Nada de novo no modus operandis da política de Rondônia
Existe uma frase clássica no meio político que ressurge sempre que os momentos de afunilamento das disputas se aproximam: “ninguém chuta cachorro morto”. A notícia publicada ontem em Porto Velho – sorrateira e capciosa – sobre uma suposta rebeldia do advogado Samuel Costa (Rede) em relação à liderança do ex-senador Acir Gurgaz (PDT) no Movimento Caminhada Esperança comprova que o campo progressista é o adversário a ser batido nas próximas eleições. O alvoroço provocado pelo Movimento nos lugares por onde passa é crescente.
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O podcast Põe na Bancada, conduzido por Roberto Sobrinho, não por caso o coordenador do Movimento, entrevistou no último sábado o próprio Samuel Costa, que teceu loas à estratégia do centro e da esquerda ao organizar o Caminhada Esperança e afirmou que o seu partido é parte e entusiasta do agrupamento e que este tem no senador Confúcio Moura o “Pelé” da política no estado. O Movimento reúne nove legendas progressistas do estado (PT, MDB, PSB, PDT, PC do B, Rede, PSOL, Partido Verde e Cidadania).
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O fato que serviu à narrativa de que Samuel Costa questionaria a liderança de Gurgaz tem origem em um vídeo em que ele próprio agradecia os números de uma pesquisa que, entre os potenciais candidatos a governador do estado nas próximas eleições, ele aparecia como o menos rejeitado pelos eleitores entrevistados. Ora, o Movimento Caminhada Esperança tem como líderes o senador Confúcio Moura (MDB) e o ex-senador Acir Gurgaz (PDT) e é sabido por todos que ambos concorrerão ao Senado. Logo, qualquer liderança dos nove partidos pode pleitear ser o candidato majoritário do Movimento. E Samuel Costa é um destes líderes.
Candidatura ao governo em aberto

Está explícito nas notinhas acima de que a candidatura ao governo de Rondônia pelo movimento Caminhada Esperança está em aberto. Portanto, líderes que compõem o maior agrupamento de partido podem se candidatar a candidato ao governo de Rondônia. Nesse sentido vários nomes estão em discussão. Além de Samuel Costa da Rede, surge o nome do CEO da Faculdade Católica, Pedro Abib, que recentemente anunciou um novo hospital em Porto Velho, o Dom Moacyr Grechi.
Cassol fecha com Máximo
Foi celebrada no interior a união entre três lideranças incontestáveis em torno de um nome para o governo do estado de Rondônia. Foi na fazenda do anfitrião do encontro, ex-governador e ex-senador Ivo Cassol (PP-UPr). Presentes, os líderes do PL, senador Marcos Rogério e do União Brasil-UPr, deputado federal Fernando Máximo. O apoio é inequívoco ao pré-candidato Fernando Máximo.
Hildon e Fúria?
Essa frente liderada por Fernando Máximo deixa os pré-candidatos Hildon Chaves e Adailton Fúria (PSD) num beco sem saída. Terão que se unir ou desistir da disputa pelo governo do estado de Rondônia. As informações são de que HC cogita mesmo disputar uma cadeira na Câmara Federal.
Máximo sem concorrentes?
Caso o senador Confúcio Moura não saia ao governo, o que é muito provável, Fernando Máximo ficará sem concorrentes e ganhará no primeiro turno.
Batalha pelo Senado
A disputa pelas duas vagas no Senado Federal será acirradissima com a sinalização de que Marcos Rogério e Confúcio Moura vislumbram concorrer à reeleição. Dessa forma, Silvia Cristina (PP-UPr), Mariana Carvalho (Republicanos), Marcos Rocha, Acir Gurgacz (PDT) e, (ah, vai), Bruno Scheid (PL), terão uma pedreira pela frente.
Fraqueza política

O governador Marcos Rocha (União Brasil-UPr), têm demonstrado extrema imaturidade e fraqueza política (senão completo desespero): a fim de conquistar a presidência do partido União Brasil, hoje nas mãos de Júnior Gonçalves (seu ex-chefe da Casa Civil), se dispôs a negociar secretarias de seu governo com os deputados Maurício Carvalho e Cristiane Lopes, a quem prometeu a Sejucel, DER e Sedec.
Fraqueza política 2
Se o governador fosse de rocha, jamais precisaria fazer esse tipo de negociação, pois nos partidos políticos impera a máxima ‘manda quem tem mandato’. E afinal, quem é Júnior Gonçalves? Não é sequer presidente de uma Associação de Bairro. Marcos Rocha é o governador do Estado – tudo que ele precisaria fazer seria fazer uma ligação para a diretoria nacional do partido (Rueda) e dizer: sou o governador e quero a presidência do partido. Ponto final. Não precisava negociar nada. Mas, certamente mal assessorado, Marcos Rocha negociou secretarias de seu governo para obter a presidência do partido que já deveria ser sua, e coloca em seu ninho apoiadores duvidosos enquanto exonera apoiadores leais. Um grande tiro no pé que poderá lhe custar caro na disputa ao Senado. Nem parece aquele corajoso governador que enfrentou bombardeios em Israel e saiu ileso.
