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quarta-feira, junho 25, 2025

Coluna Zona Franca

 

‘America First’ 

Está dando ruim para o trumpismo. Políticas de Trump causam piora de imagem comparável à da Rússia na guerra com Ucränia em índice sobre a percepção global de países, diz consultor consultor e pesquisador britânico, Simon Anholt.  Por exemplo, ganhou enorme repercussão negativa no noticiário na última quinta-feira (13) em Montreal, no Canadá,  quando o hino americano, o Star-Spangled Banner, foi vaiado pelo público presente em jogo da seleção americana de hóquei. Depois da partida, jogadores não esconderam o desconforto com o episódio.

‘America First’  2

A volta de Donald Trump à presidência americana e o retorno do sua política de colocar o país Estados Unidos em primeiro lugar – o chamado “America First” -, desta vez de maneira mais agressiva e em constante tom de ameaça e intimidação, são o receituário mais potente para destruir a imagem do país perante o resto do mundo. Esta é a avaliação de Simon Anholt, consultor e pesquisador britânico que cunhou o termo conhecido como “nation branding” e que há mais de duas décadas estuda como as nações são vistas internacionalmente, bem como a importância e os impactos dessa imagem externa. “Seu comportamento parece calculado para causar o máximo de dano possível à posição dos EUA entre amigos e inimigos”, disse Anholt. As informações são do Bloomberg Línea.

‘America First’  3

E tem como piorar. Vejam só o absurdo. Donald Trump suspendeu por pelo menos 180 dias a aplicação da FCPA, política anticorrupção em empresas. Criado em 1977, o FCPA é responsável por investigações e punições de empresas estadunidenses envolvidas em pagamentos de propinas e escândalos de corrupção no exterior.

‘America First’  4

É isso mesmo que vocês leram: O presidente dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a aplicação da lei que proíbe empresas baseadas nos Estados Unidos de subornar autoridades públicas em outros países. Instituída em 1977, a legislação já foi empregada em casos de corrupção da Petrobras e Odebrecht. No Brasil, o ex-presidente Bolsonaro quer acabar com a Lei da Ficha Limpa criada em 2012 durante o governo Lula.

‘America First’  5

O jurista Martônio Mont’Alverne, autor do livro Supremo Tribunal Federal: Prússia contra Reich, analisou os riscos de erosão democrática nos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump. Mont’Alverne abordou as semelhanças históricas entre o atual momento político norte-americano e o processo de ascensão nazista na Alemanha, ressaltando o papel preocupante do Judiciário e a omissão das instituições diante de medidas autoritárias.

Datafolha

Pode ser uma imagem de texto que diz "O Brasil é O único país do mundo onde se fala em "crise" com PIB de 3,5%, pleno emprego, US$ 350 bilhões em reservas, uma reforma tributária inédita, inflação sob controle, investimentos em alta, produção industrial crescendo, agro bombando, pobreza reduzindo, verão, sol, praia, carnaval e eo O Oscar pintando.. Que venham mais "crises" assim!"Mesmo cheirando manipulação e direcionamento, a recente pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira (14) acendeu um sinal de alerta no Palácio do Planalto. O resultado reforçou a pressão para uma reforma ministerial mais ampla e rápida, principalmente por parte do Centrão. Lideranças do bloco argumentam que a queda na popularidade deve servir como estímulo para ajustes imediatos na equipe ministerial. A expectativa é que Lula acelere as mudanças, buscando reequilibrar a base aliada e fortalecer o governo para enfrentar os desafios do ano, aponta reportagem do jornal Valor Ecnômico.

Sem impeachment e anistia

Mesmo com um cenário fictício de crise, não há clima e nem objeto para um pedido de impeachment de Lula. Muito menos a aprovação de uma anistia em favor dos envolvidos no 8 de janeiro de 2023. Resta aos bolsonaristas tentarem acabar com a Lei da Ficha Limpa. Também pouco provável.

Sem impeachment e anistia 2

Pesquisa Altas Intel divulgada neste domingo (16) aponta que a grande maioria da população brasileira é contra a proposta de alteração da Lei da Ficha Limpa que tramita no Congresso Nacional.  Articulado por bolsonaristas na Câmara dos Deputados para reduzir o tempo de inelegibilidade previsto na Lei da Ficha Limpa e, assim, beneficiar Jair Bolsonaro, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 141/2023, de autoria do deputado federal Bibo Nunes (PL-RS), propõe diminuir de oito para dois anos o período de inelegibilidade para condenados por abuso de poder político.

                                           Em Rondônia

O ex-presidente Bolsonaro disse numa recente live que ele tem um candidato ao Senado em Rondônia. Apesar do senador Marcos Rogério ser do PL, parece que o nome seria outro. Quem? Mariana Carvalho (União Brasil) ou Marcos Rocha (União Brasil)? Nenhum dos dois. Trata-se de Bruno Scheid, fiel escudeiro do ex-presidente. Scheid que tem acompanhado Bolsonaro por todo o país, esteve no Palácio do Planalto em 11 dias diferentes, entre setembro de 2021 e fevereiro de 2022, segundo dados da Presidência da República. Com certeza esteve envolvido nos atos anti antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Em Rondônia 3

Como revelou o Estadão em março de 2022, Scheid fez parte de um movimento que pediu, em fevereiro, dinheiro a pecuaristas dispostos a apoiar a reeleição do presidente. O grupo dizia falar em nome de Valdemar Costa Neto, presidente do partido de Bolsonaro, o PL. A iniciativa não foi bem-recebida por ruralistas, que não gostaram de ver o político envolvido na arrecadação.

