Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*)

                                                Eleições 2024

Parece que o projeto da direita eleger pelo menos mil prefeitos em todo o Brasil nas eleições de 2024 não vai vingar não, hein! Achando que ia retornar ao Brasil de forma apoteótica, Jair Bolsonaro vê a ficha de um futuro incerto cair. O primeiro choque de realidade foi na recepção pífia à sua chegada. O segundo choque foi no dia do depoimento sobre o roubo das joias árabes: nenhum apoiador na frente da sede da PF em Brasília! Além disso, é certo que o ex-presidente se tornará inelegível, ou seja, será impedido de se candidatar em eleições futuras.

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Bolsonaro perdeu apoio dos seguidores após o evento de 8 de janeiro, quando, incitados aos atos, foram abandonados pelo ex-presidente. O próprio filho, Eduardo Bolsonaro, jogou a última pá de terra na cova do pai ao dizer aos manifestantes presos, que ninguém os mandou para as ruas. E o roubo das joias desmascarou o mito, tirando sua vestal de honesto. A maioria dos bolsonaristas pode até ser burra, mas nem tanto.

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Nesse sentido, em capitais como Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Velho, Rio Branco, Recife e até Curitiba a esquerda tem chances de eleger prefeitos.

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Indo direto ao que interessa, a queda da popularidade do ex-presidente já está sendo sentida em Rondônia, em especial, Porto Velho. A sucessão municipal nunca esteve tão favorável à esquerda como agora, com o presidente petista Luís Inácio Lula da Silva com excelente aprovação popular, apesar da constante e odiosa oposição que ainda se ressente da derrota nas eleições de 2022.

Professor Waldir

Uma justa homenagem acontece às vésperas do Dia do Jornalista, 7 de abril. A Câmara Municipal de Porto Velho aprovou um Projeto de Resolução do vereador Everaldo Fogaça (Republicanos) que concede o título de Cidadão Honorário ao jornalista Waldir Costa. Em suas considerações, Fogaça disse que Waldir Costa é considerado o jornalista mais ético de Rondônia e foi quem ´formou´ vários repórteres e jornalistas quando fundou o jornal Diário da Amazônia, que ele dirigiu por dez anos como editor-chefe. A coluna assina em baixo. O paranaense Waldir Costa, tem 76 anos, é pai de sete filhos e avô de 9 netos dos quais sete nasceram em Rondônia.

Saúde Rondônia

A deputada estadual Cláudia de Jesus (PT-RO) esteve em Brasília nesta quarta-feira (5) onde se encontrou com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e com a deputada federal Silvia Cristina (PL-RO). O objetivo da reunião foi buscar recursos para a construção de um hospital regional em Ji-Paraná. Cláudia e Silvia lutam há anos pela construção de um hospital no município onde já foram vereadoras. A deputada estadual, que é base do governo Lula em Rondônia, destacou disse que a ministra foi receptiva às pautas apresentadas e que discutiram sobre a importância de mais investimentos na saúde do país e os desafios a serem enfrentados. Ao final do encontro, Cláudia convidou Nísia Trindade para uma audiência pública em Ji-Paraná sobre a construção do hospital regional no dia 12 de maio.

Concursos públicos

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciou que o governo irá lançar até o dia 10 de abril o primeiro bloco de concursos públicos autorizados para administração federal.  Esther Dweck destacou que há previsão no orçamento deste ano para realização dos concursos, que irão priorizar os órgãos com maior déficit de pessoal.

Lei das cotas

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou, nesta terça-feira (4), que a Lei de Cotas é a maior política reparatória do Brasil e vai “permanecer de qualquer maneira”, embora haja necessidade de ampliar o debate em torno da legislação. Para a ministra, o pagamento das bolsas aos estudantes incluídos na Lei de Cotas é fundamental.

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Como forma de ampliar a presença de pessoas negras em cargos de liderança, o governo federal vai implementar um programa que reserva até 30% de vagas em cargos de comissão e funções de confiança na estrutura do Poder Executivo, incluindo administração direta, autarquias e fundações.

Massacre em Blumenau

Gente, falar do que houve em Blumenau (SC) sem citar as atitudes e ações de Jair Bolsonaro desde o ingresso dele na política, seria injustificável. O que ocorreu naquela cidade tem a ver sim com a ideologia do ódio propagada pelo ex-presidente. Pior do que isso é saber que ele tem milhões de seguidores que comungam da mesma ideologia.

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E esses seguidores estão entre nós, nos nossos círculos de amizade e até dentro de nossa própria família. Quem não tem um bolsonarista na família que atire a primeira pedra. O colunista de O Globo, Merval Pereira,  responsabilizou diretamente o bolsonarismo, ideologia de extrema direita que foi alçada ao poder no Brasil após o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff e a prisão política do presidente Lula, pelo massacre de Blumenau.

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Merval: “O clima de ódio e violência que estamos vivenciando nos últimos tempos, oriundos do período em que o bolsonarismo começou a implantar suas raízes, é filho do despertar dos instintos primitivos de indivíduos antissociais que viviam contidos pelos ditames e valores majoritários numa sociedade democrática e sentiram-se liberados para falar, e fazer, qualquer coisa. Como agia seu líder político, saído dos círculos morais mais baixos da sociedade para influenciar seguidores que identificaram por meio de metodologias tecnológicas que se mostraram tristemente eficazes”.

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Ainda Merval, de O Globo: “Abrir a compra por cidadãos de armamentos praticamente sem controle é uma oferta de fortalecimento a esses grupos fora da lei. Está provado que a criação de CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) proliferou justamente para legalizar armas do crime organizado, e os ataques frívolos com armas em disputas banais e discussões de bar estão à nossa vista. Alimentar a violência com esse tipo de atitude irresponsável só pode criar uma sociedade patológica, onde tudo é possível, até assassinatos a machadadas de crianças”.

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O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou à Polícia Federal a instauração de Inquérito Policial para investigar a proliferação de células neonazistas no Brasil, fenômeno que disparou após a ascensão de Jair Bolsonaro e do bolsonarismo. A decisão de Dino foi tomada após o massacre de Blumenau.

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O deputado federal André Janones (Avante-MG) defende que o bolsonarismo seja criminalizado no Brasil, assim como ocorreu com o nazismo na Alemanha. Em post nas redes sociais, ele afirmou que o assassino de Blumenau, Luiz Henrique de Lima, se inspirava em Jair Bolsonaro.

Caveirão na escola

Ah, antes que a coluna esqueça, a presença de dois veículos blindados da PM-RJ, mais conhecidos como Caveirão, numa escola pública da cidade do Rio de Janeiro, é uma cena tão lamentável quanto ao massacre de Blumenau. Mas, por se tratar de estudantes pretos e de periferia, não mereceu destaque na mídia. A violência contra crianças se dá de diversos modos, além da morte. A “morte social” também é terrível e injustificável.

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