Coluna Zona Franca

Pastel de vento

O jornal Folha de S. Paulo desembarcou melancolicamente, nesta quinta-feira, da operação de ataque, em parceria com Glenn Greenwald e a extrema-direita internacional, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que agiu para evitar um novo golpe no Brasil, desta vez por Jair Bolsonaro e seus asseclas, nas eleições presidenciais de 2022. A saída encontrada pela Folha foi um editorial com críticas a Moraes e a seus colegas de Supremo Tribunal Federal, que o defenderam de forma enfática e sem margem para qualquer contestação. “Não estão em questão a boa-fé de Alexandre de Moraes nem a obtusidade da ala do bolsonarismo que flertou com a ruptura institucional. Discutem-se os meios utilizados para enfrentar a ameaça, real”, aponta o editorial.

Pastel de vento 2

O objetivo de mais um pastel de vento, não é nada mais, nada menos do que alimentar o gado, fortalecer as narrativas e levar os bolsonaristas para as ruas, fazer propaganda para os candidatos a prefeitos em todo o Brasil. Claro, visando 2026. Porque do jeito que o governo vai indo, a reeleição de Lula é pule de dez.

                           PL de Jair Bolsonaro X PT de Lula

A oposição entre o PL de Jair Bolsonaro e o PT de Lula no nível nacional vai se repetir na maioria das disputas pelas prefeituras das capitais na eleição de 2024. As duas legendas, donas das maiores fatias do Fundo Eleitoral de 2024 (R$ 887 milhões para o PL e R$ 620 milhões para o PT), vão ser adversárias em 25 das 26 capitais. Os dois partidos serão aliados em apenas uma – São Luís. O PL vai lançar candidaturas próprias em 14 capitais; Em outras 12, o PL vai apoiar candidatos de outros partidos (MDB, PSD, União Brasil, PRD ou PSB); O PT, por sua vez, terá candidaturas próprias em 13 capitais; E, em outras 13, o PT vai apoiar candidaturas de outros partidos (PSOL, PV, PSB, MDB, PSDB, PDT ou PSD).

Fumaça

Porto Velho amanheceu novamente com a pior qualidade do ar do país nesta quinta-feira (15), de acordo com a empresa suíça que mede os níveis de poluição do mundo, a IQAir. Uma “nuvem” densa cobre a cidade desde às primeiras horas da manhã. Caê Moura, gerente do Centro Regional de Porto Velho do Censipam, se reúne hoje para debater o problema. Como se não bastasse, o rio Madeira vive seu pior momento neste verão amazônico, registrando recordes de seca. De acordo com o gerente regional do Censipam, em 2024, a situação dos rios do estado deve atingir um estado muito crítico.

Queimadas e desmatamento

A fumaça que vem de queimadas, o calor que vem do desmatamento, têm se intensificado nos últimos oito anos em Porto Velho. O aeroporto de Porto Velho amanheceu fechado. Três voos foram desviados para Manaus. A população está reclamando do calor e da fumaça, com toda razão. O impressionante é que na hora de votar, o eleitor rondoniense não vota em quem defende a natureza, combate o desmatamento e às queimadas. O coitado do candidato que defende essas pautas é logo chamado de comunista (vai pra Cuba). Aí elegem políticos tipo o senador Marcos Rogério (PL) e o deputado Crisóstomo (PL) que não defendem a Amazônia, muito pelo contrário, defendem o agro, porque o agro é isso, o agro é aquilo.

Alerta do advogado Nelson Canedo

Infelizmente na atualidade -onde assessores/políticos pensam que tudo é permitido – falar que os gestores públicos devem obediência ao princípio da impessoalidade e moralidade (art. 37, caput, CF) virou clichê. Todos sabem o que é, mas o tratam com desprezo, até ser  proposta uma ação eleitoral (AIJE ou Representação) por conduta vedada (art. 73, LE) ou abuso do poder político (art. 22, LC 64/90), que pode resultar desde a aplicação de multas pesadas, cassação do registro diploma e a penalidade mais grave: a inelegibilidade, verdadeiro motivador da aposentadoria compulsória de políticos. Muitas vezes a assessoria do político erra – e erra feio – por falta de conhecimento quanto a matéria. Erra também o gestor, por não contratar um profissional qualificado. E a fatura, na maioria das vezes, é apenas do político, que normalmente responde sozinho por essas ações eleitorais, pelo simples fato de ter se beneficiado da conduta irregular do assessor.

Eleições 2024

O candidato à prefeitura de Porto Velho, Célio Lopes (PDT), foi o que mais cresceu no início da corrida eleitoral. A última pesquisa do Instituto Phoenix, indica que Lopes alcançou 11,6% das intenções de voto. Este crescimento é amplamente atribuído à recente aliança partidária que Célio Lopes construiu, reunindo partidos progressistas como PSB, PT, PV e PCdoB. Estes 11,6% podem chegar a 30%, teto da esquerda em Porto Velho. Se Célio Lopes conseguir com que suas propostas cheguem a todos os eleitores de Lula em Porto Velho, é um forte candidato ao segundo turno. Basta só mostrar no horário eleitoral os beneficios que o governo Lula tem levado para a capital do estado, principalmente para  a população mais carente que vem sentindo a diferença no bolso e na cozinha de casa.

                                     Aptos para disputar

Apenas cinco candidatos à prefeitura de Porto Velho tiveram seus registros deferidos pelo TSE até agora, faltando horas para o encerramento do prazo. Benedito Alves (SD), vice Ana Cláudia (PMB); Célio Lopes (PDT),  vice Pastora Cila (PV); Léo Moraes (Podemos), vice Magna dos Anjos (Podemos); Mariana Carvalho (União Brasil), vice Pastor Val (PL) e Ricardo Frota (Novo), vice Youssef Jamil Zaglout (Novo). Segundo informações de Herbert Lins, Euma Tourinho (MDB), perdeu o vice Rafael Claros (MDB) sendo substituído por Tiago Ramos Pessoa, advogado do partido.

Candidatos a vereador de Porto Velho

Lista completa de todos os candidatos a vereador de Porto Velho, aprovados em convenções e registrados no TRE-RO.

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Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

Informações para a coluna:  [email protected]

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