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terça-feira, dezembro 10, 2024

EVO MORALES PEDE INVESTIGAÇÃO SOBRE HIDRELÉTRICAS DE JIRAU E SANTO ANTÔNIO

O presidente da Bolívia, Evo Morales, durante a entrega de ajuda às vítimas das inundações na cidade de Cliza, Cochabamba
O presidente da Bolívia, Evo Morales, durante a entrega de ajuda às vítimas das inundações na cidade de Cliza, Cochabamba

Cerca de 80% da região de Cachoeira Esperança permanece inundado pelas águas do rio Beni. Diante da situação o presidente boliviano Evo Morales pediu informações e investigação sobre os efeitos dos reservatórios das hidrelétricas construídas no Brasil, no Estado de Rondônia: Usinas Hidrelétricas Jirau e Santo Antônio.

“Eu pedi que se faça uma investigação, um estudo, se essas represas na fronteira do Brasil estão afetando a região de Cachoeira Esperança”, informou o chefe de Estado na capital beniana.

As represas hidrelétricas brasileiras provocariam inundações mais prolongadas que poderiam resultar na destruição de áreas de cultivo agrícola, sistemas agroflorestais, pecuária, comunidades e florestas, segundo o governo da Bolívia.

Se houver comprovação de impactos, Morales pensa em acionar as cortes internacionais de justiça contra o governo brasileiro, cobrando responsabilidades, danos e providências.

Morales diz que sobrevoou as áreas alagadas e acompanhou as obras realizadas para reforçar e elevar em um metro as barragens de contenção da água que vão impedir inundação da cidade de Trinidad.

“Voltou a chover forte em Trinidad durante quase cinco dias”, disse.

De acordo com a Defesa Civil da Bolívia mais de 60 mil famílias foram afetadas pela cheia dos rios. Em Trinidad acampamentos foram montados para abrigar os atingidos. Helicópteros foram enviados do Peru  transportando 3 toneladas de mantimentos, remédios e água. A Espanha prometeu mandar 20 toneladas de remédios, material de higiene, e kits de vacina contra doenças.

No norte de La Paz, na vila Guanay, os produtores perderam tudo nas inundações. Os moradores não tem comida e passam dificuldades. Mais de 50 famílias foram retiradas das áreas atingidas.

Aproximadamente 70 mil crianças, jovens e adolescentes sofrem as consequências das chuvas torrenciais. Necessitam de alimentos, abrigos e tratamento de saúde e educação. A UNICEF avalia os danos psicológicos, vai oferecer readaptação para os que perderam familiares.

Os deslizamentos de terra aumentaram e chegaram a destruir 15 casas na comunidade de Mosoj Llajta, município de Tarvita, na província de Azurduy, ligado ao departamento de Chuquisaca.

O número de famílias atingidas pelas chuvas, no departamento de La Paz subiu para 8 mil, enquanto as culturas perdidas é de, 9.5 mil hectares. Os atingidos estão em pelo menos 50 municípios em 20 províncias do departamento. Agências de Noticias da Bolívia/Agencia Vanguarda

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