Na trágica história da parturiente Luciene Gomes, que faleceu na maternidade do Hospital de Base (HB) no último dia 30 de julho, segundo ocorrência policial nº 136037/2019, um fato que desde o início chamou a atenção foi a ausência de familiares durante todo o tumultuado processo de internação.
Inicialmente ela deu entrada na maternidade municipal no dia 28/07/2019, sendo no mesmo dia transferida para o HB. Durante entrada na maternidade municipal, na transferência, no momento da internação no HB, no registro da ocorrência na polícia e nas denúncias à imprensa sempre foram duas vizinhas que tomaram à frente.
Embora ela tivesse vários parentes, como irmãs, nenhum teria se feito presente nos principais momentos desta trágica história. Na manhã desta terça-feira (14) a coordenadora da maternidade informou que levantamentos feitos por uma cuidadora, em busca de localizar os familiares, teria sido informado por uma das irmãs que o motivo dessa ausência de familiares seria uma disputa entre as irmãs em torno da pensão da mãe idosa delas, inclusive teria uma audiência na Justiça justamente durante o período em que esteve internada no HB. Confirma vídeo abaixo:
As irmãs estariam processando Luciene, que morava e cuidava da mãe e de um filho de 18 anos que tem problemas neurológicos. No entendimento da administração do HB esta teria sido a razão do “surto psicótico” que parturiente teria tido, pois ela queria ter logo o bebê para não ir a uma audiência na justiça. Ouvidos pela a reportagem, as mesmas vizinhas que acompanharam todo o caso e fizeram as denúncias, rejeitaram essa explicação, pois uma delas que era cunhada de Luciene teria tentado entrar como acompanhante mas teria sido impedida.
Questionam, ainda, a versão do “surto psicótico” porque Luciene nunca apresentou, ao longo de toda vida, qualquer sinal de problemas mentais, não havendo qualquer registro de tratamento psiquiátrico ou psicológico; inclusive, ela fez todas as etapas do pré-natal, foi internado durante este período pro duas vezes no HB devido ao problema crônico de asma e não há nenhum registro médico, seja na maternidade municipal ou no Hospital de Base sobre os supostos problemas psiquiátricos.
As vizinhas, sempre elas na defesa incansável de Luciene Gomes, reafirmam as denúncias de omissão do HB, pois a parturiente foi transferida da maternidade municipal com o alerta que se tratava de uma gravidez de alto risco, com indicação de cesariana, inclusive porque na primeira gravidez o filho ficou com sequelas neurológicas graves em função da demora de se fazer o procedimento cesáreo. Todas essas informações foram repassadas à equipe da maternidade do HB.
Um fato que demonstraria a tentativa da administração do hospital de fugir de suas responsabilidades estaria na divulgação do tempo de gravidez, pois a ficha de encaminhamento da maternidade municipal registra 37 semanas e 6 dias, ou seja, no dia seguinte à entrada no HB ela já estava com 38 semanas, antes do falecimento, mas versão oficial insiste em divulgar 37 semanas.
Fonte: MaisRO