Coluna Zona Franca

Os oito pecados dos patriotários

Difícil não reconhecer a olho nu as incoerências dos bolsonaristas que vez ou outra estão adiante de suas hipocrisias. Recentemente pudemos assistir em tempo real uma delas, o primeiro dos pecados. Eles acusavam a esquerda de possuir bandido de estimação e que bandido bom é bandido morto. Pois bem, 129 deputados federais bolsonaristas, dentre os quais, 69 evangélicos, votaram pela soltura (saidinha) de um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco. Segundo pecado. Defendem a liberdade de expressão, mas, não admitem que haja esquerda no País, que só haja direita, de preferência, evangélicos. Terceiro pecado. “Deus, Família, Pátria”. O slogan foi usado no Brasil em 1938, pela “Associação Brasil Livre”, que fazia um pedido ao ministro Osvaldo Aranha: barrar a entrada de judeus no Brasil. Ou seja, os patriotários não sabem que essa tríade se trata de uma cultura política reacionária. Quarto pecado. Alta traição nacional. Procurar nações estrangeiras para pedir sanções comerciais às empresas brasileiras é crime de lesa pátria. O bolsonarismo tem que ser criminalizado, infelizmente. É uma ideologia que acaba com o país. Quinto pecado. A soberba e a vaidade, preocupação excessiva com a conquista da admiração dos outros. Vale tudo para ser reconhecido e se manter no poder, inclusive passar por cima de pessoas, leis e manipular regulamentos. Sexto pecado. Mentira e avareza. A mentira é o pecado capital de alguns veículos de comunicação e redes sociais, que se alinharam aos interesses dos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A avareza é cometida pela grande maioria dos políticos da direita, que se apega ao poder do dinheiro, não se importando com o povo. Sétimo pecado. Israel não é um país cristão. Dados publicados em 2021 pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel apontavam que os cristãos representam apenas 1,9% da população israelense, equivalendo a 178 mil pessoas, aproximadamente. Israel não reconhece Jesus como filho de Deus.  Oitavo pecado. A hipocrisia da extrema direita, pegando como exemplo o recente ataque à nossa democracia promovido por Elon Musk, aquele que se diz baluarte do livre mercado e liberdade de expressão. Na verdade, Elon Musk está defendendo as empresas dele, principlmente contra os chineses que estão investindo no Brasil. É disso que se trata. E os patriotários achando que ele está favorável à liberdade de expressão.

Sem noção

A extrema direita brasileira, somada ao bilionário Elon Musk para atacar o STF e as instituições brasileiras, fizeram mais uma exibição folclórica nesta quinta-feira (11), usando como personagem principal desta vez o jornalista estadunidense Michael Shellenberger, que participou de uma sessão convocada por bolsonaristas no Senado, que tinha como o falso pretexto investigar “suposta interferência de autoridades brasileiras no X”. No entanto, a atuação do jornalista no local virou uma demonstração de fake news e falta de noção.

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O jornalista também admitiu que propagou uma mentira sobre o ministro Alexandre de Moraes. Shellenberger recuou, nesta quinta-feira, e disse não ter provas de que o ministro do STF ameaçou processar criminalmente um advogado brasileiro do X – antigo Twitter. “Acima escrevi: ‘Alexandre de Moraes e outros funcionários do governo ameaçaram processar criminalmente o advogado do Twitter no Brasil se ele não entregasse informações *privadas* e *pessoais*…’ Isso está incorreto. Não tenho provas de que Moraes tenha ameaçado”, disse ele.  No entanto, a confissão da mentira foi feita dias após o jornalista atacar o ministro, compartilhando a fake news para milhares de pessoas.

Repercussão

Repercutindo muito em Rondônia, os votos dos  deputados federais Coronel Crhisóstomo (PL-RO) e do médico e evangélico Fernando Máximo (União Brasil). Crhisóstomo fez um discurso entusiasmado para defender o colega Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), que está preso por ordem do Supremo Tribunal federal acusado de ser um dos principais mandantes do assassinato, por milicianos cariocas, da vereadora Mariele Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em uma emboscada no Rio de Janeiro. Num discurso confuso e atabalhoado, Crhisóstomo, que esteve 16 dias afastado da Câmara – diz ele que contraiu dengue – saiu em defesa da soltura do colega usando como argumento que o assassinato brutal de Marielle e de seu motorista ocorreu há mais de cinco anos, “por isso Brazão não pode ser preso”. O coronel chegou a dizer que nenhum parlamentar pode ser preso por opinião, palavra ou voto, ou em flagrante delito, o que, segundo ele, não seria o caso de Brazão. No final, de nada adiantaram os chiliques pró-Brazão do parlamentar rondoniense na tribuna da Câmara. Seu colega continuará preso por decisão da Câmara. Esse é o parlamentar que enche os pulmões para atacar Lula e o PT.

Panela de pressão

Prisão é um local onde se paga uma pena e o apenado saia recuperado. Na prisão, o apenado tem o direito de sair se se comportar.  Com o fim das saidinhas, medida legal para quem tem bom comportamento, a prisão se transformará numa panela de pressão, podendo explodir a qualquer momento. Por isso Lula vetou parte do projeto que acaba com  as saidinhas, permitindo que os mais comportados possam visitar suas famílias. Apenas 5% dos que se beneficiam não retornam à prisão.

MDB, o partido da camaradagem

Dois fatos de grande relevância ocorreram nos momentos finais da janela partidária para os potenciais candidatos a vereadores e prefeitos. Ambos no MDB. E nenhum tem a ver com o mandato de vereador, pois o movimento feito vereador Marcio Oliveira, ao se mudar para outro partido, foi legitimo e legal. Mas, as saídas de Thiago Flores e Jean Oliveira do MDB não obedeceram a agenda da janela partidária, e sim a vontade do presidente da sigla. Explicamos.

