Roberto Kuppê (*)
Massacre na favela
É disso que se trata. Foi um massacre o que ocorreu na última terça-feira na Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro. 2500 policiais não foram cumprir nenhum mandado judicial. Foram cumprir várias sentenças de pena de morte. 2500 policiais não entraram na comunidade para conversar. Entraram para matar! No Brasil só existe pena de morte para bandidos pés de chinelo. Cláudio Castro (PL), líder maior da necropolítica no Brasil, comandou a operação policial mais letal, cruel e desastrosa já realizada no Rio de Janeiro.
Massacre na favela 2
Moradores do Complexo do Alemão relataram momentos de terror e revolta após a ação, que deixou mais de 120 mortos, segundo estimativas. Entre as vozes que se destacaram está a de Tharsiellen Teixeira, moradora da comunidade, que expressou profunda indignação com a situação. Segundo ela, corpos foram encontrados pela própria população, sem que tivessem sido contabilizados oficialmente pelas forças de segurança.
Massacre na favela 3
De acordo com relatos de moradoras que falaram com a reportagem e aparecem em vídeos divulgados nas redes sociais, policiais não tentaram prender suspeitos que teriam se rendido, mas sim entraram na comunidade para “destruir famílias”, preferindo, segundo elas, “tirar as vidas” dos homens que encontravam pela frente. As mulheres também acusam os agentes de deixarem os mortos sem documentos, mochilas, roupas e telefones, o que, segundo elas, dificulta o reconhecimento e o contato com as famílias das vítimas.
Massacre na favela 4
Este é Yago Ravel, 19. Foi encontrado morto decapitado. O corpo de um lado, cabeça pendurada numa árvore. Que crime hediondo teria cometido um jovem de apenas 19 anos para receber uma pena de morte medieval, tendo a cabeça decapitada? Este articulista considera o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tão cruel quanto o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Massacre na favela 5
“Arrancaram a cabeça do meu sobrinho e colocaram numa árvore. Deixaram o corpo do meu sobrinho em um lado e a cabeça em outro. Agora eu te pergunto: se isso é um policiamento treinado para uma operação?”, disse a cuidadora de idosos e manicure Beatriz Cristina Dias Nolasco, moradora do Complexo do Alemão, enquanto aguardava para fazer o reconhecimento do corpo do sobrinho. Para Yago Ravel ser morto desta maneira, só pode ter sido colocado de joelhos e um policial ter passado a faca no pescoço dele, como se costuma fazer no mundo árabe. Segundo a tia, Yago era mototaxista e tinha uma filha de 2 anos e, segundo ela, não morava no morro do Alemão. Ele havia ido até lá para visitar a avó e desapareceu após tentar retornar para a casa da mãe, no momento em que a operação começou.
Mais que no Massacre do Carandiru
O que parecia ser apenas mais um capítulo brutal da crescente violência do Rio de Janeiro se transformou em um momento histórico da brutalidade policial no Brasil. Quando o dia nasceu, mais corpos começaram a ser retirados das regiões de mata no entorno dos complexos do Alemão e da Penha, áreas da Zona Norte carioca controladas pelo Comando Vermelho. Ao final da manhã, dezenas de cadáveres aguardavam, enfileirados, para serem recolhidos ao Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Quando a noite finalmente caiu sobre a Baía da Guanabara já se contavam 121 mortes, incluindo quatro agentes que participaram da mais violenta operação policial da história do Brasil. Até essa semana, policiais só haviam matado mais no Massacre do Carandiru, quando 111 homens foram mortos em uma operação policial no antigo presídio da região Norte de São Paulo, em 1992. Os números, no entanto, não são definitivos e não há ainda dados concretos que comprovem que as vítimas eram, de fato, criminosos, de acordo com a defensoria pública do Rio. A estimativa é de que o número de vítimas pode passar de 130 pessoas. (UOL)
Cláudio Castro comemorou
Independentemente do choque causado pela matança na Zona Norte carioca e das denúncias de abusos policiais desta terça-feira, o governador do Rio, Cláudio Castro, comemorou o resultado obtido pela operação que deixou 119 pessoas mortas. “De vítimas lá só tivemos os policiais”, disse o governador, eleito na esteira da onda bolsonarista de 2018 que pregava uma ação mais violenta contra os criminosos das favelas cariocas. Castro deu a declaração em um encontro com governadores de direita por videoconferência. Entre eles estavam os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); e Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). (Globo)
Ricardo Lewandowski
Ainda sem saber exatamente como reagir, o governo federal enviou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para se encontrar com Castro. Depois de uma reunião no Palácio Guanabara, Lewandowski e Castro anunciaram a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado no estado. O núcleo será coordenado pelo secretário de Segurança, Victor Santos, e terá atuação conjunta entre forças estaduais e federais. O encontro discutiu ações contra o Comando Vermelho, além do uso do termo “narcoterrorismo” pelo governo fluminense e da possibilidade de solicitar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) — algo que Castro disse não considerar necessário no momento. “O objetivo é tomar decisões rápidas, sem criar uma estrutura burocrática, até que a crise seja superada”, disse o ministro. Ele afirmou também que o escritório servirá como um embrião da PEC da Segurança Pública, que ainda será votada no Congresso. (g1)
Ricardo Lewandowski 2
Para conter o ódio do governador Cláudio Castro contra a população pobre e negra das favelas do Rio de Janeiro, o governo Lula está fazendo uma intervenção branca na segurança pública do estado. É necessário que se afaste peremptoriamente o governador Cláudio Castro de suas funções. Que haja intervenção geral no governo do Rio de Janeiro.
Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governador Cláudio Castro, apresente informações detalhadas sobre a operação policial desta terça-feira nos complexos do Alemão e da Penha. Moraes assumiu a relatoria do caso de forma interina, já que o processo, anteriormente conduzido por Luís Roberto Barroso, está temporariamente sem relator. A ordem foi expedida no contexto da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que trata da letalidade policial no Rio de Janeiro. Embora o STF já tenha reconhecido parte do plano estadual de redução de mortes em ações policiais, a Corte impôs uma série de medidas estruturais e permanentes ao governo fluminense para controle da violência policial. (Estadão)
Andrei Passos
Já o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, admitiu nesta quarta-feira que a PM do Rio consultou a corporação sobre a possibilidade dos federais participarem da operação, mas a avaliação foi que não caberia a entrada da PF. “A partir da análise do planejamento operacional, nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, afirmou. O presidente Lula ficou irritado com a declaração de Rodrigues, mas decidiu não se pronunciar sobre a operação policial no Rio para evitar acirrar a disputa política e porque, como informa Vera Magalhães, pesquisas internas apontam apoio popular à ação da polícia. (Globo)
CPI do Crime Organizado
E a crise carioca também virou o assunto principal em Brasília. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não perdeu tempo e já anunciou que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado será instalada na semana que vem. A decisão ocorre um dia após a megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do estado, com mais de 120 mortos. “Determinei a instalação da CPI do Crime Organizado para a próxima terça-feira, em entendimento com o senador Alessandro Vieira (MDB-SE)”, afirmou Alcolumbre em nota oficial. Segundo ele, a comissão terá como objetivo investigar a estrutura, a expansão e o funcionamento de facções criminosas e milícias no país. “É hora de enfrentar esses grupos criminosos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, completou. (g1)
Não falha!
Alguém “surpreso”? Informação da Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, no programa “O Assunto” com a Natura Nery. A maioria dos fuzis apreendidos com os bandidos são o 5.56 e o 7.62, que foram autorizadas para compra para os civis pela lei de armamento do desgoverno Bolsonaro, ou seja, armas desviadas por CACs para o crime organizado. A medida só fortaleceu o crime.
Pedido de prisão
Comissão de Direitos Humanos da Câmara envia à PGR pedido de prisão preventiva do governador do Rio, Cláudio Castro, em razão da operação que deixou mais de 130 mortos.
Estado policialesco
Em meio a uma operação policial que resultou na morte de jovens pobres, negros e periféricos no Rio de Janeiro, o criminalista Samuel Costa afirma que o Estado extrapolou limites legais e exige intervenção federal; responsabilização do governador é colocada em pauta. Na periferia da cidade, o rastro de destruição de uma operação policial deixa marcas que vão além dos corpos: jovens negros e pobres mortos, famílias sem socorro, ruas silenciadas pelo medo. Para o advogado criminalista Samuel Costa, esse quadro não é resultado apenas de “ruim desempenho” das forças de segurança, é a expressão de um Estado que se transforma em instrumento de punição seletiva e se esquece dos direitos humanos.
Desintrusão em Alvorada do Oeste
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) manifestou profunda preocupação com a operação de desintrusão iniciada no assentamento localizado em Alvorada do Oeste (RO), que resultou na retirada de agricultores e na destruição de propriedades rurais. De imediato, o parlamentar iniciou articulação junto aos órgãos federais, em Brasília, em busca de solução que garanta respeito e segurança jurídica aos direitos dos produtores e suas família. “Recebi relatos graves de produtores que tiveram suas casas queimadas e foram retirados de suas terras. Essas famílias precisam ser ouvidas e respeitadas. Estou atuando para que essa ação seja suspensa imediatamente e para que o caso seja reavaliado com base na lei e na justiça”, afirmou o senador.
Nelson Canedo defende deputado Edevaldo Neves

Enquanto houver BO, advogado não fica sem trabalho. Em Rondônia tem advogado que não falta imbróglio prá ele resolver. Nelson Canedo acaba de pegar mais uma causa impossível, do jeito que ele gosta. O deputado estadual Edevaldo Neves (PRD) é acusado de retenção de salários, uso irregular de verba indenizatória ou desvio de diárias de servidores lotados em seu gabinete. Através da banca de advogados contratada, o deputado rebateu informações veiculadas em portais de notícias e mensagens em aplicativos de celular, relacionadas a uma denúncia anônima sobre o funcionamento de seu gabinete parlamentar, bem como protocolou frente ao Ministério Público pedido de acesso a referida denuncia, além de colocar seu gabinete a disposição para qualquer esclarecimento do órgão de controle.
Nelson Canedo defende deputado Edevaldo Neves 2
No documento protocolado no Ministério Público, o deputado argumenta que, em casos de denúncia anônima, como ocorreu na hipótese, o procedimento usual seria o sigilo absoluto, inclusive para não prejudicar possíveis apurações preliminares. Entretanto, segundo relata, a denúncia protocolada no MP passou a circular imediatamente em grupos de WhatsApp e em parte da mídia local, o que, em sua visão, teria como objetivo único atingir sua imagem pública e não pedir apuração dos fatos.
Luciana na COP30
Quem vai estar também em Belém cobrindo a COP30 é a jornalista Luciana Oliveira, correspondente do Brasil 247 em Rondônia. A jornalista rondoniense vai divulgar tudo que acontecerá no evento, principalmente os bastidores.
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político, com informações do Canal Meio
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