Coluna Zona Franca

Hugo Motta traidor

Apesar das ameaças de uma crise institucional sem precedentes, o Congresso mostrou estar disposto a voltar, uma vez mais, à mesa de negociação para discutir com o governo um novo capítulo na novela do aumento do IOF. Na terça-feira, ministros do Supremo Tribunal Federal ventilaram a ideia de a Suprema Corte se tornar uma intermediária entre o Executivo e o Legislativo no embate tributário que já se arrasta há mais de mês e meio. O Planalto gostou da ideia. Ontem mesmo, o advogado-geral da União, Jorge Messias, procurou os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, para tratar do tema. No Congresso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também mostrou disposição em negociar e, ainda ontem também, se encontrou com o número dois do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Antes de se encontrar com Alcolumbre, o secretário-executivo do ministério comandado por Fernando Haddad foi até à Câmara dos Deputados se encontrar com os líderes partidários. (Globo)

Hugo Motta traidor 2

Mesmo com os movimentos em direção a uma nova rodada de negociações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou à carga em suas críticas ao Congresso e, pela primeira vez, acusou diretamente e em público o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de ter traído um acordo entre Planalto e Congresso. De acordo com Lula, Motta cometeu um erro ao pautar a derrubada do IOF na Câmara. Lula disse que, se o governo não entrasse com uma ação no STF, ele não conseguiria mais governar. “Cada macaco no seu galho. Ele [Congresso] legisla, e eu governo”, disse, em entrevista à TV Bahia. (UOL)

Hugo Motta traidor 3

Hugo Motta não gostou e tratou de comunicar o Planalto de que está incomodado com as críticas de Lula e Haddad. Nas redes sociais, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann tratou de colocar panos quentes na crise e saiu em defesa do presidente da Câmara. Motta está em Lisboa participando de um fórum organizado pelo ministro do STF Gilmar Mendes, conhecido informalmente como “Gilmarpalloza”. Por lá, Mendes tratou de assumir o papel de conciliador entre o Legislativo e o Executivo. Segundo o ministro, é preciso que haja uma pausa nos embates para “reflexão”. (Folha)

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Lula também voltou a reforçar o discurso de que o Congresso age para beneficiar os mais ricos e penalizar os mais pobres com uma política tributária injusta. A equipe de comunicação do governo passou a produzir vídeos e peças para as redes sociais no mesmo tom que o presidente vem dando nos últimos dias. Em conjunto com o presidente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será o principal porta-voz do governo na tentativa de levar o debate sobre quem deve pagar mais impostos para as ruas. “Sei que existe uma disputa ideológica no país, mas vamos para os resultados. Vamos falar português para as pessoas”, disse Haddad. (Estadão)

Ataques misóginos

Depois do Senado, agora foi a vez da Câmara dos Deputados se tornar palco de ataques misóginos e agressivos contra a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que passou sete horas ontem respondendo às questões dos parlamentares na Comissão de Agricultura da Casa. Durante a audiência, Marina foi acusada de ser uma “personagem do teatro da defesa ambiental no país”, “adestrada”, “nunca trabalhar” e de usar “táticas do Hamas e do Hezbollah” em sua defesa do meio ambiente. Marina respondeu aos ataques com trechos da Bíblia. “Eu estou em paz porque tem uma palavra que eu repito sempre, que aprendi com o apóstolo Paulo, que diz o seguinte: é preferível sofrer a injustiça do que praticar uma injustiça”, disse a ministra. (Metrópoles)

Lula em Buenos Aires

O presidente Lula desembarcou na noite desta quarta-feira em Buenos Aires para participar da reunião de cúpula do Mercosul e assumir a presidência do bloco. Ele foi recebido por apoiadores na porta da embaixada brasileira, onde ficará hospedado. Mas a conferência deve ser ofuscada pela visita hoje de Lula à ex-presidente Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar após ser condenada por corrupção. Uma ala do governo brasileiro, em particular o Itamaraty, teme que o encontro, autorizado pela Justiça argentina, azede ainda mais o clima com o presidente Javier Milei. (Metrópoles)

Enquanto isso… 

Depois das ausências confirmadas dos presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, agora foi a vez do presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, cancelar sua participação na reunião de cúpula dos Brics, que acontece neste final de semana no Rio. Depois dos ataques dos Estados Unidos ao Irã, Pezeshkian informou ao governo brasileiro que não poderia participar da reunião. O Brasil espera que os mandatários dos outros oito países que compõem os Brics participem do encontro. (Globo)

Charlatão

Seguidores pagaram R$ 20 mil para serem batizados por Pablo Marçal no Rio Jordão. É isso mesmo que vocês leram. Por R$ 20 mil, Pablo Marçal batiza fiéis no Rio Jordão. O “batismo” realizado por Marçal, que na verdade é um ritual dentro do seu método chamado Método IP, custa R$ 20 mil. Não é humor. É verdade! Enquanto tiver malucos, idiotas e sem noção, sujeitos como Marçal não passam fome. Igualmente o que ocorre com o bolsonarismo. Enquanto tiver “malucos”, Bolsonaro sobreviverá politicamente. Mesmo na prisão.

