BRASÍLIA- Faltam apenas 120 dias para as eleições de 7 de outubro de 2018. São exatos quatro meses e uma Copa do Mundo no meio. Os partidos estão conversando dia e noite e a ordem do dia é a união, da direita contra a esquerda. Dois partidos estão na berlinda, PT e MDB. Quem ficará com quem? O MDB vem de um desastre político econômico sem precedentes, onde a maioria está envolvida em escândalos, do vereador ao presidente da República, passando por ministros e dirigentes. O PT tem um ex-presidente da República preso, ainda que pairem dúvidas sobre os crimes atribuídos a ele. Isso está mexendo com a decisão dos eleitores. Recentemente a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), que migrou do MDB após apoiar a ex-presidenta Dilma (PT), sofreu uma amarga derrota para governadora de Tocantins. Derrota atribuída ao apoio do PT à candidatura dela nos últimos dias de campanha. Os candidatos do campo da esquerda somaram 47% na eleição suplementar do Tocantins, mas, como estavam fragmentados, nenhum dos três avançou para o segundo turno que será disputado entre Mauro Carlesse (PHS), que obteve 30,31%, e Vicentinho Alves (PR), que fez 22,22% dos votos.
Carlesse e Vicentinho irão disputar a segunda etapa eleitoral no próximo dia 24 de junho e o eleito ficará no cargo só até o fim deste ano. As candidaturas de esquerda foram representadas por Carlos Amastha (PSB), que quase chegou ao segundo turno com 21,41% dos votos. A senadora Kátia Abreu (PDT) angariou 15,66% dos votos e Márlon Reis (Rede) chegou a 9,91% dos votos.
A derrota de Kátia Abreu em Tocantins ligou o sinal de alerta na esquerda. Ou se une ou será derrotada em outubro. A direita está organizada, uniforme e forte desde o impeachment de Dilma. Não perde uma. Foi vitoriosa nas eleições municipais de 2016 e a expectativa é de que abocanhem a maioria dos votos em todo o País. O fenômeno Jair Bolsonaro que parecia ser apenas uma nuvem, aumenta como uma tempestade e poderá causar um dilúvio nas urnas.
Se por um lado o PT tenha se tornado uma incógnita nas eleições deste ano, é inegável que a esquerda não tem outro nome forte a não ser Luís Inácio Lula da Sila, que está preso. Só ele seria capaz de vencer as eleições. Os demais pré-candidatos à presidência da esquerda pouco pontuam. O Diretório Nacional do PT decidiu suspender seus encontros regionais porque está conversando com os partidos de centro esquerda, ou sejam, PDT e PSB, além do PCdoB e PSOL. Candidaturas próprias nos estados vão depender do que for tratado nestas conversações. O PT tem o maior tempo no rádio e TV, 14 minutos. Um bom argumento em qualquer negociação.
Em Rondônia, indefinição
No estado de Rondônia a sucessão estadual também está indefinida, em todos os campos, tanto da direita quanto da esquerda. Os mais cotados estão na berlinda, a espera de decisões judiciais. Tanto o favorito, o senador Acir Gurgacz (PDT), quanto o senador Ivo Cassol (PP) estão praticamente fora da disputa se valer o que prevê a Lei Eleitoral vigente.
No impedimento de Cassol, o nome mais cotado do grupo é o de Expedito Júnior, do PSDB que tem também José Guedes como um dos pretendentes ao Palácio Rio Madeira. Expedito tem o apoio de Ivo Cassol e isso conta muito.
A candidatura do emedebista Maurão de Carvalho, definitivamente não decolou. E não foi por falta de querosene. Combustível ele tem de sobra. Por enquanto a maioria do eleitorado não sabem direito quem é o presidente da Assembleia Legislativa, e nem a que veio. Embora seja o presidente de um poder, atua como mero vereador sem expressão. Somado ao desgaste do MDB em nível nacional, Maurão de Carvalho vai precisar de combustível de foguete espacial para decolar.
Um nome, porém, gravita nos bastidores como provável candidato ao governo- ou melhor, à reeleição- Daniel Pereira (PSB), atual governador de Rondônia, que substituiu Confúcio Moura, do MDB. Daniel Pereira tem falado pelos quatro cantos de Rondônia que tem um compromisso com a candidatura de Acir Gurgacz mas a direção do PSB vislumbra lançar candidato próprio com ou sem o pedetista. Neste diapasão, Daniel Pereira tem conversado com líderes dos principais partidos que poderão virem a ser aliados numa eventual candidatura à reeleição. Dentre os partidos que o PSB tem conversado estão o PSOL, PCdoB, PT, Rede, PTB, PRTB, PRB, dentre outros.
Correndo por fora estão os pré-candidatos Paulo Benito (PT), Vinícius Miguel (Rede), Zé Jodan (PSL), Ivo Benitez (PSDC), Pimenta (PSOL), Pedro Nazareno (PSTU) e Marcos Pereira (PPS). Destes, Vinícius Miguel já foi convidado para ser vice por pelo menos dois pré-candidatos ao governo. Vinícius é um nome novo na política, sem vícios e bastante capacitado.
E o PT de Rondônia está no compasso das decisões do Diretório Nacional que suspendeu todos os encontros regionais estaduais. Há uma grande possibilidade do partido compor com agremiações de centro esquerda, abrindo mão de uma candidatura própria ao governo. A única exigência do partido seria a candidatura de Fátima Cleide ao Senado Federal. Inegociável. Fátima é hoje o melhor nome do partido para uma disputa majoritária.
Fonte: Mais RO