Miranda do Castelinho desaparecido
Está desaparecido desde ontem, o empresário Antônio Nemezio Miranda Filho, proprietário do Castelinho Lanches, situado na BR 364, sentido Distrito do Abunã. Segundo informações, Miranda saiu para caçar ao meio dia de ontem e não deu mais notícias. Encontraram o carro dele e as buscas foram encerradas e só reiniciarão na manhã de hoje. A coluna fez uma pesquisa e descobriu que o imóvel onde está situado o Castelinho Lanches está a venda por 2 milhões de reais. “Local excelente para empreender com localização estratégica, está na BR-364 sentido Acre, assim como está próximo da entrada da BR-425, sentido Guajará-Mirim” diz o anúncio.
Israel e Hamas se atacam
A tênue paz entre Israel e o Hamas sofreu um abalo neste domingo com o governo de Tel Aviv acusando o grupo islâmico de violar o cessar-fogo e bombardeando a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Mais cedo, as Forças Armadas israelenses afirmaram que o Hamas disparou mísseis antitanque contra suas tropas na região, matando um major e um sargento. Já os líderes do grupo palestino negaram conhecimento de operações de seus homens na área. Israel chegou a suspender a entrada de ajuda humanitária no território palestino, devastado após dois anos de guerra, mas, no fim do dia, afirmou que iria retomar o cessar-fogo. Na manhã de hoje, porém, os militares afirmaram ter disparado contra pessoas que supostamente violaram a faixa de segurança estabelecida no cessar-fogo. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ainda controlado pelo grupo islâmico, 44 pessoas morreram no território em decorrência de ataques de forças israelenses. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsável pelo acordo para encerrar o conflito, afirmou que o cessar-fogo segue em vigor e atribuiu o ataque aos tanques israelenses a “grupos dissidentes” dentro do Hamas. (BBC)
Israel e Hamas se atacam 2
As hostilidades fizeram crescer entre a população palestina o temor de que o acordo de paz imposto por Trump possa ruir a qualquer momento. Há um precedente para esse temor. Em março, após um cessar-fogo para devolução de reféns sequestrados nos atentados terroristas de 7 de outubro de 2023, Israel retomou a guerra em larga escala em Gaza. (Guardian)
Direita vence a extrema direita
A Bolívia correu para o centro. Rodrigo Paz, do Partido Democrata Cristão (PDC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais com 54% dos votos válidos, derrotando o conservador Jorge Tuto Quiroga, da Aliança Livre (AL). O resultado foi proclamado pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) no fim da noite de domingo, com 97,3% das urnas apuradas. Em seu discurso de agradecimento, Paz conclamou a reconciliação nacional. “O país se resolve com amor, não com ódios e divisões”, disse. A disputa entre centro-direita e direita encerrou o domínio de quase duas décadas do Movimento ao Socialismo (MAS), de Evo Morales. (La Razón)
Donald Trump X Colômbia
Após ter confirmado a autorização para que a CIA atuasse contra o regime de Nicolas Maduro na Venezuela, Donald Trump voltou suas baterias para a vizinha Colômbia. Neste domingo, ele anunciou o corte de todos os subsídios e pagamentos ao país sul-americano, alegando que o governo de Gustavo Petro não age contra a produção de entorpecentes. Os dois presidentes têm se confrontado abertamente em questões como imigração e tráfico de drogas, especialmente após navios americanos atacarem supostas embarcações de traficantes no Caribe. (CNN), charge do Orlando.
