionar imediatamente: encontrar um nome para ser candidato a governador, para dar ao agrupamento condições de se colocar como o grande vencedor nas eleições de 2026. Este raciocínio é simples, e explico o porquê disso.
A agenda nacional tem papel preponderante sobre a estadual, uma vez a pauta de Brasília tem impacto positivo direto na vida das pessoas (redução do Imposto de Renda, redução de jornada de trabalho, tarifa zero no transporte público, emendas, soberania nacional). O governo estadual, por sua vez, está voltado para as eleições e para temas que interessa apenas aos atores envolvidos na sucessão do governador, que deixará o cargo para concorrer ao senado. Esta pauta não tem nenhuma simpatia da população.
Neste cenário, o aumento da popularidade de Lula é quase certo. O mesmo ocorrerá com o prestigio – e as entregas – do senador Confúcio Moura e o bom trânsito do ex-senador Acir Gurgaz junto ao governo federal. Como há um certo consenso de que ambos pleitearão o mandato de senador e que serão duas vagas em disputas, é absolutamente plausível que os dois tenham sucesso.
Ora, se historicamente os eleitores de Lula votam fechado com os seus candidatos, a escolha de Confúcio Moura e Acir Gurgaz como senadores do presidente pelos atuais 33% do eleitorado do estado é uma possibilidade real, uma vez que os eleitores podem votar em dois nomes. Ocorrendo isso, os votos restantes serão divididos entre os 4 candidatos da direita bolsonarista. Logo, quanto mais a aprovação de Lula crescer, mais fortalece Confúcio Moura e Acir Gurgaz.
Assim, mantida a disposição de Confúcio Moura e Acir Gurgaz em serem candidatos ao senado federal – o que ajudariam muito a governabilidade no caso da (provável) reeleição de Lula – o problema (bom) do Movimento CAMINHADA ESPERANÇA é encontrar um bom nome para disputar o governo do estado, com a clareza de que este já arrancaria com os mesmos 33% dos eleitores dos progressistas do estado – o que se traduz em enorme poder de barganha com aqueles que têm interesse em governar o estado a partir de 2027.