Bolsonaro admite reunião
A expectativa era de confronto, mas o que se viu ficou mais próximo de um encontro de cavalheiros. O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro à Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, correu de forma tranquila, sem alterações e em clima de quase bom humor. Bolsonaro confirmou ao STF que procurou os comandantes das Forças Armadas para discutir alternativas que permitissem questionar o resultado das eleições de 2022. Segundo ele, as conversas chegaram a tratar da possibilidade de decretação de Estado de Sítio ou de uso da Garantia da Lei e da Ordem. Bolsonaro, no entanto, disse que não havia “clima” nem “oportunidade” para que essas medidas fossem adotadas. (Globo)
Minuta do golpe
Bolsonaro também admitiu ter mostrado a chamada “minuta do golpe” ao então comandante do Exército, general Freire Gomes, mas negou que ele tenha ameaçado prendê-lo, como afirmou seu ex-ajudante de ordens e delator no processo, o tenente-coronel Mauro Cid. (Estadão)
Pediu desculpas
Durante seu depoimento de quase duas horas, Bolsonaro pediu desculpas a Alexandre de Moraes e a outros ministros do STF por tê-los acusado de receber até R$ 50 milhões para fraudar as eleições. O ex-presidente admitiu que não tinha indícios para sustentar a acusação. Mais tarde, em tom de brincadeira, Bolsonaro chegou a convidar Moraes para ser seu vice em uma hipotética candidatura à Presidência da República. O ministro recusou o convite. (CNN Brasil)
Malucos
O ex-presidente classificou como “malucos” os milhares de manifestantes que acamparam em frente aos quartéis pedindo uma intervenção militar após sua derrota nas eleições. Bolsonaro afirmou que nem ele, nem os comandantes das Forças Armadas incentivaram os acampamentos ou a mobilização de caminhoneiros após o segundo turno. (Folha)
Homem equilibrado
O ex-presidente quer convencer aqueles que têm pouca memória e estão começando a acompanhar os lances do julgamento do golpe de que é um democrata e um homem equilibrado. Ao não cometer nenhuma grande gafe, acabou conseguindo isso em alguma medida. Já Alexandre de Moraes quer provar que é um juiz isento e afável. Com seu bom humor com Bolsonaro e os demais, também marcou pontos. A opinião de Flávia Tavares no Cá Entre Nós. (YouTube)
Naturalidade
Miriam Leitão: “O que mais impressiona nos depoimentos no STF é a naturalidade com a qual um golpe de Estado era discutido no Planalto”. (Globo)
Núcleo duro
Foi uma terça-feira movimentada no Supremo Tribunal Federal. Além de Jair Bolsonaro, outros cinco acusados de integrar o chamado “núcleo duro” foram ouvidos pela Primeira Turma do STF. O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, foi o único que se recusou a responder aos questionamentos do ministro Alexandre de Moraes. Heleno optou por ser interrogado apenas por seu advogado de defesa. (Folha)
Braga Netto
Já o general Braga Netto foi o único a não comparecer presencialmente ao STF. Preso no Rio de Janeiro, ele foi ouvido por videoconferência. Vice na chapa de reeleição de Bolsonaro, Braga Netto era um dos auxiliares mais próximos do ex-presidente nos últimos meses de governo. Ele rebateu a acusação de Mauro Cid de que teria levado uma caixa de vinho com milhares de reais para ser entregue aos chamados “kids pretos”. (Globo)
Trama golpista
Também foram ouvidos o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa, Sérgio Nogueira, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. O tom dos depoimentos foi semelhante: os acusados admitiram ter participado de reuniões que discutiram a possibilidade de um golpe de Estado, mas negaram envolvimento em qualquer trama golpista. (g1)
Débora do batom
Por fim, a Primeira Turma do STF confirmou a condenação a 14 anos de prisão de Débora Rodrigues, a esteticista acusada de pichar com um batom a estátua da Justiça nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Débora recorreu da condenação, mas o STF entendeu que ela é culpada e manteve os 14 anos de prisão. (g1)
Susto em Tel Aviv
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), que participa de uma missão especial na cidade de Tel Aviv, em Israel, levou um susto nesta terça-feira (10), após ser informado sobre aproximação de mísseis na região onde estava. Marcos Rocha participa de visitas técnicas a centros de inovação e reuniões com especialistas em inovação, inclusão, desenvolvimento social e cooperação internacional. A missão tecnológica, que segue até 14 de junho, tem como objetivo conhecer novas tecnologias e estabelecer parcerias estratégicas em setores cruciais para o desenvolvimento brasileiro. A participação do governador Marcos Rocha na missão tecnológica pode resultar em benefícios diretos para Rondônia, especialmente considerando o perfil agrícola do estado.
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
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