Roberto Kuppê (*)
90 milhões para Porto Velho
A bancada federal de Rondônia tem três senadores e oito deputados federais. Em tese. Porque apenas um tem demonstrado que está realmente trabalhando em prol da população rondoniense. Os outros são vistos apoiando anistia para golpistas e blindagem para políticos corruptos. Vez ou outra eles destinam recursos para seus redutos eleitorais. Mas, destinar recursos para todos os municípios sem distinção de cor partidária, só mesmo o senador Confúcio Moura (MDB-RO). Não é a toa que boa parte do eleitorado quer ele de volta ao Senado Federal ou ao governo de Rondônia. Já mostrou competência em ambos.
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E o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), que está no 220 volts desde a posse, há nove meses, não deixa passar as oportunidades. Acaba de conseguir mais 90 milhões de reais para a capital. Foi em Brasília, ao lado de Confúcio Moura, assinar os projetos para obras de drenagem — um passo importante para melhorar a infraestrutura e a qualidade de vida dos portovelhenses. O evento foi no Palácio do Planalto durante a cerimônia do PAC Seleções 2025 – Drenagem e Contenções de Encostas com a presença do presidente Lula e do ministro das Cidades Jader Filho. “Esse é o meu compromisso aqui em Brasília: trabalhar para levar resultados concretos para todos os rondonienses. Contem sempre comigo!”, disse Confúcio Moura.
Trata Brasil
O Brasil poderia economizar R$ 25 bilhões em gastos com saúde, caso o saneamento básico fosse universalizado no país, segundo uma estimativa do Instituto Trata Brasil. Até 2040, a medida teria um impacto de mais R$ 1,5 trilhão em diferentes setores econômicos, R$ 815 bilhões já descontados os custos dos investimentos. Com 56% da população tendo acesso à coleta de esgoto, em 2024, o país registrou 344 mil internações causadas por doenças relacionadas ao saneamento inadequado, que custaram R$ 174,309 milhões aos cofres públicos. Em 2020, o novo marco legal estabeleceu a meta de universalizar o acesso à água potável e à coleta e tratamento de esgoto até 2033. (UOL)
Eleições 2026
Falando em Confúcio Moura, ele será candidato ao governo de Rondônia ou ao Senado Federal? Eis a questão. Ele é excelente como senador da República, ao mesmo tempo que foi um governador municipalista, tendo deixado o estado em excelentes condições para o sucessor dele, o atual ocupante do Palácio Rio Madeira.
Disputa acirrada
Tanto para o Senado Federal quanto ao governo de Rondônia, a disputa será acirrada. Confúcio leva vantagem porque tem o que mostrar. Além disso conta com o apoio do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva que também vai disputar a reeleição com reais chances de vencer já no primeiro turno segundo a Quaest.
Por outro lado…
A direita brasileira está em frangalhos. A condenação de Bolsonaro implodiu os principais adversários de Lula com repercussão em Rondônia. Segundo a mesma pesquisa Quaest, o afastamento do eleitor de Bolsonaro é evidente. Já se nota em Rondônia críticas aos principais candidatos bolsonaristas por conta do apoio à PEC da Bandidagem e da Anistia. O eleitor rondoniense está chegando à conclusão de que foi enganado. Antes tarde do que nunca.
