(*) Roberto Kuppê
Bom moço
Se ser bonzinho, amiguinho dos animais e distribuir sorrisos à torto e à direito der votos, o vice-governador Sérgio Gonçalves (União Brasil-UPr) está eleito. Só que não. Em Rondônia o processo eleitoral é autofágico, com a faca nos dentes. Haja vista o modus operandis do governador Marcos Rocha que, não perdoa nem a própria sombra. Tanto é verdade que, enquanto muitos falavam em perdão, Rocha afundava mais ainda o vice, tomando o comando do União Brasil-UPr. Marcos Rocha está determinado em se eleger senador da República e, além disso, eleger a esposa deputada federal e o irmão, deputado estadual.
Jesualdo Pires
O ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PP), negou qualquer envolvimento com o escândalo envolvendo a gestão do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do município, no ano de 2016, revelado pela Operação Caixa de Minas. Segundo ele, o “órgão é totalmente independente e tem autonomia administrativa e financeira”. Jesualdo acrescenta que as “ações são definidas pela diretoria e pelo comitê de investimento”. “Meu nome nunca foi vinculado a estes fatos ocorridos em 2016”, disse o ex-prefeito. A Polícia Federal não envolveu e nem chamou Jesualdo para prestar qualquer tipo de esclarecimento. Restabelecida a verdade, Pires será candidato a deputado federal pela União Brasil-UPr.
Sempre melhorando
O prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), não para, hein? Continua ligado no 220 desde a posse em 1 de janeiro deste ano. No oitavo mês de governo, LM já mudou muita coisa em Porto Velho. Nem fumaça tem mais. O último ato dele foi mandar colorir com imagens os vãos dos viadutos da capital. Os viadutos de Porto Velho eram cinza, sem vida. Onde tinha pintura, o tempo já desbotou. Mas isso já mudou. O Trevo do Roque ganharam cores com murais que resgatam a cultura da cidade, além do paisagismo com pedras que valoriza ainda mais o espaço. O da Campos Sales vai receber um grande painel em homenagem a personalidades marcantes da nossa terra — incluindo a Bailarina da Praça, que sua pintura estava desbotada no Trevo do Roque. “Tudo isso com apoio de entidades, comerciantes e, em especial, do grupo Dismonza, que doou tintas e materiais para essa transformação. Agora, seguimos em busca de recursos para levar vida e cor também aos outros viadutos“, disse Léo Moraes .
Julgamento sob pressão
O julgamento de Jair Bolsonaro começa nesta manhã no Supremo Tribunal Federal com o ex-presidente tendo poucas dúvidas de que será condenado. Por isso, nesta segunda-feira, Bolsonaro acionou seus aliados de maior peso político no país para tentar, mais uma vez, levar a tese de uma anistia ao Congresso Nacional. O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), atendeu ao pedido e o visitou em casa, onde cumpre prisão domiciliar. Certo de que a pressão americana sobre o STF não trará resultados, Bolsonaro pediu a Lira que tentasse acelerar os trâmites do projeto de lei que, a seu ver, poderia lhe garantir a liberdade. Reforçou que o texto que quer ver aprovado é o de anistia ampla, que contempla não só os manifestantes do 8 de janeiro, mas também políticos e militares envolvidos na trama golpista. De acordo com o ex-presidente da Câmara, a proposta tem aceitação entre PL e de legendas do Centrão, mas encontra resistência na base governista e até em partidos de oposição mais moderados. Os dois traçaram estratégias de vencer essa barreira. (Globo)
Julgamento sob pressão 2
A tropa de choque pela anistia conta também com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nos últimos dias, Tarcísio vem reforçando o apoio ao ex-presidente de olho em seu espólio político. Depois de ter afirmado que concederia indulto a Bolsonaro “na hora, primeiro ato” se eleito para o Planalto, o governador ligou para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tratar do tema. Tarcísio prometeu o apoio do Republicanos caso Motta leve o projeto de lei à pauta. Motta, segundo interlocutores, saiu da conversa sem prometer nada. (CNN Brasil)
Café com anistia
No Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, Tarcísio recebeu o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, para um café da manhã. O deputado postou nas redes sociais: “no cardápio do dia: anistia”. Pereira se comprometeu a apoiar Hugo Motta e convencer seu partido a fechar questão. Assim, a anistia, que já conta com votos declarados de PL e Novo, poderia ganhar apoio do União Brasil, PP e Republicanos. (UOL)
Café com anistia 2
Tarcísio mudou de ideia e decidiu ir a Brasília no dia em que começa o julgamento da trama golpista no STF. Seus assessores não informaram qual será a agenda do governador. Se decidir visitar Bolsonaro novamente, como fez dois dias após a prisão domiciliar do ex-presidente, terá de pedir autorização ao ministro Alexandre de Moraes. (Folha)
Não vai ao STF
A defesa de Bolsonaro confirmou que o ex-presidente gostaria de ir ao STF, mas disse que as condições de saúde prevaleceram para que ele decidisse não comparecer às sessões do julgamento. Com crises de soluço que levam a vômito, o ex-presidente também precisaria de autorização de Moraes para ir ao Supremo. (CNN Brasil)
Bolsonaro está sereno
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) visitou Bolsonaro na véspera do julgamento. Uma das aliadas mais fiéis desde que ele chegou ao Planalto, Damares disse que Bolsonaro está sereno e que ele queria vê-la em razão da condição de saúde dela. Damares faz tratamento contra um câncer de mama. (Metrópoles)
Empurrar o extremismo