No King
O fim de semana foi tenso para Trump. Protestos contra seu governo eclodiram nas maiores cidades dos Estados Unidos, levando às ruas centenas de milhares de pessoas sob o slogan “No King!” (“Nenhum Rei!”), numa referência à tradição democrática do país e uma crítica às políticas cada vez mais autoritárias do presidente. Trump respondeu aos protestos publicando no domingo um vídeo feito por IA no qual, usando uma coroa, ele pilota um avião de caça e “bombardeia” os manifestantes com o que parecem ser fezes. (NBC News)
Descriminalização do aborto
Um dia antes de se aposentar antecipadamente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso votou na sexta-feira pela descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, acompanhando o voto da relatora Rosa Weber, também já aposentada. O próprio Barroso havia suspendido a ação em 2023, mas na última quinta-feira pediu ao presidente do Supremo, Edson Fachin, que o tema fosse levado ao plenário virtual. Após o voto do ministro, o decano Gilmar Mendes interrompeu novamente o processo, pedindo que o julgamento seja levado ao plenário presencial, o que não tem data para acontecer. Também na sexta, o STF formou maioria contra a liminar de Barroso que autorizava enfermeiros a auxiliar em abortos legais. (g1)
Jorge Messias no STF
Enquanto isso… O presidente Lula disse a aliados que deve formalizar até amanhã a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de Barroso no STF. Na noite de sexta-feira, Lula jantou com o ministro e teria discutido outros nomes para substitui-lo, mas sua decisão por Messias já estaria tomada. (Folha)
Chance de corrigir
Com a aposentadoria de Barroso, Lula teve a terceira chance de corrigir um STF historicamente masculino (172 ministros, só três mulheres). Se fosse Bolsonaro, teríamos piquete; com Lula, reina o “pianinho” e, pior, parte da esquerda prefere atacar o mensageiro, distorcer falas antigas e foge do debate central. A conta é simples: sem uma mulher agora, corremos o risco de, em 2029, voltar a um Supremo sem voz feminina. Cobrar isso não é guerra cultural; é coerência com tudo o que se diz defender, afirma Mariliz Pereira Jorge na coluna De Tédio a Gente Não Morre. (YouTube)
Ciro Gomes tucanou
De saída do PDT, Ciro Gomes vai voltar a ser tucano. O diretório cearense do PSDB anunciou neste domingo que o ex-ministro vai se refiliar ao partido nesta quarta-feira e que os planos da legenda são de que ele concorra ao governo do estado no ano que vem. Ciro já foi filiado ao PSDB, pelo qual se elegeu governador do Ceará em 1990, mas deixou o partido para concorrer à presidência em 1998 pelo PPS, nome repaginado do antigo PCB. Estava filiado ao PDT desde 2015. (Globo)
Crise do metanol
Com cinco mortes confirmadas e nove óbitos em investigação no Brasil, a crise do metanol em bebidas alcoólicas destiladas fez a substância entrar nos assuntos mais comentados. O metanol é um insumo presente em tintas, solventes, plásticos, produtos farmacêuticos, adesivos e combustíveis, e que por isso sustenta parte essencial da indústria química e da transição energética. Mesmo com todos esses usos, o Brasil, ao longo dos anos, deixou de ser produtor e hoje importa 100% do metanol que consome. Isso aconteceu por razões econômicas. A fabricação convencional depende fundamentalmente do gás natural, matéria-prima com preço bem mais elevado que os principais produtores externos. Mesmo assim, o Brasil tem potencial para voltar a ser produtor de metanol verde. O metanol, quando utilizado e manipulado com os devidos cuidados, é seguro e produtivo. O risco está no desvio para mercados ilegais, como ocorreu na crise recente das bebidas. (Além da Superfície)
Foz do Amazonas
A Petrobras informou que esclareceu todas as pendências técnicas com o Ibama sobre o licenciamento do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, e aguarda agora a emissão da licença para iniciar a exploração em águas profundas do Amapá. Em reunião, a estatal afirmou ter prestado os esclarecimentos solicitados, e o Ibama confirmou que os pontos levantados foram sanados, permitindo o avanço do processo. A expectativa é que a autorização seja concedida em breve. (Money Times)
Transição energética
Para o Bradesco, as grandes empresas brasileiras estão mais avançadas na transição energética por já compreenderem a urgência do tema, enquanto pequenos e médios negócios ainda precisam de convencimento e aculturamento. Segundo Silvana Machado, diretora de sustentabilidade, o banco vai participar da COP30, em Belém, e pautar temáticas como financiamento climático, educação financeira e empreendedorismo. Além disso, pretendem mostrar que o Brasil já tem soluções sustentáveis escaláveis para o mundo. (CNN Brasil)
Situação de emergência
Dados do governo federal mostram que 756 cidades têm situação de emergência em vigor por conta de secas ou estiagens, ou 13,5% dos municípios. Somente de agosto até agora, foram 22 novos reconhecimentos de emergência. O Piauí é o estado com mais registros, somando 16 ocorrências, seguido por Bahia, com três, e Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba, com uma cada. Estiagens e secas são os desastres naturais mais comuns no país, representando 44,2% dos casos, ante 36,8% dos registros de chuvas intensas, inundações e alagamentos até 2023. (Globo)
Libertadores Feminina
O Corinthians venceu o Deportivo Cali, da Colômbia, por 5 a 3 nos pênaltis e levou o hexacampeonato da Libertadores Feminina. Com o título conquistado no sábado, em Buenos Aires, as Brabas garantiram vaga na primeira Copa das Campeãs, organizada pela Fifa. (UOL)
Imagem de Martin Luther King
E a OpenAI anunciou que suspendeu o uso da imagem de Martin Luther King Jr. em vídeos gerados por IA no aplicativo Sora, após a filha do pastor, Bernice King, pedir publicamente que parassem de compartilhar deepfakes desrespeitosos à memória do líder dos direitos civis. A empresa informou que representantes legais de outras figuras históricas também poderão solicitar a retirada de suas imagens da plataforma. (The Verge)
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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