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sexta-feira, junho 20, 2025

Jornalista tucano fala mal de Fátima Cleide e poupa corruptos notórios

Por David Nogueira

Carta ao Sérgio Pires

Gosto do Sérgio Pires, apesar do seu sentimento “antagônico” pelo PT e, por tabela, pelos pobres petistas vermelhinhos. Não obstante esse pequeno deslize (e torcer pelo Colorado), é um profissional a ser respeitado.
Deixando tais premissas claras e sabendo ser aquele sentimento nem tão horroroso assim, dou-me o direito de fazer algumas observações no seu conturbado texto, do último dia 19 de maio.
Em tese, na política, há dois sentimentos a serem observados nestes tempos de busca da superação: um é o de revolta; o outro, de indignação.

Gostar ou não do PT (ou de A ou B) é opção pessoal… é um direito a ser preservado em nome da democracia.
Inaceitável, contudo, é que, em nome disso, fomente-se a leviandade, a calúnia, a desinformação como medidas de convencimento.
O texto do Sérgio, além de não apresentar qualquer dado concreto, real, factual sobre o que pensa o lado A ou B, apenas enumera uma série de adjetivos mais de cunho caluniador, emotivo do que informativo.
Os dois lados, obrigatoriamente, precisam ser ouvidos de forma honesta e séria. Isso tem particular sentido por estar todo o processo envolto por lambanças jurídicas denunciadas (não pelos acusados), mas pelos mais renomados juristas do país e do mundo.
Não é choro de vascaíno em final de campeonato!!! É fato!

No texto do Sérgio Pires, encontra-se estampada (apenas) a denominada “revolta” pessoal. De modo geral, trata-se (a revolta) de um sentimento apático, inerte voltado apenas a reclamar, a injuriar e a apontar os erros que “todos” já viram e reviram (pelo menos em parte). É um sentimento “passivo”… normalmente, não constrói nada e impede a iniciativa da ação propositiva.

Obviamente, existem erros entre os vermelhinhos.
Muitos e muitos erros!!!… milhares.
ONDE NÃO HÁ? QUE ATIREM A PRIMEIRA PEDRA!
Quiçá, pensando bem, inexistam nos Governos de Cassol e de Raupp, os quais Sérgio bem conhece e sequer ousou tocar. Afinal, não vi fotos desses nobres meninos na matéria… nem de Alckmin… Serra… Aécio e as panelas (nem pensar)… Aluísio… Temer… Padilha… Gedel… todos com amplo conjunto comprobatório, malas, contas identificadas e nenhum questionamento do mundo jurídico inteligente sobre as mesmas.

Somos simples e diretos: quem erra tem que pagar pelos erros, conforme diz a constituição.
Tal princípio necessita valer para todos e não apenas para os quais eu não goste, deteste, odeie.

E a superação disso?
Aqui entra necessariamente a “indignação”.
Esse sentimento representa uma força magnífica, capaz de retirar o cidadão da postura passiva e colocá-lo como ator de sua própria história, incentivando-o a agir para mudar a realidade.

O texto do meu amigo Sérgio Pires não foi uma bandeira contra a corrupção, a ética, os desvios, as falhas da política… foi um artigo apenas contra o PT. Trata ali os petistas, de maneira ostensiva e generalizada, como ladrōes, ignorantes da ética e uns depauperados da moral cristã. Vislumbra-se um amontoado de rancores sem base factual para alguns e sem contextualização para outros.
Como disse, há equívocos… muitos. No entanto, faltou um detalhe no texto: a “verdade” dos diferentes atores de um processo polêmico.

Não existe nada mais injusto do que tratar de forma igual aquilo que é diferente.

No tocante à Lula (do qual você não fala dos números, dos fatos, das estatísticas de seu governo aceitas pelo mercado e amplo reconhecimento mundial), os equívocos do texto são absurdos.
Poderia enumerar diversos descalabros e “esquecimentos”, mas você sabe bem de todos, pois é uma pessoa culta.