Anistia ampla está superada
Os bolsonaristas mais aguerridos já esperavam, mas não esconderam a decepção ao verem o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) ser escolhido como relator do projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos golpistas que se seguiram às eleições de 2022. Como previsto pelas alas menos radicais do Centrão, que apoiaram a aprovação do requerimento de urgência, Paulinho descartou uma anistia ampla e irrestrita, como consta no PL original do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), afirmando que a ideia “estava superada”, e disse que só apresentará uma nova proposta quando conseguir consenso no Congresso. Ele também afirmou estar aberto a conversar com o Supremo Tribunal Federal (STF) se houver, em suas palavras, algum atrito no decorrer da elaboração do texto. “Quero fazer um relatório que possa tentar agradar a todos. Como agradar a todos não é simples, vou buscar agradar a maioria e pacificar o país”, disse. O deputado foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por seu bom trânsito entre diferentes correntes no Congresso e, em especial, pela relação pessoal com o ministro do STF Alexandre de Moraes. Em diferentes momentos, Paulinho rasgou elogios a Moraes, a quem classificou como um “defensor da democracia”. (Globo)
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É exatamente essa relação pessoal entre Paulinho e Moraes que gera desconfiança entre os bolsonaristas. Apesar de ainda não fazerem ataques públicos à escolha, deputados do PL afirmaram que tentarão convencer Paulinho a incluir uma anistia ampla a todos os condenados pelos atos, principalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Nós vamos ver se a Câmara vai decidir votar uma anistia que não é anistia ou se ela realmente quer pacificar o Brasil”, disse o deputado Zé Trovão (PL-SC), afirmando que os bolsonaristas irão lutar pela anistia a Bolsonaro. Líderes do PL têm rejeitado a ideia de apenas reduzir as penas dos condenados. Pelas redes sociais, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o Legislativo não pode reduzir penas de condenados. “A redução de pena é atribuição exclusiva do Poder Judiciário”, publicou. (Folha)
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Paulinho começou articulações abertamente tão logo assumiu a relatoria. Na noite de quinta-feira, ele se reuniu com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) na casa de Temer, e os três conversaram por vídeo com Motta. Após o encontro, o ex-presidente reforçou a mudança de foco para o tamanho das penas e ressaltou o diálogo. “Evidentemente, já conversamos um pouco aqui, é de comum acordo com o STF, com o Executivo, numa espécie de pacto republicano, digamos assim, especialmente com esta denominação de PL da Dosimetria, portanto uma nova dosagem das penas. Acho que pode produzir um resultado muito positivo”, disse Temer. (Poder360)
PEC da Blindagem
Enquanto a Câmara se mobiliza para discutir o projeto de lei sobre a anistia dos envolvidos na trama golpista, no Senado as atenções estão voltadas para a PEC da Blindagem, aprovado com folga em dois turnos esta semana. Ao contrário do que aconteceu na Câmara, que votou a proposta a toque de caixa, no Senado o projeto terá sua tramitação em ritmo normal. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, encaminhou a PEC diretamente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após a Câmara enviar o texto. Alcolumbre tem demonstrado incômodo com o processo acelerado imposto por Hugo Motta. A interlocutores, ele disse que o presidente da Câmara só o procurou três horas após a aprovação do texto e não consultou os senadores a respeito da proposta para lá de polêmica de blindar os parlamentares de investigações criminais. “Motta agiu sozinho”, diz um senador próximo a Alcolumbre. (g1)
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A polêmica sobre a PEC da Blindagem atravessou a Praça dos Três Poderes e chegou ao STF. Após ação protocolada pelo deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP), o ministro Dias Toffoli determinou que a Câmara explique os trâmites que levaram à aprovação relâmpago da proposta de emenda à Constituição. Kim Kataguiri solicita ao Supremo a suspensão da tramitação da PEC no Parlamento por meio de liminar. Dias Toffoli deu prazo de 10 dias para manifestação da Câmara e só deve se pronunciar após receber as explicações. (CNN Brasil)
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E o presidente Lula criticou abertamente a aprovação da PEC da Blindagem, dizendo que não é “uma coisa séria”. “Nós temos de garantir prerrogativa de vida para o povo”, disse, em discurso em evento do Novo PAC no Palácio do Planalto. Lula teria ficado constrangido com os votos de deputados petistas em favor da PEC. (UOL)
Nobres colegas
Marcelo Martinez
União Brasil
Após ajudar a aplicar duas derrotas acachapantes ao Planalto nesta semana, o União Brasil decidiu antecipar sua saída do governo federal, prevista originalmente para o final do mês. O partido determinou que todos os integrantes com cargos na Esplanada deixem o Executivo em até 24 horas, sob pena de punição. A decisão teria sido motivada por informações de que a Polícia Federal estaria investigando indícios de que o presidente do União, Antonio Rueda, seria dono oculto de jatos executivos usados para transportar empresários ligados ao PCC. Em nota, a executiva do partido afirmou que “causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo federal”. (Metrópoles)
