PORTO VELHO- Há quatro dias a política de Rondônia vive seus piores momentos. Às vésperas das eleições gerais o clima é de disputa interna no grupo que elegeu e quer suceder ao governador Confúcio Moura (MDB). Desde sábado, quando se soube que o governador se manteria no cargo, de que não iria mais disputar uma vaga no Senado Federal, que o clima esquentou.
O vice-governador Daniel Pereira (PSB), que já transitava como governador, visto que iria assumir no dia 12 de março, viu seu mundo cair, e com ele, todo um projeto traçado desde que topou ser vice de Confúcio Moura. Quando ficou sabendo de que não iria mais ser governador, Daniel Pereira estava em Brasília participando de um evento do partido dele, o PSB. Atordoado, não sabia o que estava acontecendo. Aos poucos foi tomando pé da realidade.
Quando o governador desfez algumas nomeações indicadas por Daniel, o clima esquentou de vez. O rompimento entre Confúcio e Daniel era uma dura realidade. Neste momento o vice-governador de parceiro, passou a inimigo político do governador, concedendo entrevistas ácidas, acirrando mais ainda as relações.

Na segunda-feira, quando o clima já era de guerra entre Confúcio e Daniel, outra bomba estourou: um áudio de uma conversa nada republicana entre os deputados Jesuíno Bouabaid (PMN) e o presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (MDB). No áudio (VEJA AQUI) , Maurão e Jesuíno tramam um suposto pedido de impeachment do governador, com o objetivo de dissuadi-lo a não renunciar ao cargo, mantendo-se nele até 31 de dezembro, para, assim, apoiar a candidatura do presidente da ALE-RO ao governo de Rondônia com a máquina nas mãos. Pois, no entender de Maurão, o governo nas mãos de Daniel Pereira inviabilizaria por completo a candidatura emedebista, favorecendo o candidato do vice, Acir Gurgacz (PDT).
Com nova crise instalada, o foco mudou agora para o Poder Legislativo. Com a bomba estourando nas mãos de Maurão de Carvalho, as atenções voltaram-se todas para o Legislativo. Aproveitando o momento, o governador Confúcio Moura viajou para Brasília e em seguida, para o Rio de Janeiro. Momento seguinte, Daniel Pereira também, para São Paulo, onde já tinha um evento sobre segurança pública agendado antes da crise.
Com a crise no colo, Maurão de Carvalho lutará agora para se manter no cargo. Vários pedidos de afastamento deverão ser protocolados esta semana, dentre eles, dos advogados Vinícius Miguel, pré-candidato ao governo pela Rede, e de Caetano Neto, de Vilhena. Maurão está com a crise nas mãos até que estoure outra bomba em algum lugar.
Fonte: Mais RO