MP do Fundo Social 

O Senado aprovou na terça-feira (1°/7) o projeto da medida provisória do Fundo Social (MP 1291/2025), incluindo a permissão para que o governo leiloe petróleo e gás excedentes do pré-sal — com um potencial de arrecadação de até R$ 20 bilhões. O texto, que já havia sido aprovado pela Câmara, precisa ser sancionado até hoje, quinta-feira (3/7) para não perder a validade. O governo estima que as alterações não causarão impacto fiscal.

MP do Fundo Social  2

A MP atualiza o Fundo Social, criado em 2010 com o objetivo de transformar a receita da exploração de óleo e gás em recursos para o desenvolvimento social e regional. A medida provisória determina que recursos do Fundo Social podem ser usados para financiar projetos de infraestrutura social, habitação popular e enfrentamento de calamidades públicas.

MP do Fundo Social  3

Sabe quem votou mais uma vez contra os pobres? A proposta principal foi aprovada por votação simbólica — sem registro individual —, mas com manifestações contrárias de Rogério Marinho (PL/RN), Flávio Bolsonaro (PL/RJ), Damares Alves (Republicanos/DF), Marcos Rogério (PL/RO), Izalci (PL/DF), Jaime Bagattoli (PL/RO), Luiz Carlos Heinze (PP/RS) e Eduardo Girão (Novo/CE). Tudo bolsonarista.

Golpe do Whatsapp

O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos) denunciou que pessoas mal intencionadas estão usando um número de celular no Whatsapp se passando por ele. “Estão se passando por mim em um número de Whatsapp que não é meu‘, informou em suas redes sociais o prefeito, mostrando um print com uma foto sua e uma mensagem que foi enviada a sua própria mãe, a ex-vereadora Sandra Moraes. (Painel Político)

Ataque hacker

Após um ataque hacker, considerado o maior da história dentro do Banco Central, atingir a C&M Software, empresa responsável por conectar bancos ao sistema Pix, seis instituições financeiras ficaram sem acesso ao serviço. O montante desviado ainda é incerto, mas apurações variam entre R$ 100 milhões e R$ 800 milhões em contas reservas mantidas diretamente no Banco Central. O BC mandou desligar as conexões da C&M para conter o incidente, que não comprometeu dados sensíveis de clientes nem afetou o sistema da autarquia ou o Pix em geral. Duas instituições, o Banco Paulista e a BMP confirmaram o incidente, sendo que a primeira trabalhou com o BC para restabelecer o serviço e ressaltou que não houve impacto direto aos usuários; e a segunda destacou que o desvio envolveu apenas contas de liquidação entre bancos, cobertas com garantias, e que reservas de clientes permanecem intactas. (Globo e BBC)

Eleições 2026

O ex-presidente Bolsonaro não vem mais ao estado de Rondônia, onde cumpriria uma extensa agenda, acompanhado do senador Marcos Rogério (PL-RO). O evento serviria para lançar a candidatura do senador ao governo. Quem respirou aliviado foi o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), que é pré-candidato ao Palácio Rio Madeira. Chaves não tem apoio de partidos expressivos, o que vai dificultar a campanha dele.

Confúcio fora?

O senador Confúcio Moura (MDB-RO) joga, ora como um enxadrista, ora como um jogador de poker. Muito estrategista e enigmático. Quando diz que não será candidato ao governo, espera a reação da plateia. Claro, os amigos e correligionários o querem candidato. Amanhã, sexta-feira, ele estará mais uma vez, na sede do MDB em Porto Velho, onde será, certamente, cobrado.

60 anos de MDB

No ano em que o partido completa 60 anos, o Movimento Democrático Brasileiro –MDB, como é tradição na sua história partidária, inicia uma série de debates pelos estados brasileiros na busca de soluções para os problemas estruturais do país. Denominado de “O Brasil precisa pensar o Brasil”, o Encontro Estadual do MDB será realizado no dia 4 de julho, das 8h às 13h, na sede do partido,
situada na Rua Elias Gorayeb, 3298, bairro da Liberdade. O evento contará com a participação das lideranças emedebistas no estado e do MDB nacional, além de representantes dos diretórios municipais, prefeitos(as), vice- prefeitos(as), vereadores(as), bancadas estadual e federal, núcleos e lideranças.

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Estarão presentes: Senador Confúcio Moura, vice-presidente nacional e presidente estadual do MDB; Aldo Rebelo. Ex-ministro do Esporte, ex-ministro da Defesa, ex-ministro de Ciência. Tecnologia e Inovação e coordenador do projeto O Brasil precisa pensar o Brasil; Raul Henry, ex-vice-governador de Pernambuco, ex-vice-prefeito de Recife e ex-
deputado federal; e Guto Scherer, ex-vereador e secretário executivo da FUG Nacional.

Breakfast

Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
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