Por José Armando BUENO (*)
O laboratório de candidaturas da majoritária de 2018 trabalha 30 horas/dia. O tabuleiro do xadrez eleitoral é tão complexo e disputado que é preciso testar todas as possibilidades, inclusive as improváveis, as óbvias demais pra ser verdade e outras que ninguém imagina. Nessa toada, articula-se a formação de uma nova dupla que promete mexer no tabuleiro e até balançar a mesa do jogo: Ivo & Leo ou PP & PPS.
O ALPINISTA
De um lado o titã Ivo Cassol, que avança no campo de batalha como um D8, destocando até o STF. De outro um alpinista da política, Leo Moraes, que em 2012 elegeu-se vereador com 2.300 votos, deputado estadual em 2014 com 10.275 votos, candidato a prefeito em 2016 com 79.534 votos, crescimento de votos de 3.400% em apenas quatro anos. Ele agora prepara-se para escalar o monte Everest da política rondoniense, como vice de Ivo Cassol.
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Essa fórmula do laboratório de candidaturas pode dar certo, ainda que pairem dúvidas severas sobre as probabilidades reais do senador vencer a corrida de obstáculos que tem à frente na justiça. Mais, Leo Moraes tem seu reduto em Porto Velho, e o esforço que tem feito para conquistar territórios no interior, tem sido barrado pela artilharia pesada de centenas de candidatos e grupos de todas as cores e matizes.
Como bom de boca e de voto, Leo tem lançado seus balões para experimentar as reações da opinião pública e até do seu grupo político, um saco de gatos tão variado quanto barulhento, e que quer ver seu chefe voando alto em 2018. Câmara Federal e Senado já serviram para mostrar que ele topa tudo, só não se sabe se por dinheiro ou pra testar sua competência como faroleiro pra achar o melhor caminho de 2018. Uma coisa é certa, ele quer mais, ou seja, assembleia legislativa está fora do mapa. Por enquanto.
O NARCISISTA
Ivo Narciso Cassol, sim, um exímio narcisista de seus feitos e até defeitos, não quer saber de brincadeiras. Já arrastou para seu lado seu antigo e dileto amigo Expedito Júnior, que logo desembarca no PSD e promete fazer estragos severos na base peessedebista, agora sob o comando de Aparício Carvalho, que também sonha com 2018 como a plataforma para resgatar seu histórico político cuja lacuna vai completar 20 anos. Cassol conhece como poucos o tabuleiro, e trazer partidos com lastro é fundamental para enfrentar outros titãs que prometem duelos mortais.
Para este escriba digital, tá faltando mulher no pedaço. Nenhuma composição desenhada até agora considerou de fato uma mulher para o enfrentamento das urnas, como vice. Parece que os mentores e estrategistas políticos não conhecem big data, metadados e as leituras mais atuais sobre comportamento social e político no Brasil. Uma mulher forte levantando bandeiras femininas fundamentais à ação política, desde o combate à violência, a inclusão social de minorias e programas de trabalho, saúde e proteção às crianças , soam como música para nacos gigantes do eleitorado. Mas, o pior cego é o surdo e eu vou encerrando por aqui. Semana que vem uma outra dupla promete virar o tabuleiro e a mesa juntos.
(*) José Armando BUENO é jornalista e editor de A Capital. É organizador do Fórum Eleições 2018, conjunto de eventos político-eleitorais criado para contribuir com a análise, o debate e a renovação da política rondoniense.