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terça-feira, dezembro 10, 2024

Jornalismo informatizado: as redações de ontem, as redações de hoje

redacao antiga 1redacao moderna
Alguém consegue imaginar, nos dias de hoje, uma redação de jornal impresso funcionando assim:
– Sem computadores
– Sem ar condicionado
– Com laboratório de revelação de filmes
– Com grandes mesas onde o jornal era traçado à mão
– Com cinzeiros e sem avisos de que “É proibido fumar”
Pode parecer estranho, mas era assim que funcionavam as redações dos maiores jornais impressos do Brasil. A revolução digital trouxe para o jornalismo, assim como para a maior parte dos segmentos, uma agilidade que jamais tinha sido pensada. A velocidade com que a informação se propaga através dos novos meios de comunicação e a mudança na mecânica de fabricação de um jornal impresso diário pôde ser notada a partir dos anos 90. Nesse período, tecnologia era um artigo muito caro, e as redações começaram a ser informatizadas aos poucos. Hoje, até a temperatura do ar condicionado é monitorada para que as máquinas tenham maior vida útil dentro das redações.
O jornalista Jefferson Coutinho é cronista do jornal Aqui e colaborador de Artes Cênicas do jornal Estado de Minas. Formado em 1995 pela Fafi, atual UNI BH, Jefferson começou a trabalhar em redação ainda garoto, aos 14 anos, como boy do Diário do Comércio. Em 1988, era diagramador do Diário de Minas e todo o trabalho era feito à mão. “O trabalho envolvia muita matemática. O texto era medido na régua, as fotos eram reveladas de acordo com o espaço disponível e o processo era muito lento e o dead line era estreito”, conta o jornalista. De acordo com Jefferson, o texto era datilografado na lauda, depois seguia para pré impressão, era acrescido de fotos, quando necessário, e só então era impresso.
Nas escolas de jornalismo, o perfil das aulas de redação também era outro. Na PUC Minas, no lugar dos modernos laboratórios, existia o barracão de redação. A professora Alessandra Girard se formou em jornalismo pela PUC Minas em 1997 e se lembra de como eram redigidas as matérias. “No barracão, só havia máquinas de escrever. E não eram elétricas, tínhamos que fazer força ao bater nas teclas. Os professores recolhiam as laudas datilografadas e devolviam corrigidas. Tudo muito diferente de hoje, quando os alunos salvam os textos num diretório e o professor corrige e devolve às vezes por e-mail”, recorda Alessandra. Toda essa diferença em um espaço relativamente curto, cerca de 15 anos, diz a jornalista.
Fonte: Blog da Ana Flávia

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