Feliciano será investigado por crime de preconceito religioso. O deputado sugere que esta pode ser uma represália em função de projeto de lei de sua autoria proibindo imolação de animais em cultos religiosos. Entenda.
O ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal autorizou na sexta-feira (21/03) a abertura de um inquérito para investigar o deputado Marco Feliciano por crime de preconceito contra religião.
De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um vídeo postado na internet em que Feliciano profetizava “o sepultamento dos pais de santo” e o “fechamento dos terreiros de macumba” pode induzir ou incitar o preconceito. Se a conduta for confirmada, o deputado poderá ser condenado a uma pena que chega a 3 anos de prisão e multa.
Com a abertura da investigação, a Polícia Federal deverá tomar o depoimento de Feliciano sobre os fatos em até 30 dias.
Marco Feliciano se manifestou em seu twitter sobre o assunto ontem a noite (25/03) e informou que o referido video tem mais dez anos e a sua qualidade está péssima. O som não esta em síncronia com a imagem. Feliciano afirma ter dúvidas sobre o conteúdo das frases.
Em tweet subsequente, o deputado lebrou que é autor de um projeto de lei proibindo o uso de animais em sacrifícios religiosos e emendou: Já fui ameaçado por seitas de feitiçaria várias vezes; insinuando que a razão da denuncia feita ao MP por entidade ligada a religião de matriz africana pode ter motivação imprópria – uma represália em função de seu polêmico projeto.
O deputado afirma estar tranquilo quando ao desenrolar do processo.
Sobre o projeto, convém frisar que a prática de sacrifícios de animais hoje está garantida pela liberdade de exercício religioso. A discussão não é simples e entra em uma esfera crítica para qual todo cristão deve estar atento, como grupo da religião mais perseguida do mundo.