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sábado, agosto 30, 2025

GUAJARÁ-MIRIM, ENFIM, ENTRA NA AGENDA DO PODER PÚBLICO; ESTAMOS PREPARADO PARA O QUE VEM POR AI?

 

(*) Por Alessandra Costa Aires

Ao longo desta semana, o município de Guajará-Mirim foi objeto de visitação de muitas autoridades políticas, estaduais e federais, incluindo dois ministros de Estado de uma única vez e no mesmo evento. Pode ter sido um rega-bofe sem nenhuma consequência prática, um movimento politiqueiro apenas, como tantos que já presenciamos por aqui. Mas, pela quantidade e diversidade (de partidos da situação e oposição), o que os trouxeram aqui, desta vez, parece ter muita consistência. Aguardemos.

A entrega do Porto de Pequeno Porte IP4 não é corriqueira e vai ser importante para o desenvolvimento da região e para quem tem atividades vinculadas ao Rio Mamoré. Quando for alfandegado (um protocolo burocrático ainda pendente), a conexão com a Bolívia será total, com idas e vindas de pessoas e mercadorias.

O anúncio da construção da Ponte Binacional é o fato que merece a nossa atenção e reflexão. Explico.

Não se trata de uma ponte que une dois municípios ou dois estados. A construção vai ligar dois países, duas culturas diferentes, dois modelos de organização social e política específicos, expectativas distintas… Acabada a obra, o progresso será inevitável.

No entanto, chamo atenção para os cuidados que devemos ter no processo de construção da ponte. Falam em R$ 400 milhões o custo da obra, 3 ou 4 anos para que a construção seja concluída. O tamanho e a grandiosidade da obra terá o mesmo efeito que uma corrida ao ouro teria para Guajará-Mirim, tal será o interesse que despertará em empresas, trabalhadores, fornecedores e… aventureiros de todo tipo.

Sabemos que um fenômeno deste tipo produz coisas boas e coisas ruins. As coisas boas se ajustam por elas mesmas, cabendo a nós apenas fazer com que elas alcancem o maior número de pessoas possível. As coisas ruins precisam sem administradas, gerenciadas, previstas e evitadas naquilo que for possível, para que alcancem o menor número de pessoas possíveis.

Creio que se faz necessário um debate que não fique limitado apenas na esfera dos governos envolvidos na obra (federal, estadual e municipal) e aos órgão de controle (MP, TDE, TCU, IBAMA), mas que chegue aos cidadãos, aos moradores das cidades e comunidades que serão impactadas.

Mesmo com a cautela que uma obra pública desta dimensão exige, é prudente que sejamos prudentes na guarda dos interesses de nossa gente.

(*) Alessandra Costa Aires, é Assessora Parlamentar, administradora de empresa, especialista em gestão de obras, foi Coordenadora da Unidade de Saúde Fluvial Walter Bártolo

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