De fato, a questão do texto é ideológica e não partidária.

Eu respeito a divergência do Sérgio (e a de todos), apenas discordo da forma. Há como combater as ideias do PT sem faltar com a verdade, enganar ou camuflar a realidade.

Lula é hoje o mais escancarado caso de Lawfare discutido e observado no mundo (inclusive citado pelo Papa).

O Barbudo possui muitos pecados, mas nenhum dos que é acusado nesses processos jurídicos vexatórios, sem embasamento factual e prova comprobatória aceita no mundo jurídico internacional.

Em tempo, e para evitar o chavão pobre, não sou um apaixonado e alienado comunista a comer criancinhas pela manhã. Sou racional, pragmático e direto na análise política (não quer dizer que acerte ou erre sempre).

Sugiro, para qualificar ainda mais o debate, ver opiniões de pessoas de reputação mundial inquestionável sobre o caso Lula, tais como:
Boaventura Santos (um dos mais importantes sociólogos do mundo), Noam Chomsky (provavelmente, o mais importante intelectual e ativista americano), François Hollande (ex- Presidente da França), Elio di Rup (ex-Primeiro Ministro da Bélgica), Luiz Zapatero (ex-Presidente da Espanha), Massimo D’Alema, Enrico Letta, Romano Prodi ( ex- Primeiros Ministros da Itália), Rigoberta Menchú (Nobel da Paz), Perez Esquivel (Nobel da Paz), Geoffrey Ronald Robertson (Advogado de Direitos Humanos e Conselheiro da Rainha Da Inglaterra), Sepúlveda Pertence, Leonardo Boff, Fernando Moraes, Chico Buarque, Konder Comparato, Leonardo Isaac Yarochewsky e outros tantos…

A pergunta mais significativa nisso seria: há ou não uma gravíssima polêmica nesse imbróglio?

Ao jogar tudo e todos na vala comum, criminaliza-se a política, aprofunda-se a injustiça em curso e dificulta-se a construção de uma alternativa. A história será implacável com os atores despudorados de tal processo.

Outro equívoco imperdoável do texto, escrito sem a preocupação em ouvir ou pesquisar dados, diz respeito à Ex-Senadora Fátima Cleide.
Após sua saída do Senado, no final de janeiro de 2011, a professora jamais assumiu qualquer cargo no Governo Federal, como afirmou o texto (nem secundário e nem principal).
Foi opção pessoal dela.
Ao contrário do publicado no texto, Fátima Cleide não se mudou para São Paulo. Trabalhou lá e em Brasília. Sua residência foi e continua sendo em Porto Velho, no Bairro Três Marias (sugiro, marcar uma hora e ir lá tomar um cafezinho com ela).

A verdade, sobre tal fato, é outra e bastante significativa. Ela foi “eleita” para mandato Executivo na Fundação Perseu Abramo e para a Direção da Escola Nacional de Formação Política, instituições amparadas e reguladas pela Legislação Eleitoral do país. Fátima foi atuar em áreas onde sempre teve grande expertise.
Após esse mandato, retornou para seu emprego dentro de uma unidade da Secretaria de Educação de Rondônia, como Funcionária Pública comum.

Só para lembrar, em toda a sua vida política e profissional, jamais respondeu a um processo de ilicitude por irregularidade de qualquer natureza. Essa é a história que ela carrega e foi “esquecida” no texto.
Tudo leva a crer, meu nobre amigo, Fátima será candidata ao Senado para defender com dados, números, estatísticas, fatos e povo o enorme legado de Lula para o Brasil e o Mundo. Para isso, ela oferecerá a sua história pessoal de honestidade e de defesa de Rondônia, seu povo, suas mulheres, seus jovens e suas riquezas.

Meu caríssimo Sérgio, a notícia detém muitas faces, porém a VERDADE possui apenas um rosto a ser descoberto (agora, ou no futuro).

Abraços e fique bem!

(*) David Nogueira

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