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No último dia 4 de abril foi encerrado o prazo para que vereadores ou prefeitos com mandato pudessem trocar de partido sem perde-los. Portanto, poderiam concorrer as eleições no exercício do mandato, mesmo em outro partido que não fosse aquele pelos quais tenham sido eleitos. Por isso, a saída do vereador Marcio Oliveira ocorreu dentro do prazo e foi legitima.

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No entanto, as saídas do deputado federal Thiago Flores e do deputado estadual Jean Oliveira do MDB ocorreram fora da janela partidária para os respectivos mandatos. Logo, a mudança partidária promovida pelos dois parlamentares estaria sujeita às perdas dos respectivos mandatos. Estariam, se a Lei não outorgasse ao dirigente máximo do partido a prerrogativa de emitir carta de anuência para a saída dos ocupantes dos cargos, o que mantêm a posse dos mandatos. E assim foi feito presidente do MDB de Rondônia. Duas cartas, dois espaços de poder perdidos.

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Embora dentro das normas legais, se o dirigente máximo do partido tenha assinado a tal carta, as saídas de Thiago Flores e Jean Oliveira do MDB chamam atenção pelo silêncio da militância, pelos ataques que os parlamentares fazem à legenda e ao governo do qual o partido é integrante da base e, o mais grave, dos suplentes dos deputados que saíram do partido. A isto se soma o fato de que os dois foram eleitos com recursos (bem generosos) do fundo eleitoral da sigla.

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O silêncio e a passividade dos respectivos suplentes já é algo bem estranho, uma vez que a disputa pelo mandato, em qualquer esfera, é objeto de brigas fratricidas entre companheiros do mesmo partido.  O que mais chama atenção, no entanto, é o silêncio dos militantes, filiados e instâncias do partido. Tido como o partido mais estruturado do estado, ou no MDB são todos camaradas ou ninguém tem interesse no poder que os mandatos perdidos representam para a legenda.

Eleições 2024

Não tem pra ninguém. A sucessão municipal de Porto Velho será polarizada entre Mariana Carvalho (União Brasil) e o (a) candidato (a) da Frente Ampla formada por partidos de esquerda e de centro. Ponto final.

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Benedito Alves (SD), Euma Tourinho (MDB), Fátima Cleide (PT) e Vinícius Miguel (PSB) vão ter sim que se unirem para enfrentar a poderosa Mariana. Condição sine qua non. O otimismo do grupo de Mariana Carvalho é tanto que já estão escolhendo o secretarido. O clima de já ganhou é evidente.

Lista atualizada

Lista atualizada de pré-candidatos a vereador por Porto Velho: PT/PCdoB/PV- Israel Trindade, Clodoaldo Dantas, Cláudio Carvalho, Fatinha, Orrana Silveira, Toco do Stccero , Almir do Sindsef, Aires Brito, Pedro Regis, Carlos Oliveira e Alessandra do Simprof; PSB:  Mauro Nazif Júnior e Josias Perito; Agir: Alexandre Silva, Antonio Medeiros, Porfirio Costa, Cliver Heron, Ednei Singeperon, Ednei Lima, Geovane Ibiza, Marcos Malaquias, Hermínio, Maelson do Planalto, Mesaque, Roberto Dinamite, Fabrício Donizete, Marcos combate, Cláudio da Padaria, Gabriele Gaspar, Marilene U.Norte, Solange Feira, Taliana, Meuse Santos, Ivanilda, Dalva Cecília e Elmara; PSOL-REDE: ?

Lista atualizada 2

Republicanos-Márcio Oliveira, Júnior Queiroz, Jurandir Bengala, Márcio Pacele, Pastor Ivanildo da Universal, Júnior Coimbra, Fernando PM, Pedro Geovar; União Brasil: Ellis Regina, Pastor Sandro, Isaque Machado, Lucas Donadon, Pastor Bruno Luciano, Dabson Bueno, Joel da Enfermagem, Dr. Macário Barros e Edmilson Dourado; PSD: Everaldo Fogaça, Rai Ferreira, Enfermeiro Roneudo, Wanoel Martins, Da Silva do SINTRAR, Hallan Carvalho e Kaue Ribeiro. PP: Terrinha e Matheus Serrate.

Lista atualizada 3

Podemos: Júnior Moraes, Alyson Cuiabano, Felipe da Saúde; PRD: Rogério Quaresma, Alexs Palitot, Bruno do Pingo, Pedro Teixeira, Joelna Holder, Everaldo Fogaça e Moisés Cruz; PL: Sofia Andrade, Léo Alencar, Gilber Mercês, Jacaré de Vista Alegre e Willian Homem do Tempo; MDB: Júnior da Versátil e Francisca Kaxarari. PRTB: Pastor Evanildo Ferreira e Jaque Suzana.

Lista atualizada 4

 PSDB/Cidadania-Marcelo Reis, Edwilson Negreiros, Carlos Damasceno, Valter Canuto, Márcia Socorrista, Nilton Souza, Antônio Medeiros, Júnior Siqueira, Dim Dim, Adalto Bandeirantes, Júnior Cavalcante, Dr Macário Barros, Thiago Tezzari, Evaldo Agricultura, Wellen Prestes e Alyson Sandubas.

OBS: Lista aberta, podendo haver mudanças, acréscimos ou exclusão. Correções e informações: [email protected]

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  [email protected]

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