Visto para Alexandre Padilha
Depois de muito suspense, os Estados Unidos finalmente concederam visto de entrada para que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participe de reuniões sobre saúde que acontecem em paralelo à Assembleia Geral da ONU, programada para começar no próximo dia 23. Padilha teve seu visto de turista cancelado pela Casa Branca por conta de seu envolvimento no Programa Mais Médicos, iniciado há mais de uma década. Havia temor de que Washington não concedesse o visto ao ministro, o que contraria os acordos internacionais firmados desde a criação da ONU, em 1947. O visto, no entanto, veio com restrições severas de movimentação. O ministro só poderá se deslocar entre seu hotel e a sede da ONU, e poderá caminhar a uma distância máxima de cinco quarteirões de onde estiver hospedado. (Globo)
Derrubar o tarifaço de 50%
Enquanto isso, nos Estados Unidos, um grupo de senadores Democratas e Republicanos apresentou projeto de lei para derrubar o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump. O projeto será analisado e votado pelo Senado. Os parlamentares afirmam que a decisão de Trump é ilegal e contribui para o aumento da inflação no país. “Uma guerra comercial com o Brasil aumentaria os custos para os americanos, prejudicaria as economias americana e brasileira e aproximaria o Brasil da China”, disseram os senadores em comunicado conjunto. (Estadão)
Pré-hipertensão
Uma nova diretriz elaborada por três sociedades médicas passa a enquadrar como pré-hipertensão a pressão arterial entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9. O documento foi divulgado nesta quinta-feira no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia pelas Sociedades Brasileiras de Cardiologia (SBC), Nefrologia (SBN) e Hipertensão (SBH). A reclassificação tem como objetivo reforçar a prevenção antes que a doença se instale no paciente. Os médicos devem recomendar mudanças no estilo de vida e até receitar medicamentos, dependendo do risco. A diretriz acompanha o padrão europeu divulgado em 2024. (CNN Brasil)
O Cidadão Honorário
Versão brasileira, Herbert Richers. Numa distribuição ALE Filmes. Mais uma superprodução do anedotário da política rondoniense. O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Alex Redano ( Republicanos), concedeu no mês passado, o título de Cidadão Honorário para o ilustre e milionário advogado paranaense, Nelson Wilians, fundador e CEO do NWADV, o que é considerado o maior escritório de advocacia da América Latina. Conhecido pelo seu estilo de vida luxuoso e pelo livro “Loucura, Não”, ele se tornou uma figura pública influente, mas também foi alvo de investigações da Polícia Federal e do COAF por movimentar R$ 4,3 bilhões em transações atípicas, supostamente ligadas a fraudes no INSS.
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Um exemplo de sucesso profissional. Só que não. Sob o fantástico patrimônio avaliado em bilhões, esconde possíveis envolvimentos em desvios de recursos da aposentadoria de velhinhos junto ao INSS. Ontem ele foi ouvido pela CPMI do INSS, mas nada falou. Não respondeu a praticamente nenhuma pergunta, ancorado em habeas corpus dado pelo ministro Nunes Marques, do STF, e na garantia constitucional de não produzir provas contra si mesmo. O silêncio dele aumentou as suspeitas sobre seu envolvimento no escândalo de bilhões.
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Até 2020, conforme apurou a Polícia Federal, o escritório de Willians tinha um contrato com a Geap (plano de saúde especializado em servidores públicos). Até abril daquele ano, houve uma movimentação atípica de R$ 16 milhões, conforme detectou o Coaf. Em seguida, o INSS firmou um acordo com a Ambec, uma das entidades que mais desviou recursos. “Nesse momento, o diretor de Benefícios, que firmou o acordo, era José Carlos Oliveira. E a Ambec tem um salto de 3 para 650 mil associados no intervalo de um ano. E consta que nesse período o escritório de Willians advogava para a Ambec”. Nelson Willians foi apoiador de primeira hora da candidatura de Jair Bolsonaro, em 2018, inclusive assinando manifesto a favor do agora condenado por tentativa de golpe de estado.
Cleitinho X Willians
O senador Cleitinho (Republicanos-MG), não poupou críticas ao advogado. Mesmo sendo bolsonarista, Cleitinho botou Nelson Wilians contra a parede. Cleitinho fez um apelo pessoal a Wilians para que respondesse diretamente sobre a origem lícita de seu vasto patrimônio, pedindo um “sim ou não” e criticando o STF por não ter permitido a prisão do advogado. Cleitinho exibiu imagens de carros de luxo e a presença de Wilians com o ministro Zanin (STF), sugerindo que Wilians “está fazendo todo mundo aqui [CPMI] de bobo”. O senador Marcos Rogério (PL-RO), que faz parte da CPMI do INSS, nada perguntou.
Rogério Correia X Nelson Wilians

Chrisostomo X Nelson Wilians
Até o ultra bolsonarista trumpista deputado coronel Chrisostomo (PL-RO), tirou uma casquinha. “O senhor Nelson Wilians, famoso por expor sua vida de luxo nas redes sociais, amigo e sócio de Maurício Camisotti, suspeitos de realizar entre eles transações no valor R$ 4,3 bilhões, zombou desta CPMI ao vir com deboche! Aposentados foram roubados com este dinheiro!!!!
Perguntinha
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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