COLUNA ZONA FRANCA

Porto Velho

Circula pelas redes sociais uma fake news sobre uma chapa formada entre o ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (sem partido) e Williames Pimentel (MDB), por conta de um encontro com o senador Confúcio Moura (MDB), semana passada. Não tem como. RS saiu do Partido dos Trabalhadores, em abril de 2021. Saiu do PT brigando. Ele fez uma guerra contra o Eduardo Valverde (deputado federal já falecido) e contra a ex-senadora Fátima Cleide. Apesar do ex-prefeito ter realizado uma excelente administração em dois mandatos, ter sido inocentado de acusação de corrupção, dificilmente ele retornaria ao PT. Capaz de se filiar ao MDB.

Porto Velho 2

Por enquanto o único nome que permeia os pensamentos do senador Confúcio Moura para compor um frentão, é o do advogado Vinícius Miguel (PSB). Ainda há muita água a descer pelas barrancas do rio Madeira. As águas barrentas estão longe de ficarem límpidas e cristalinas. Segundo o historiador Zola Xavier (Uma frente popular no Oeste do Brasil – do incêndio na Catedral ao Palacete Rio Madeira e outras histórias do território federal de Rondônia), ele ouviu domingo no Bloco Pirarucu do Madeira que não se fala em outra coisa, Vinícius Miguel, para  prefeitura de Porto Velho. A voz do povo  não é voz de Deus?

Mudança de jogo

O Ministério Público recorreu da decisão que salvou o governador Marcos Rocha (União Brasil), da cassação e da sua inelegibilidade. O recurso será agora distribuído e julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Caso seja procedente, novas eleições serão convocadas.

Mudança de jogo 2

O destino de Marcos Rocha está nas mãos da ministra Carmen Lúcia que assume essa semana a presidência do TSE. Alexandre de Moraes estará em compromissos no exterior e a ministra é a atual vice-presidente do TSE. Caberá, regimentalmente à presidente em exercício do TSE aceitar ou não o recurso interposto nesta segunda-feira, 05 de fevereiro de 2024 pelo representante do Ministério Público Eleitoral do MPF, pedindo a cassação do Governador e do vice de Rondônia e respectivamente sua inelegibilidade por 8 anos .

Mudança de jogo 3

Caso confirmada  cassação da chapa, cria-se um novo cenário para as eleições de 2024 e 2026. Além do que haveriam novas eleições para governador do estado. Neste momento o advogado Nelson Canedo está em mais essa missão. Fazer com que Marcos Rocha continue no governo de Rondônia.

Desolado

Quem está triste com tudo isso é o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), que é companheiro de MR. Hildon terá que mudar suas estratégias pra 2024 e 2026 caso se concretize  cassação do amigo.

Novo golpe

Um novo golpe está sendo gestado nos porões da direita facista brasileira. A coluna meio que antecipou o discurso do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que na volta aos trabalhos legislativos começa a colocar em prática um plano para desestabilizar o governo Lula. Na verdade, Lira lançou ontem  primeira isca. O governo não caiu na armadilha e fez cara de paisagem, minimizando crise unilateral criada por Lira.

Novo golpe 2

Mas, por que Lira está criando uma crise, se o governo entregou tudo que prometeu ao Centrão e emendas são distribuídas aos montes? Lira deve estar defendendo interesses inconfessáveis, possivelmente ligados aos últimos acontecimentos. Além de defender os próprios interesses, claro. Pode ser uma cortina de fumaça para desviar a atenção sobre as investigações sobre a Abin paralela, Marielle Franco. Mas, não é só Lira quem está por trás desse levante contra o governo. Ele não está só. Ninguém entraria numa aventura golpista sozinho.

Novo golpe 3

O objetivo seria estancar o governo que está indo muito bem, dificultar ao máximo para inviabiliziar a volta do PT ao poder em 2026. Sem nomes competitivos, só resta ao grupo de Lira agir com desonestidade para vencer nas próximas eleições. Como fizeram em 2018 com a prisão de Lula. Porque não há explicação plausível para as ameaças de Lira, num momento em que o governo vem pregando e mantendo boas relações com o judiciário e legislativo. O presidente Lula que ainda não se pronunciou publicamente, deve estar sem entender o que está acontecendo.

Novo golpe 4

Para o impeachment de Dilma, alegaram que foi pelo conjunto da obra e pela crise econômica que foi causado pelo próprio Congresso Nacional que aprovou diversas pautas bombas que engessaram o governo dela. Mas, e agora com o governo Lula bombando  na economia? O que justificaria esse ataque desmedido contra Lula?

Impunidade pura e simples ou medo?

Há um clamor popular pela prisão de Jair Bolsonaro. A sua prisão será uma espécie de catarse entre aqueles que o vêem como uma síntese do atraso civilizatório diante desta possibilidade. Mesmo assim, ele foi escorraçado do poder pelo voto, numa disputa acirrada com Lula. O seu legado faria o mais vil dos homens parecer um anjo à direita de Deus. No entanto, continua a esbravejar contra as instituições que o deixou acumular bens por décadas, permitindo que educasse seus filhos naquilo que sabe como ninguém.

Impunidade pura e simples ou medo?

As mesmas instituições que o vê desqualificá-las agora são aquelas que permitiram um impeachment de uma presidenta eleita democraticamente, por razões inconsistentes ou frágeis. E as mesmas que mandaram prender um homem sabidamente honesto e comprometido com o Brasil, também por razões infundadas.

De Eduardo Cunha a Artur Lira, o poço não tem fundo

Agora, após o caos instalados por estes dois fatos produzidos por figuras medíocres e desonestas (Moro e Bolsonaro), vimos que nada muda em relação à qualidade daqueles que ocupam cargos de poder no Brasil. A postura e o discurso de ontem do presidente da Câmara Federal demonstram que o Nordeste produz povo bom e políticos ruins, desde sempre. Embora nordestino, reconheço que, salvo algumas aberrações surgidas em outras regiões, o Nordeste produziu quadros vergonhosos para a política brasileira.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

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