Foi golpe mesmo
O relatório do inquérito da PF sobre a tentativa de golpe desmentiu completamente Jair Bolsonaro, horas depois de ele negar participação na trama, afirmando, com base em uma profusão de provas, que ele “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” de todo o plano golpista.
Foi golpe mesmo 2
Embora os golpes do tipo quartelada estejam em desuso, sendo substituídos pelas novas formas de corrosão da democracia, o golpe de Bolsonaro e seus asseclas seria à moda antiga. E fracassou exatamente porque não teve a adesão dos comandantes do Exército e da Aeronáutica. Diante disso, Bolsonaro tenta salvar a própria pele, salta do barco golpista e vai para os EUA. No Brasil, desesperados e sentindo-se abandonados, os golpistas foram para a cartada afinal e arriscada, levando os acampados, arregimentados em vários pontos do país, para o ataque aos centros do poder.
Foi golpe mesmo 3
Os detalhes do golpe aparecem em um documento que ainda não havia sido revelado e que foi encontrado na sede do PL, na mesa do assessor do general Braga Netto, Coronel Peregrino. O documento manuscrito estava em uma pasta denominada “memorias importantes” e era intitulado “Operação 142”, por ter como pretensa base jurídica o artigo 142 da Constituição, que na interpretação equivocada da extrema direita, permite a intervenção das Forças Armadas em caso de conflito entre os poderes ou de grave perturbação da ordem.
Foi golpe mesmo 4
Neste documento aparece a expressão “Lula não sobe a rampa”, síntese do objetivo do golpe, impedir a posse do presidente legitimamente eleito. Nele são listadas as ações que seriam desencadeadas, sob o título “Linhas de Esforço”. Pela ordem, eram elas, tal como listadas no documento.
– Enquadramento jurídico no artigo 142 (AGU e MJ).
– Comprometimento político: convocação do Conselho da República e da Defesa.
– Discurso em cadeia nacional de TV e rádio.
– Preparação (ensaios) da tropa para as ações diretas.
– Mobilização de juristas e formadores de opinião.
– Preparar releases para divulgação posterior.
– Interrupção do processo de transição.
– Anulação de atos arbitrários do STF.
O resto não estava escrito mas já é sabido: eliminação de Lula, Alckmin e Alexandre de Morais. Como em 64, depois viriam as cassações de adversários, a suspensão de garantias constitucionais e um ato de força que sintetizaria o espírito da ditadura, como o AI-5. Escapamos por muito pouco, mas eles não podem escapar da cadeia, para que ninguém mais ouse atentar contra o Estado Democrático de Direito e a vontade popular. As informações são de Tereza Cruvinel (Brasil 247).
Eleições 2026
A iminente prisão de Bolsonaro deverá impactar as eleições de 2026 em todo o país. Inclusive em Rondônia. Ruim para quem ainda insiste em se pendurar no parachoque do ex-presidente. Bom para quem se afastou ou nunca esteve atrelado. O prefeito eleito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), por exemplo, teve sua vitória creditada à própria força. Não fez alianças com nenhum partido bolsonarista, até porque não sobrou nenhum. Todos foram com Mariana Carvalho (União Brasil). No segundo turno, idem. Léo Moraes acertou e o Podemos deverá ser decisivo nas eleições de 2026.
What’s up?
O que está havendo? O que está rolando? O governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha (União Brasil), fez uma reunião e a tornou pública pelas redes sociais no mínimo curiosa. A reunião que contou com todo o secretariado e assessores, foi para alertar para que estes não caiam em tentação de se corromper. O curioso é que essa é uma obrigação de todo servidor público, não se corromper, condição sine qua non para uma administração honesta e transparente. Outra curiosidade é que essa reunião tenha ocorrido no sexto ano de governo. Será que está acontecendo alguma coisa nos bastidores? Marcos Rocha soube de algo? Não reunião ele parecia aquele pai pedindo pro filho não mexer nas coisas dele senão ia apanhar. Veja o que ele disse no link do Instagram dele:
https://www.instagram.com/reel/DC2qO2as2zy/?igsh=bHhuaTAyeWx4aDh0
What’s up? 2
“Quero reafirmar que a corrupção é completamente inaceitável. Não aceitem propostas indecentes nem se deixem seduzir por atalhos imorais. A integridade de um governo jamais pode ser comprometida por interesses pessoais. Cada servidor tem a responsabilidade de agir com honestidade, transparência e respeito aos princípios da justiça. Servir ao povo é um presente divino, e devemos honrar essa missão em cada decisão. Ninguém tem permissão para falhar. A ética deve ser nossa guia em todos os momentos. Deus nos guia pelo caminho certo, e nossa missão é seguir com fé e firmeza. Em um governo íntegro, a verdade e o caráter são inegociáveis. Apesar das bajulações e distorções, devemos ter a força para fazer o que é certo, mesmo quando é difícil. Só assim construiremos um futuro de justiça e respeito. Vamos continuar fazendo a diferença, com honestidade e coragem para sempre defender a verdade. Que nossa integridade seja sempre nossa maior força. Um abraço a todos!”. O que está havendo? O que está rolando, governador?
Falhas na transparência de dados ambientais
Foi publicado o relatório “Dados Abertos e Combate a Crimes Ambientais”, produzido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Instituto Centro de Vida (ICV) e Transparência Internacional – Brasil. Este estudo, que contou com apoio internacional da Agence Française de Développement (AFD) e da Waverley Street Foundation, revela um panorama preocupante sobre a qualidade das bases de dados ambientais geridas por órgãos públicos federais e estaduais na Amazônia Legal, incluindo Rondônia.
Falhas na transparência de dados ambientais 2
O relatório é um grito de alerta para a urgência de políticas públicas que priorizem a transparência. Rondônia, em especial, precisa reavaliar sua estratégia de combate aos crimes ambientais, caso contrário, estará condenada a se tornar um símbolo de retrocesso ambiental e econômico no Brasil. Link para o relatório: Clique aqui
Gigante Eucatur
A Empresa União Cascavel de Transportes e Turismo – EUCATUR apresentou a sua nova frota, os veículos da série Amazon Bus Connection, chegam a ser 50% menos poluentes que os veículos que estão sendo tirados de operação.
As unidades apresentada fazem parte do processo de renovação da frota, são do modelo Paradiso New G7 1800 DD, da Marcopolo, e foram encarroçados sob o chassis Volvo B450R+ 8×2 Euro 5. Com 15 metros de comprimento, os veículos possuem capacidade de transportar 57 passageiros, na disposição de 9 poltronas leito no piso inferior e 48 poltronas semileito no piso superior. Na foto, Airton Gurgacz, diretor da Eucatur, apresentando as unidades em Porto Velho.
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidaddo colaborador e titular desta coluna. O Portal Mais RO não tem responsabilidade legal pela opinião, que é exclusiva do autor.
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