Em Rondônia 4

Scheid frequentou diferentes repartições do Palácio do Planalto. Passou pelas salas da Assessoria Especial, pelo Gabinete Adjunto de Agenda e pelo Gabinete Pessoal, todos no 3º andar, onde Bolsonaro despacha; pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional), no 4º andar; e pela Secretaria Especial de Comunicação Social, no 2º andar. Em um registro de rede social, Scheid postou foto ao lado do general Augusto Heleno, ministro do GSI. O órgão é o segundo destino mais frequente de Scheid, atrás apenas das dependências ligadas ao próprio Bolsonaro. Nesse período, conforme ruralistas e pecuaristas consultados, ele tentava angariar apoios e contribuições em grupos de WhatsApp ligados ao setor, o que gerou protestos.

Em Rondônia 5

O mais engraçado é que o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda tem a ilusão de que apita alguma coisa em termos de eleições. Nos bastidores políticos, se diz que a apreensão de seu passaporte e a possibilidade de ser mandado para a cadeia mexeu com sua cabeça. Uma das maiores vergonhas de Jair Bolsonaro em Rondônia aconteceu em Porto Velho, nas últimas eleições. A vinda dele acabou atrapalhando a candidatura da ex-deputada federal Mariana Carvalho à prefeitura, de acordo com estudiosos da política estadual. Com informações do blog Entrelinhas.

Sucessão estadual

Está tudo em aberto para a sucessão em Rondônia. O atual governador Marcos Rocha está inseguro no partido (União Brasil) para a disputa ao Senado Federal. A legenda está sob o comando de Júnior Gonçalves, ressentido pela exoneração da chefia da Casa Civil. Por seu turno, o irmão dele, Sérgio Gonçalves, será candidato ao governo de Rondônia, mas não tem densidade eleitoral. Fraco. O ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) não está apresentado vitalidade para a disputa pelo governo de Rondônia. A esquerda não vai priorizar disputa pela sucessão estadual. Mira a Câmara Federal e Assembleia Legislativa.

Efeito Léo Moraes

Léo Moraes — Foto: Rede Amazônica

Nas eleições municipais de 2024, a direita se uniu e foi derrotada por um candidato solo que não reivindicou ser nem de direita, nem de esquerda. O neutro Léo Moraes (Podemos) venceu sozinho a disputa pela prefeitura de Porto Velho. Esse singular acontecimento desmoronou a tese do juntos venceremos. A ex-candidata Mariana Carvalho reuniu 13 partidos e perdeu numa surpreendente virada do candidato solo. 2026 será diferente ou um solitário candidato terá a mesma chance de Léo Moraes?

Bíblia e jerico

O vice governador de Rondônia, Sérgio Gonçalves (União Brasil) tem intensificado presença nas redes sociais e em eventos no interior. Diariamente publica frases motivacionais no Facebook, geralmente trechos bíblicos: “Cada desafio que você superou com fé e dedicação moldou sua jornada. Deus sempre esteve ao seu lado, e o melhor ainda está por vir. Acredite!“ e “ 3 motivos para você nunca desistir: Deus tem um propósito para a sua vida, a fé transforma sua jornada e a vitória espera por sua persistência“.

Bíblia e jerico 2

No último final de semana Sérgio Gonçalves caiu na lama, digo, na estrada, participando da Corrida de Jericos em Alto Paraíso. A corrida é tradição e atrai competidores e turistas de várias regiões do Brasil, movimentando a economia local. Para se reeleger governador, SG vai ter que comer muita lama e poeira. Júnior Gonçalves poderá ser um grande coordenador dessa empreitada. Júnior e Sérgio são os dois filhos de José.

Cemitérios de políticos

Não é só a prefeitura de Porto Velho que é considerada cemitério de políticos. A Assembleia Legislativa de Rondônia também. Pelo menos cinco ex-presidentes foram condenados por corrupção. Nenhum deles continuou na política. O último, Marcelo Cruz (PRTB) vai cair no ostracismo. O atual, Alex Redano (Republicanos) não deseja ter um fim melancólico. Ele deve imprimir um ritmo diferente porque almeja disputar o governo do estado em 2026.

Cemitérios de políticos 2

O novo prefeito de Porto Velho também quer afastar a má fama do Prédio do Relógio, realizando um trabalho que proporcione a eleição dele ao governo do estado em 2030. Pelo ritmo, Léo Moraes tem tudo para por fim à assombração que ronda a prefeitura de Porto Velho.

Cemitérios de políticos 3

Desde José Guedes, Carlinhos Camurça, Roberto Sobrinho e Mauro Nazif, nenhum ex-prefeito logrou êxito em eleições posteriores. O último, Hildon Chaves, pretende disputar o governo de Rondônia em 2026.Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Mais RO não tem responsabilidade legal pela opinião, que é exclusiva do autor.

Informações para a coluna:  [email protected]

Coluna Zona Franca Especial de Domingo

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