Por Roberto Kuppê (*)
Viajando pela história
Para quem não sabe, é possível viajar na história de Rondônia, através do jornal Alto Madeira pela internet, a partir de 1917. Basta clicar em na memória da Biblioteca Nacional e selecionar o único jornal de Rondônia à disposição para pesquisa. É emocionante e fácil percorrer pela história de nosso jovem estado através da internet. O jornal Alto Madeira foi fundado em abril de 2017 e fechou outubro de 2017, aos 100 anos. Memória viva.
Por que fechou?
Bem, a crise econômica fez com que os investimentos em publicidade despencassem. As receitas diminuíram muito e os custos aumentaram, na mesma proporção. Mas, a principal causa, com certeza foi o advento da internet e os sites de notícias que fizeram com que veículos de comunicação tradicionais sofressem com a crescente migração de audiência e da publicidade para o mundo virtual. Um estado que já teve até cinco jornais diários, hoje tem apenas o Diário da Amazônia que só sobrevive porque tem como âncora um grupo empresarial forte.
Spoiler
Ao navegar pelas páginas do Alto Madeira, a coluna deparou-se com uma notícia de há mais de 40 anos. O lançamento do “Disk Amizade”, com certeza, o percursor das redes sociais de hoje. O sistema funcionava por telefone, claro, onde os (o que mesmo?) amigos discavam para 138 e formavam um grupo de conversa. Naquela época a preocupação com as fake news ou conversas inadequadas já existia.
Spoiler 2
A antiga Avenida Sete de Setembro, no tempo em que era calçada com paralelepípedos e de mão dupla, tinha canteiros centrais arborizados com dois quiosques. Estes quiosques eram chamados de “clippes”, um era na esquina da rua Prudente de Moraes onde era a Casa das Canetas e no outro da esquina da rua Presidente Dutra. Detalhe: tinha orquestra naquela época. Bons tempos.
Caindo na real
A atual situação de Rondônia é de protestos contra os preços abusivos dos combustíveis, principalmente da gasolina que afeta o dia a dia do rondoniense. Enquanto na maioria do País os preços baixaram para menos de 5 reais, no nosso estado há cidades roubando os motoristas com preços acima de 6 reais. Na capital o valor está fixado em 5,89 reais em todos os postos. Cartel. No entanto, em cidades como Nova Mamoré e Guajará-Mirim, os valores são menores, em média 5,45 reais.
Caindo na real 2
O governo federal, através dos órgãos ligados à economia e fiscalização, fará uma blitz nacional no dia 24 de maio, nas capitais e em algumas cidades do interior do País. Em Porto Velho há informações de que haverá um movimento protestando contra a cartelização do preço da gasolina. Um dos responsáveis pelos protestos é o advogado e ativista Samuel Costa que está movimentando as redes sociais.
Nas ruas, sem protestos
Por que a população de Rondônia, em especial os taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos não reclamam, não protestam? A explicação é política: 75% dos eleitores de Rondônia são bolsonaristas. Ou seja, podem até acharem caro o preço dos combustíveis, mas não dão um pio para baixar. Tudo isso sem manifestações, sem protestos, sem fiscalização do Procon. Aliás, permitam-nos perguntar: existe Procon em Rondônia?
Nas ruas, sem protestos 2
Resta então, à esquerda rondoniense, mais uma vez, a missão de protestar contra os valores abusivos dos preços dos combustíveis. Embora o problema seja afeto a todos, apenas setores da esquerda estão se movimentando para fazer valer as mudanças realizadas pelo governo federal na última terça-feira, 16 de maio.
Vai lá, sabido
Veja abaixo vídeo nada engraçado do canal “Vai lá sabido”, onde Samuel Costa denuncia o valor abusivo dos combustíveis em Rondônia:
O Brasil voltou
Não é possível que a direita brasileira não esteja enxergando as mudanças para o bem, do Brasil, diante dos seus olhos. As mudanças são palpáveis como a redução drástica do preço dos combustíveis e do gás de cozinha. Inflação caindo e PIB subindo. Dólar caindo e Bolsa de Valores subindo. Lula sendo paparicado e solicitado no G7. O Brasil sendo convidado para sentar à mesa de discussões de temas mundiais! Tá díficil perceber as mudanças?
Nota de repúdio
A coluna condena veementemente os atos racistas contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, que foi violentamente atacado com palavras e, além disso, submetido à uma mata leão e sendo expulso da partida. Achamos que a situação de Vini Jr atingiu o nível máximo e providências devem ser tomadas de forma definitiva. A reação tem que ser forte, conforme pediu o presidente da República, Lula, em seu pronunciamento no Japão.
Informações para a coluna: [email protected]
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