Enquanto as tensões em torno do julgamento de Bolsonaro aumentam, o atual presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, fez declarações que devem inflamar ainda mais os apoiadores do ex-presidente que acusam o tribunal de parcialidade. Em um evento no Rio, Barroso disse: “em breve nós vamos empurrar o extremismo para a margem da história”. O ministro, que não participa do julgamento, afirmou ver com normalidade as tensões em torno da decisão do STF. “O anormal é que se não houvesse tensão”. (Poder360)
Traição à democracia
Tarcísio de Freitas quer dar anistia a Jair Bolsonaro. Está prometendo para quem quiser ouvir. Isto é traição à democracia. Não por um princípio de esquerda, tá? Por um princípio liberal. A opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)
Mentiroso e manipulador
NYT desmente Eduardo Bolsonaro. Criador de fantasias e expectativas frustradas, Eduardo Bolsonaro que poderá ser expulso dos Estados Unidos, foi criticado nas redes sociais após compartilhar trechos de uma reportagem do “The New York Times” sobre o julgamento da trama golpista, omitindo críticas feitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O repórter Jack Nicas, chefe da sucursal do jornal no México e um dos autores do texto, desmentiu a publicação e afirmou que o parlamentar deixou de fora pontos importantes do artigo. “Eu escrevi essa matéria e, infelizmente, o Eduardo omitiu várias partes nesta postagem”, disse Nicas em resposta à publicação do deputado. O jornalista compartilhou gratuitamente o texto completo, que inclui críticas tanto a Bolsonaro quanto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
CPMI do INSS
Em depoimento na CPMI do INSS, a defensora pública da União Patrícia Bettin disse que as fraudes contra aposentados e pensionistas teriam sido evitadas se houvesse um dispositivo legal vedando a transmissão de informações dos segurados para pessoas físicas ou jurídicas com fins comerciais. A questão foi levantada pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Senado, que relembrou na CPMI como os parlamentares que apoiavam Bolsonaro trabalharam para fragilizar os mecanismos de combate às fraudes.
CPMI do INSS 2
“Esse dispositivo foi apresentado em emenda pela então oposição ao governo passado. Mas sabem por que ele não prevaleceu? Porque o presidente Jair Messias Bolsonaro vetou. Depois a bancada do PT votou para derrubar o veto, para termos esse dispositivo que impediria as fraudes. Isso está sendo omitido nesta CPMI”, esclareceu o senador.
Operação Sisamnes
A Polícia Federal descobriu um novo lote de minutas de votos de ministros do Superior Tribunal de Justiça em aparelhos de celulares apreendidos na investigação que apura um esquema de venda de sentenças na Corte. As prévias dos votos dos ministros do STJ estavam nos celulares do lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e do advogado Roberto Zampieri, assassinado no fim de 2023. Foram mensagens entre os dois, interceptadas pela Polícia Federal, que desencadearam a operação Sisamnes, que investiga a suposta venda de sentenças tanto no STJ quanto em tribunais estaduais. Os técnicos da PF encontraram ao menos 15 documentos, que agora serão enviados ao ministro do STF Cristiano Zanin, responsável por supervisionar as investigações. (Folha)
Estados Unidos isolado
Enquanto o presidente americano Donald Trump isola cada vez mais os Estados Unidos no cenário internacional, os líderes da China, Rússia e Índia deram um raro exemplo de união entre potências regionais que competem entre si. Vladimir Putin, Xi Jinping e Narendra Modi se reuniram nesta segunda-feira em Tianjin, na cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS). O presidente chinês defendeu uma nova ordem econômica e de segurança voltada ao “Sul Global” e criticou, de forma velada, os Estados Unidos e as tarifas de Trump. Putin e Modi aproveitaram o encontro para fechar acordo de ampliação do comércio bilateral. Xi ainda propôs a criação de um banco de desenvolvimento da OCS e anunciou US$ 280 milhões em ajuda aos países-membros. (New York Times)
Força militar e capacidade
E a China pretende mostrar ao mundo sua força militar e capacidade de aglutinar em torno de si diversos países que são declarados inimigos dos Estados Unidos nesta quarta-feira. Líderes do Irã, Coreia do Norte, Rússia e mais dezenas de países do mundo se reúnem em Beijing para assistir a uma parada militar em comemoração dos 80 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. O desfile será realizado na Praça Tiananmen, a mesma que viu estudantes chineses serem massacrados pelo Exército em 1989. (Guardian)
Carteira Alternativa
Mesmo com a Selic elevada, os ganhos líquidos em CDBs e títulos públicos sofrem com o IR, e boas oportunidades parecem restritas a grandes investidores. Nesse cenário, os CRIs têm se mostrado alternativa viável: isentos de IR para pessoas físicas, lastreados em créditos do setor imobiliário e com aplicações a partir de R$ 1.000, oferecem rendimento alto e segurança jurídica. Investir em CRI é emprestar a incorporadoras em troca de juros periódicos e retorno prefixado, atrelado ao CDI ou à inflação. A estrutura de garantias por regime fiduciário reforça a segurança, mas o ideal é manter o papel até o vencimento. Em 2023, as emissões passaram de R$ 50 bilhões, já respondendo por 9% do crédito imobiliário. A Selic em 15% impõe desafios, mas a expectativa de corte em 2026 e o avanço de programas como o Minha Casa, Minha Vida sustentam o apetite por esse tipo de ativo. (Meio)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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